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ESTUDOS DE ALTERNATIVAS PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAVANDERIAS INDUSTRIAIS

Por:   •  1/5/2018  •  2.612 Palavras (11 Páginas)  •  412 Visualizações

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Quando os despejos de lavanderias devem ser tratados, geralmente emprega-se o tratamento físico-químico (coagulação-floculação com sulfato de alumínio) seguido por sedimentação e filtração (BRATBY, 1980). A complementação do processo ocorre através de um estágio de polimento através de adsorção em carvão ativado ou processos biológicos. O uso de carvão ativado no tratamento de efluentes da indústria têxtil já foi bastante estudado, porém o consumo é bastante alto (McKAY, 1982a; McKAY,1982b; NASSAR e El-GEUNDI, 1991). Uma outra possibilidade é a adoção de lagoas de estabilização ou outros processos biológicos. Porém, essa alternativa somente é válida em empresas que possuem área disponível para a construção de lagoas de estabilização, não sendo o caso das maiorias das lavanderias. Ainda, os resultados obtidos com sistemas biológicos são contraditórios (BRAILE e CAVALCANTI, 1993).

Alternativas promissoras para o tratamento de efluentes de lavanderias estão nos processos oxidativos avançados. Em especial nos que agregam a reação de Fenton, pois o processo permite, ao mesmo tempo, a degradação/mineralização de compostos orgânicos solúveis pelo radical hidroxila (.OH) bem como a remoção dos sólidos suspensos pela precipitação do ferro residual (BIGDA 1995; BOLTON 1996; LEÃO et al. 1999; LIAO et al., 1999).

Assim, o objetivo principal do projeto foi estudar três alternativas para o tratamento de efuentes de lavanderias: coagulação-floculação, coagulação-floculação-adsorção e Reação de Fenton, onde foram conduzidos estudos em laboratório avaliando as três alternativas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Coleta das amostras

As amostras foram coletadas em um típica Lavanderia que realiza as operações de desengomagem, lavagem, destruição e estonagem de tecidos. As coleta de amostras foram realizadas no tanque de equalização, que recebe todos os fluxos da empresa. Para os estudos em laboratório, as amostras foram guardadas em frascos plásticos e armazenadas a 4oC por um período não superior a 48 horas.

Tratamento do efluente em laboratório

Os estudos de tratamento do efluente por cogulação-floculação foram realizados em um aparelho de “Jar-Test” Turbofloc-Júnior. As dosagens e o pH do meio foram otimizadas sendo que os resultados apresentados nesse trabalho foram obtidos na seguintes condições.

Ensaio de coagulação-floculação: 600 mg/L de sulfato de alumínio, ajuste do pH para 6,0 e adição de 2 mg/L de uma poliacrilamida catiônico de alto peso molecular, filtração rápida da amostra.

Ensaio de coagulação-floculação-adsorção: adição de 600 mg/L de sulfato de alumínio, ajuste do pH para 6,0 com hidróxido de sódio, adição 2 mg/L de polímero floculante (poliacrilamida catiônica de alto peso molecular), repouso por um tempo de 10 minutos para sedimentação dos flocos, filtração rápida da amostra, adição de 2 g/L de carvão ativado pulverizado, agitação por um tempo 30 minutos, filtração rápida da amostra para a remoção do carvão ativado.

Ensaio através da Reação de Fenton: ajuste do pH para 3,0 com HCl, sob agitação adição de 0,66 g/L Fe2SO4 e de 8 mL/L H2O2, término da agitação e repouso de 3 horas para andamento da Reação de Fenton, ajuste do pH para 7,0 com adição de NaOH, repouso de 30 min para sedimentação dos coágulos, filtração do efluente para a remoção dos coágulos.

Nos estudos em laboratório também foram avaliados o volume e massa de lodo gerado por litro de amostra tratada. O volume de lodo foi obtido através da sedimentação de uma amostra de 1 litro do efluente tratado por uma hora no Cone de Imhoff. As massas foram quantificadas pela filtração de 1 litro de amostra em papel filtro com a posterior secagem do lodo em estufa a 60oC.

Análises

As análises realizadas foram pH, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos, turbidez, tensão superficial, surfactantes, demanda química de oxigênio, demanda bioquímica de oxigênio e cor Hazen. Essas análises foram realizadas no Laboratório de Saneamento ambiental da UPF e seguiram os procedimentos do “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater” (APHA 1995). Cor, turbidez, pH e tensão superficial foram medidos, respectivamente, em um espectrofotômetro Merck SQ 118, um turbidímetro Policontrol modelo AP 1000 II, um pH metro digital modelo DM 20 e um tensiômetro Kruss K6.

Tratamento e descarte do lodo gerado

O tratamento do lodo consistiu basicamente no estudo da secagem em um dos leitos. O teor de água no lodo (ou umidade) foi medida através da relação entre o conteúdo de água e a massa total da amostra. O lodo seco foi armazenado em bambonas e uma amostra foi coletada para caracterização quanto a sua periculosidade, seguindo NBR 10.004 – Resíduos Sólidos - Classificação (ABNT, 1987a). Essa análise foi realizada pela Empresa Pró-Ambiente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização do Efluente

As águas residuais são recebidas no tanque de equalização, de forma que o efluente a ser tratado é o resultado da mistura de todos os efluentes. Dependendo das operações preferenciais em cada dia de trabalho, pode ter características diversas. A Tabela 5 mostra as faixas de variação do efluente equalizado obtidos de várias amostras coletadas durante o período de trabalho. A Figura 8 apresenta o aspecto geral do efluente equalizado juntamente com uma fotografia tirada ao microscópio mostrando, as fibras de tecidos suspensas.

Tabela 5 - Faixas de variação de alguns parâmetros do efluente equalizado.

Parâmetro

Faixa de Concentração

Vazão (m3 /dia)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

Solidos Suspensos (mg/L)

Cor (Hazen)

Tensão Sup. (mN/m)

PH

6 - 20

240 - 1411

80 - 400

20 - 300

69 - 502

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