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Análise Fílmica - Freud Além da Alma

Por:   •  1/12/2018  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  449 Visualizações

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Quando Freud volta a atender Cecily, fica claro na fala da moça que ela não conseguiu superar o Complexo de Édipo. Ao contar do acidente de sua mãe, comenta que foi a época mais feliz de sua vida, se corrigindo logo depois, dizendo que apesar disso sentia falta da mãe. Ao decorrer da fala de Cecily notamos não só esse mas vários outros atos falhos, conceito criado por Freud. O ato falho consiste em um erro de linguagem, comportamento e até memória, que não são somente falhas. Por trás desses pequenos deslizes, há um significado muitas vezes profundo e que reflete os problemas internos.

Nas cenas seguintes, vemos novamente referência ao futuro Complexo de Édipo. Quando Freud conversa com sua esposa Martha sobre Cecily, Martha reclama sobre ser um reflexo reprimido de alguém do passado. Freud, em sua fala seguinte, faz menção ao que acontece quando a criança para de enxergar a mãe como objeto de desejo e procura mulheres semelhantes à ela. Freud: “pode ser que tenha semelhança com alguma imagem em meu coração, uma imagem esquecida”.

Voltando a Cecily, percebemos que sua mãe a castrava, e continua, constantemente. Quando a paciente conta a Freud como ganhou uma boneca de seu pai, conta também que deixou sua mãe furiosa. Nessa cena vemos a mãe castrando a menina em um ato violento ao jogar água em seu rosto.

Cecily também conta a Freud do sonho que teve. Começam a conversar e Freud, junto com Cecily, começa a interpretar o sonho. Nesse ponto vemos que Freud não usa a hipnose, a qual abandonaria mais tarde, mas sim da fala como instrumento. Dá-se início então a associação livre, conceito criado por Freud para definir a “cura pela fala”, onde o paciente fala o que vêm a sua mente e também dos seus sonhos. Após várias sessões, Freud consegue chegar à primeira memória traumatizante da paciente, onde a menina é abusada por seu pai e assim, finalmente, Cecily volta a andar.

Cecily foge de casa e espera que Freud vá busca-lá. Quando este a encontra, ela declara seu amor, assume que mentiu em relação a seu pai e se frustra fortemente quando não é correspondida e Freud diz não acreditar nela. Cecily após várias súplicas de amor corre para um alambrado onde ameaça cometer suicídio. Freud convence-a de matar-se não seria a melhor opção e ela então retorna para casa. Nota-se nesta cena dois conceitos freudianos, pulsão de vida (eros) e pulsão de morte (thanatos). Freud coloca que as duas energias estão dentro de nós e nos movem diariamente, de coisas simples até as mais complexas. Nessa cena quando Cecily ameaça se matar, reina a pulsão de morte. Quando Freud convence-a de que não deveria fazer isso, a pulsão de vida volta a reinar.

Novamente em conversas com Breuer vemos Freud colocar a sexualidade como centro da vida psíquica. A experiência com Cecily foi enriquecedora para Freud teorizar sobre a sexualidade. Ele entende que a sexualidade está presente desde o começo da vida e não só a partir da adolescência; é complexa e percorre um longo caminho até chegar a vida adulta.

Freud novamente se analise e finalmente chega à sua memória reprimida. Se surpreende quando vê que seu pai nunca fez nada contra sua irmã, mas sim, tomou a atenção de sua mãe quando ele a desejava. Freud entende então que sua mente se vingou da figura com a qual rivalizava. Assim como Cecily, Freud foi dominado pela pulsão de morte quando falava ou pensava em seu pai.

Formula então a “Teoria da sexualidade” e a apresenta a Breuer. Nesse momento, os dois se separam e passam a defender ideias diferentes.

Já na última cena, Freud expõe aos outros médicos sua teoria. Nessa fala, fica implícito o que mais tarde seria conhecido como os estágios do desenvolvimento psicossexual, pilar da Psicanálise. São eles:

Fase oral (0-1 ano): Neste período a zona erógena do bebê é a boca, ou seja, ele se desenvolve e conhece o mundo através dela. Grande parte de seus impulsos primitivos são satisfeitos nessa área, possuindo uma forte relação com o processo de alimentação e sucção.

Fase anal (2-3 anos): A criança passa a adquirir uma maturação do seu controle postural e muscular, sendo a zona erógena o reto e o trato digestivo final. A criança percebe que é possível o controle e sente prazer ao controlar ela mesma e assim controlar os outros.

Fase Fálica (4-6 anos): A zona erógena encontra-se nas gênitas. Torna-se presente a atividade masturbatória, uma descarga de libido e a curiosidade pelos genitais torna-se bastante presente também, caracterizando-se como a presença ou a ausência do pênis.

Fase de latência: A criança continua a se desenvolver, porem com uma série de conflitos, como por exemplo, a perda do corpo infantil.

Fase genital (Pré adolescência em diante): Trata-se da maturação do desejo sexual onde todos os conflitos das fases anteriores são revividos a partir

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