DETERMINAÇÃO QUIMICA DE METAIS PESADOS NO SOLO EM ÁREA DE BORDA NO REMANESCENTE FLORESTAL ARIE MATA DE SANTA GENEBRA.
Por: Salezio.Francisco • 18/9/2018 • 2.622 Palavras (11 Páginas) • 328 Visualizações
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Assim, o objetivo dessa pesquisa visa verificar os teores de metais pesados em áreas de borda do remanescente florestal, evidenciando as possíveis interferências da vizinhança quanto ao efeito de borda na Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra, localizada no distrito de Barão Geraldo, zona norte do município de Campinas, SP, bem como avaliar a situação desta frente à legislação de qualidade do solo.
Material e Métodos
O município de Campinas localiza-se no interior do Estado de São Paulo, entre as latitudes 22º45’00’’ e 23º02’30’’ e longitudes 46º50’00’’ e 47º15’’00’. Segundo o Censo Demográfico (2010), a cidade possui cerca de 1 milhão de habitantes em uma área de 794 Km2 dividida em quatro distritos: Joaquim Egídio, Barão Geraldo, Sousas e Nova Aparecida, sendo classificada como uma das dez cidades mais prósperas do Brasil e o segundo maior centro econômico do Estado de São Paulo, perdendo apenas para a cidade de São Paulo o mais importante centro industrial e financeiro da América Latina que se encontra a apenas 90 km (IBGE, 2010). A cidade está inserida em parte na bacia hidrográfica do rio Capivari (faixa sul) e na bacia hidrográfica do rio Atibaia (norte – nordeste do território). O distrito de Barão Geraldo é pertencente à porção noroeste do Município de Campinas, contendo a Mata de Santa Genebra que por sua vez, está localizada a sudoeste do distrito e inserida na Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Pedras (DAGNINO, 2007).
No interior da floresta são encontradas clareiras de diferentes idades e tamanhos, originados tanto da extração seletiva de madeiras nobres, quanto do corte raso para aproveitamento de lenha em alguns trechos restritos (MORELLATO et al.; 1995). A reserva encontra-se inserida em uma matriz agrícola cuja principal atividade é o cultivo de cana-de-açúcar, onde devido a essa expansão agrícola a mata foi sofrendo uma fragmentação, provocando o isolamento de trechos de florestas de diversos tamanhos, ocasionando assim o efeito de borda (MURCIA,1995).
Para a realização do estudo da qualidade do solo no remanescente florestal em questão utilizou-se o método de amostras deformadas, espaçadas de 200 em 200 metros em decorrência das sugestões apresentadas por (LONGO, 1999) para situações análogas (Figura 1). As amostragens de solos foram coletadas para fins de análises químicas seguindo o procedimento descrito em (LEMOS e SANTOS, 1996), onde em cada ponto foram coletadas amostras superficiais deformadas e compostas com o auxílio de um trado, até a profundidade de 20 cm, tendo-se antes o cuidado de limpar a superfície dos locais escolhidos, removendo as serapilheiras e outros detritos. Os pontos de coleta foram geo referenciados, obtendo sua latitude e longitude em coordenada UTM no fuso 23 S. Após as coletas, as amostras foram armazenadas em sacos plásticos comportando aproximadamente 2 Kg de solo analisadas em laboratório.
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Figura 1: Os pontos em amarelo determinam os 40 pontos de coleta. Fonte: Imagens obtidas pelo Google Earth, sem valor cartográfico real. Elaborado por: CUNHA, J. C.M.
O preparo das amostras em laboratório foi feito segundo (NÚÑEZ et al., 1999). Estas amostras foram secas ao ar, abrigadas de insolação durante 2 dias; em seguida foram destorroadas, homogeneizadas passadas pela peneira 2 mm e armazenadas em sacos plásticos devidamente identificados. As coletas foram estabelecidas nos pontos previstos em outubro/novembro de 2013, seguindo a metodologia de amostras deformadas e o método de coleta estabelecido nas normas da EMBRAPA (2012).
As análises de metais pesados (Níquel, Chumbo e Cromo) foram realizadas em laboratório sendo realizada a digestão do solo seguindo os procedimentos EPA 3050 B. Para a limpeza e descontaminação das vidrarias que foram utilizadas, foi utilizada uma solução de ácido nítrico 5% por 24h e enxaguadas com água deionizada, para a abertura das amostras foram feitas análises em triplicata, sendo em seguida submetidas à espectroscopia de absorção atômica por atomização em chama para quantificação dos metais. As características da chama seguem de acordo com orientação do método EPA 7000 B, sendo em todas as amostras utilizado o acetileno como combustível e o ar como comburente. As curvas de calibração do aparelho foram feitas a partir de diluições de soluções estoques de 1.000 ppm armazenadas sob-refrigeração (método EPA 7000 B). Os dados obtidos em ppm foram convertidos para mg/kg para equiparação com a legislação brasileira, sendo após isso realizada a análise estatística de todos os dados, através das medidas de variabilidade, teste F, teste de Tukey com 5% de significância e correlação de Pearson para metais pesados através do programa Statistical Analyses System, 1999.
Resultados e Discussão
Para melhor entendimento da área de borda frente à legislação, os resultados de metais pesados foram divido em 6 grupos pelo tipo de intervenção externa, sendo o grupo 1 com as intervenções urbanas exercidas pelas moradias ao redor e o centro administrativo da reserva, no qual apresenta duas situações distintas quanto à análise de níquel com 75% de intervenção agrícola e residual, ou seja, altas concentrações e 25% de Prevenção referente ao centro administrativo que contém baixa concentração, porcentagem que igualmente foi encontrada na análise de chumbo como ilustra a Figura 2.
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Figura 2: Gráfico expressando percentual de cada elemento em estudo pela legislação brasileira para o grupo de intervenção 1. Fonte: Autora, 2014.
Já o grupo 2 representado pela preservação florestal devido à trilha passar entre uma área de mata nativa nas duas bordas, apresenta como pode ser visto na Figura 3, para a análise de níquel totalidade de intervenção agrícola com 50% dos pontos próximos a 60 mg/kg e 50% próximos a 30 mg/kg, enquanto na análise de chumbo o percentual se mantém, no entanto, entre Intervenção agrícola próximo a plantação de milho e Prevenção mata adentro.
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Figura 3: Gráfico expressando percentual de cada elemento em estudo pela legislação brasileira para o grupo de intervenção 2. Fonte: Autora, 2014.
E por fim, os grupos 3, 4, 5 e 6 que sofrem a interferência agrícola através das plantações, sendo os grupos representados respectivamente pela plantação de milho, que possui totalidade de intervenção agrícola para ambos os elementos com pontos na faixa
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