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Mulheres Jovens: A busca do corpo ideal

Por:   •  20/6/2018  •  3.870 Palavras (16 Páginas)  •  383 Visualizações

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As participantes foram contatadas através do telefone e redes sociais e convidadas a participar da pesquisa, as entrevistas foram realizadas mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, com a autorização das mesmas, posteriormente as entrevistas foram gravadas, transcritas e descartadas. Foram feitas onze perguntas abertas onde as entrevistadas puderam pensar e expor suas experiências. Para Triviños (1987, p. 146) “a entrevista semi-estruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa”. Desta forma o questionamento daria a possibilidade de novas hipóteses surgidas a partir das respostas do sujeito. Para a análise dos dados foi usada à técnica de analise de conteúdo proposta por para Bardin (2009), a análise de conteúdo, enquanto método é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para atender os objetivos propostos na investigação foram entrevistas três sujeitas, a sujeita 1 tem dezenove anos é estudante do primeiro semestre de publicidade e propaganda, solteira, atualmente mora com a tia materna para poder estudar já que os familiares moram em uma cidade menor, e é professora de inglês. A sujeita 2 tem dezoito anos, esta no primeiro semestre de fisioterapia, atualmente esta namorando, mora com os pais e não trabalha. A sujeita 3 tem vinte e quatro anos, esta em uma união estável, formada em educação física, trabalha em uma academia como personal treiner.

Os resultados obtidos na pesquisa foram organizados em quatro categorias: Categoria A- insatisfações com o corpo real; Categoria B-corpo ideal feminino; Categoria C- influencias e estratégias sobre o corpo ideal; e Categoria D- sentimentos corpo ideal e real.

Segundo Amaral (artigo online) na sociedade contemporânea percebe-se que alguns valores têm adquirido grande importância social, dentre os quais se destacam beleza e juventude. O corpo tornou-se alvo de investimentos, e a mulher na busca desse corpo ideal, busca nos novos métodos estéticos e tecnologias para fazer o remodelamento corporal na busca do tão esperado corpo ideal, sem pensar nas muitas consequências e mudanças que esse novo corpo pode proporcionar.

Para associar a construção de imagem e a busca do corpo perfeito na sociedade capitalista de consumo tem-se que partir da concepção do eu e do sujeito inconsciente. Segundo Lacan (1998) “uma falta é, pelo sujeito, encontrada no Outro (p.203) [...] O Outro é o lugar que se situa a cadeia do significante que comanda tudo que vai poder presentificar-se do sujeito” (p.193,194), desse modo as primeiras imagens do próprio corpo partem das introjeções de imagens do corpo do outro, é essa lógica que guiará todo o desenvolvimento subjetivo e a constituição do eu ao longo do desenvolvimento.

Segundo Damasceno apud Martins (2008) a imagem corporal é um conceito multidimensional que compreende os processos fisiológicos, cognitivos, psicológicos, emocionais e sociais em constante troca mútua, a expressão “imagem corporal” engloba um desenho criado pela mente no qual se evidenciam o tamanho, o conceito e a forma do corpo, todos eles subsidiados pelos sentimentos.

Dessa forma ao mesmo tempo em que busca e almeja esse corpo perfeito a mulher se torna escrava dessa idealização denunciando um mal estar segundo Freud (1978, p.143) “assim como a satisfação do instinto equivale para nos à felicidade, assim também um grave sofrimento surge em nos, caso o mundo externo nos deixe definhar, caso se recuse a satisfazer nossas necessidades”. Os ideais de beleza femininos alem de ser uma imposição social, é uma demanda do ser mulher, na tentativa de mascarar a falta, mais do que nunca a mulher usa o corpo para falar se expressar assim conquistando o seu espaço na sociedade capitalista.

Categoria A - Insatisfações com o corpo real:

Essa categoria refere-se às insatisfações que as entrevistadas têm sobre o seu corpo real. Um fator recorrente foi que nenhuma das entrevistadas esta satisfeita com a sua imagem real do seu corpo. Para Pereira Jr (2013) a imagem corporal é a constituição da figura do corpo que o indivíduo tem de si mesmo, ou seja, como ele concebe e percebe seu próprio corpo.

A construção da imagem do corpo esta relacionada a todo desenvolvimento do sujeito e a percepção e a construção das relações sociais, quando não alcançado esse padrão desejado pode se gerar vários sofrimentos psíquicos e emocionais criando um impacto negativo sobre a autoimagem do sujeito. Referente ao seu corpo todas as entrevistadas mostraram interesse em mudar algo no corpo seja ceio, cintura ou barriga.

Sujeito1: [...] tenho quadril mais largo eu não tenho muita cintura, mas eu tenho um quadril bem largo e os ombros largos também, acho que eu sou bem grande digamos.[...] O que mais incomoda ham não tenho muito seio.

Sujeito 2: [...]sem graça [...] agora todo mundo quer ter tipo corpão assim e dai o meu eu acho ... que não é isso [...] Sei lá não me sinto mal assim mas eu queria tipo mudar.

Sujeito 3: [...] Baxinho, um pouco barrigudinho uma gordura abdominal e os braços um pouco flácidos e largos também [...]Com vontade de mudar mas muita vezes por questão de horário de tempo a gente não, não se envolve em tentar mudar o meu corpo.

A imagem corporal pode ser construída de forma positiva ou negativa podendo até gerar danos ao sujeito como doenças alimentares ou ate depressão gerados a partir da insatisfação com a auto imagem. Segundo Ferreira (2013) na tentativa de se distanciar do corpo real, entendido como aquele marcado pela falta, muitas vezes a mulher, impelida por imperativo de gozo, busca compulsivamente modificar o corpo, recorrendo a métodos de remodelamento.

As participantes da pesquisa mostram que não estão satisfeitas com o corpo que possuem, pois esse corpo que possuem não esta conforme os padrões expostos pela sociedade e por elas, mas a pressão maior elas sofrem é do meio em que vivem. O corpo virou símbolo, é a forma que o sujeito usa para expressar as suas vivencias e conquistar o seu espaço no meio social.

Categoria B - Corpo ideal feminino:

Nesta categoria identificamos o modelo ideal de corpo feminino onde nenhuma entrevistada possui o corpo que almejam e definem como ideal. Para Goldenberg apud Flor (2010) o corpo é um agente das diferenças sociais, sendo “cultivado sob a moral

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