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EMISSÃO DO GÁS METANO PELA PECUÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O AQUECIMENTO GLOBAL

Por:   •  14/3/2018  •  1.662 Palavras (7 Páginas)  •  423 Visualizações

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relatório que indicou que desde a era pré-industrial até 2005 houve os seguintes aumentos: dióxido de carbono (CO2), de 280 ppm (partes por milhão) a 379 ppm; metano, de 715 ppb (partes por bilhão) a 1774 ppb; e óxido nitroso, de 270 ppb a 319 ppb. O documento concluiu que é evidente o aquecimento global e evidenciou as observações do aumento na temperatura média global do ar e dos oceanos, a ampliação do derretimento de gelo e neve e a elevação do nível do mar (JURAS, 2008).

Quanto à temperatura da superfície terrestre, o aumento entre os períodos de 1850-1899 a 2001-2005 foi de 0,76 (0,57 a 0,95) ºC, e onze dos doze últimos anos (1995-2006) estão entre os doze mais quentes desde que as temperaturas começaram a ser registradas (1850). Uma mudança importante em relação ao 3º relatório é o grau de certeza (de “provável” a “muito provável”) de que o aumento na temperatura média terrestre ocorrido no século XX seja devido ao aumento observado nas concentrações de gases de efeito estufa, a exemplo do metano (JURAS, 2008).

O tema relacionado às mudanças climáticas globais mostra a pecuária ruminante no Brasil como constituinte da principal fonte de metano (CH4) entre as atividades agropecuárias.

O metano produzido em sistemas de produção de bovinos origina-se, principalmente, da fermentação entérica (85 a 90%), sendo o restante produzido a partir dos dejetos destes animais. O metano derivado da fermentação entérica de bovinos representa cerca de ¼ das emissões antropogênicas desse gás, sendo responsável por 15% do aquecimento global. (WUEBBLES E HAYHOE, 2001).

A Índia e o Brasil lideram o ranking mundial de emissão total de metano entérico, com 14,5 e 10,3 Tg de CH4/ ano, respectivamente. Quando é considerada apenas a emissão por bovinos, o Brasil é apontado como o maior emissor (9,6 Tg de CH4/ ano). Segundo resultados preliminares do Segundo Inventário Nacional de Emissões de GEE, no ano de 2005 a agropecuária foi responsável por 22% do total das emissões de metano no Brasil, caracterizado como um importante GEE (THORPE, 2009).

Segundo Greif (2011), a população bovina em 2009 foi estimada em 205 milhões de cabeças, mostrando um aumento de 20% considerando a população de 2006 que eram de 172 milhões de cabeças. Com isso a emissão de metano também aumentou consideravelmente como mostra a figura 1.

Figura 1. Estimativa da emissão de metano provenientes da fermentação entérica no Brasil em t/animal/ano. Fonte: Greif, 2011.

Quanto maior for a emissão do gás metano pelos bovinos maior será a propagação do efeito estufa e consequente aquecimento global, todavia existem estratégias de mitigação para reduzir potencialmente a sua emissão no ambiente.

Segundo Oliveira e Barboza (2007), para a redução da emissão de gases que promovem o aquecimento global, o órgão governamental US- Environmental Protection Agency (2005) listou medidas como a melhoria nas áreas de pastejo com análise de solo e posterior correção e aplicação de fertilizantes de forma adequada; suplementação da dieta somente com os nutrientes que os animais necessitam e melhoria de sanidade, eficiência genética e reprodutiva do rebanho.

Algumas pequenas mudanças na alimentação podem reduzir 33% na emissão do gás metano, segundo estudos realizados na Universidade de Reading e pelo Instituto de Ciências Biológicas, Ambientais e Rurais da Universidade de Aberystwyth. Segundo os Britânicos uma das opções para alimentação das vacas, é o aumento de milho nas rações, se o percentual deste alimento subir de 25 a 75% seria possível reduzir 6% da emissão de GEE para cada litro de leite produzido. O capim rico em açúcar também proporciona uma redução de 20% nas emissões para cada quilo que os animais ganharem (CICLO VIVO, 2011).

Outra forma de mitigação é a construção de biodigestores, para converter o metano em energia (figura 2).

Figura 2. Ciclo Biodigestor para dejetos animais. Fonte: Adaptado de Campos et al., 2005.

O biodigestor é um equipamento para produção de biogás através do tratamento de dejetos animais, esgotos e outros produtos que produzem gás de efeito estufa (GEE).

Campos et al. (2005), avaliaram a produção de biogás e verificaram que o sistema utilizado teve boa eficiência nesta produção e observaram que resultou em uma redução média de 50% na emissão de metano, sendo de grande valia para a diminuição de GEE no ambiente.

Considerações Finais

Através deste trabalho, pode-se observar que os bovinos contribuem para o aumento do efeito estufa e consequentes alterações climáticas, decorrentes da emissão de metano através da fermentação entérica. Entretanto existem alternativas de mitigação para reduzir a emissão deste gás no ambiente, como mudanças na alimentação dos bovinos e a utilização do metano como fonte energética gerada por um biodigestor.

Referências

CAMPOS, C. M. M.; MOCHIZUKI, E. T.; DAMASCENO, L. H. S.; BOTELHO, C. G. Avaliação do Potencial de Produção de Biogás e da eficiência de tratamento de reator anaeróbio de manta de lodo (UASB) alimentado com dejetos suínos. Julho de 2005, Lavras/MG.

CICLO VIVO. Mudanças na Alimentação de ruminantes podem reduzir emissões de gás metano. Disponível em: <http://www.ciclovivo.com.br>. Acesso em: 20 maio 2016.

GREIF, S. A pecuária e as Mudanças Climáticas. Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.svb.org.br/depmeioambiente/PecuariaeMudancasClimaticas.htm>. Acesso em: 20 maio 2016.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2006. Brasil, Grandes Regiões

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