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Patologias nas Fundações

Por:   •  13/3/2018  •  4.013 Palavras (17 Páginas)  •  271 Visualizações

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patologias, das suas causas e de como recuperar estruturas, caso já tenham sido danificadas. Portanto, o conhecimento da patologia das estruturas não compreende apenas a identificação e estudo dos danos, ela atua principalmente na manutenção das estruturas já existentes, seja pela importância econômica, social, patrimonial ou histórica. Assim cria-se uma nova concepção do projeto estrutural, sendo este vinculado principalmente à capacidade de desempenho no futuro, como, a segurança e vida útil.

As patologias podem ser atribuídas a negligência de ações, desconsideração de agentes agressivos ou a falta de conhecimento dos processos degenerativos. Nas estruturas de concreto armado, os autores apontam que uma das principais causas das anomalias decorre da falta de qualidade dos materiais empregados em sua execução e concluem que a patologia de concreto armado é consequência do não cumprimento das normas.

Como a fundação é um elemento de transição entre a estrutura e o solo, seu comportamento está intimamente ligado com a interação do solo e carregamentos. A fim de obter um bom projeto de fundações é fundamental um completo plano de investigações geotécnicas.

A fundação a ser escolhida depende dos resultados da investigação, atendendo os parâmetros de resistência e deformabilidade do solo, nível do lençol freático, presença de matacões, características e estado de conservação das obras vizinhas, bem como os prováveis efeitos nas mesmas na decorrência do desconfinamento do solo, sobreposição de bulbos de tensão e impactos da vibração na execução da nova fundação.

Com o aparecimento dos problemas estruturais a investigação novamente torna-se a etapa mais importante. Porém, descobrir as causas e mecanismos responsáveis pelo mau desempenho da estrutura é uma tarefa complexa. Algumas patologias podem ser identificadas ainda na fase de construção, sendo viabilizada a tomada de medidas para garantir a regularização e segurança.

O estudo das patologias compreende em primeiro lugar, a investigação de maneira suficiente do subsolo e os impactos na ocorrência de patologia. Em segundo lugar, a análise do projeto de fundação e mecanismos de interação solo x estrutura. Em terceiro e quarto lugar, respectivamente, entram os procedimentos construtivos e eventos pós conclusão.

Um fato importante é que a segurança da fundação, quanto ao aparecimento das patologias, não é garantida apenas pela consideração à ruptura do solo. A análise dos recalques é fundamental para o bom comportamento estrutural das edificações. O movimento das fundações é manifestado pela fissuração dos elementos estruturais e ele é proveniente da superação das tensões geradas pelas tensões resistentes, ou motivadas pela escavação, vibrações e carregamentos em terrenos vizinhos.

Figura 1: Exemplo de Patologia em uma Fundação

• Diagnóstico

O diagnostico das fundações nem sempre é imediato. Geralmente, é necessário fazer uma análise criteriosa dos sintomas, essencialmente as fissuras e os movimentos sofridos pelo edifício (rotações, assentamentos, deslocações, etc.) para descobrir qual o mecanismo responsável pelo seu desencadeamento. Tendo em vista as condições da fundação existente e o conhecimento geotécnico do terreno de apoio pode-se deduzir as causas da reação do conjunto estrutura/terreno/fundação que são a verdadeira origem do problema gerado.

• Origem das Patologias

De acordo com SCHWIRCK (2005), os problemas patológicos das fundações podem ser classificados segundo a sua origem e relacionadas com as diferentes etapas da obra: análise de projeto; execução; utilização pós-conclusão da fundação/obra, degradação dos materiais e adicionalmente deficiências na interpretação das investigações geotécnicas. Já SOUZA E RIPPER (1998) classificam as patologias da fundação, em especial as de concreto, como simples se o diagnóstico e profilaxia forem evidentes; e complexos, se os mecanismos convencionais de inspeção e manutenção não forem suficientes para resolução do problema.

O ambiente em que a obra se constitui é um fator de grande responsabilidade dos efeitos que a estrutura estará sujeita. As normas têm como parâmetro a definição de classes de agressividade dos ambientes e as condições que tornam os elementos estruturais sujeitos à deterioração, como: corrosão das armaduras, agressividade química, dosagem dos materiais, resistência mínima do concreto, cobrimento das armaduras.

Segundo SCHWIRCK (2005), o projeto de fundação representa a primeira concepção da estrutura, para isso o projetista precisa ter acesso às informações das condições ambientais, características do solo e construções já existentes. O autor destaca que a fase de execução não deve ser desconexa à fase de projeto. É comum o comprometimento do projeto pelas alterações das condições iniciais da investigação ou pelas dificuldades construtivas. Eventos pós-conclusão se não forem passíveis de previsão também afetam o desempenho da estrutura.

• Caracterização e Investigação do Comportamento do Solo

Como sabe-se que as fundações são os elementos estruturais que transmitem as cargas para o solo, seu comportamento está inteiramente ligado com o que acontece com o mesmo. Portanto, uma das principais causas do surgimento das patologias está relacionada com a investigação insuficiente do solo. O solo é o elemento de resistência da fundação, sendo imprescindível a caracterização completa do seu comportamento, como a capacidade de carga e recalques previstos. A qualidade da investigação e o número de sondagens são determinados de acordo com o grau de complexidade da obra e a área de extensão. A ausência de investigações implica de diferentes maneiras nos tipos de fundações existentes. Para as fundações superficiais, assim como ocorre em obras de pequeno e médio porte, tipicamente elas são submetidas a tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do solo, implicando um recalque inadmissível ou até a ruptura. Outro exemplo são os recalques diferenciais não estimados na fundação em solos heterogêneos. Ou a falsa impressão de estar apoiando a fundação sobre solo resistente e na verdade ser uma crosta dura sobre solo mole. Para o caso das fundações profundas, tem-se que a escolha inadequada do tipo de estaca, bem como o comprimento

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