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A ANOREXIA E BULIMIA

Por:   •  14/3/2018  •  2.466 Palavras (10 Páginas)  •  490 Visualizações

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Nesta perspectiva, podemos considerar que na sociedade capitalista subsistem duas situações antagónicas: por um lado, a anorexia, caracterizada pela negação” excessiva da satisfação da necessidade biológica da ingestão de alimentos e, por outro lado, a obesidade, cuja característica principal é a “aceitação da satisfação dessa mesma necessidade, de uma forma contínua e abusiva. Ballone, 2003.

De facto, no ocidente, ser magra e bonita significa ter competência, sucesso e ser atraente sexualmente, vive-se uma verdadeira sobrevalorização das qualidades físicas. Vindo ao encontro destes valores, as dietas restritivas e cirurgias plásticas transmitem a ilusão de que o corpo é infinitamente maleável. Assim não ser ou não se ver magra é a maior causa da insatisfação corporal entre mulheres e vem se tornando cada vez mais comum.

A cirurgia estética é uma verdadeira psicoterapia. Gilman, 1998.

As cirurgias sejam elas para, redução de peso ou para alteração de uma parte do corpo, estão se tornando um método mais comum e utilizado devido sua facilidade. Esse crescimento reflete a crença popular na sua habilidade, não só para corrigir a deformação corporal, mas também para “curar” e restabelecer a mente afetada pelo corpo.

Seguindo até aqui o que se entende é que a cultura e a sociedade são grandes influenciadores dos transtornos alimentares e psicológicos, e ao mesmo tempo se tornam uma forma de justificativa para ambos, como se o individuo necessitasse disso para se inserir culturalmente na sociedade.

TRATAMENTO E MEDICAÇÃO

Ambos os tratamentos não são apenas com acompanhamento nutricional, mas com um conjunto, que envolve: psicólogo, psiquiatra, assistente social e nutricionista. O tratamento não ocorre somente com o paciente, mas também com sua família. Independente do tratamento seja ele de bulimia ou anorexia, que estão sendo trabalhado no artigo, o primeiro passo para o tratamento e uma consequente cura, é a aceitação do transtorno, tanto da parte do paciente tanto como a dos familiares.

Quanto o tratamento da bulimia: O uso de psicofármacos[2] é de extrema importância. A hospitalização de pacientes com bulimia não é tão frequente como a de pacientes com anorexia, tais hospitalizações ocorrem somente quando há complicações clínicas, suspeita de anorexia, risco de suicídio ou quando houver fracasso no tratamento ambulatorial. Um remédio que exerce grande importância no tratamento são os antidepressivos que ajudam a diminuir a frequência dos vômitos, outros remédios que contribuem são:

Fluvoxamine: reduz o apetite. Fenfluramina: diminui a ingestão alimentar e o consumo excessivo de carboidratos; Paroxetina: em doses médias de 40-60mg/dia, tem se mostrado eficaz no tratamento da bulimia nervosa, inibindo a compulsão alimentar e consequentemente os episódios de vômitos.

Esses tratamentos estão ligados entre si, mas se tratam até então da parte psicológica do transtorno. Quando se trata da questão nutricional, essa parte da recuperação do paciente tem como objetivo diminuir as compulsões, minimizar as restrições alimentares, estabelecer um padrão regular de refeições, incrementar a variedade de alimentos consumidos, corrigir deficiências nutricionais e estabelecer práticas de alimentação saudáveis.

A abordagem pode ser dividida em alguns pontos chave: a) educação sobre a Bulimia Nervosa, suas consequências e sobre alimentação e nutrição; b) redução da preocupação com peso e aumento da aceitação de seu próprio corpo; c) monitoramento da alimentação por meio do diário alimentar e; d) estabelecimento de um plano alimentar regular. Story, 1986.

É necessário que desde o inicio do tratamento o paciente tenha consciência que a restrição dietética pode levar a compulsões descontroladas, e que também não devem excluir certos alimentos ricos em carboidratos da alimentação. Outra, digamos que mania, de bulimicos é a questão da pesagem dos alimentos e da contagem de energias, visto que estes pacientes demonstram extrema atenção na composição dos alimentos e seus valores energéticos. É interessante mostrar desde o começo ao paciente quais são as recomendações de consumo de energia, para que ele não exagere e também não diminua bruscamente tais valores. As consequências metabólicas da restrição e do excesso devem ser explicadas às pacientes. Pacientes com bulimia tem grande insatisfação corporal e também distorção de tal, como já foi citado a cima, o que deve ser trabalhado em uma intervenção nutricional e psicológica. Além de tudo o nutricionista deve pesar o paciente com frequência e discutir qual é o peso ideal para tal, com base na sua constituição corporal e no seu histórico de peso. É importante que o paciente compreenda que o peso ideal é determinado em função da sua saúde, e não de padrões de beleza ou exigências pessoais desmedidas.

Verificou que o tratamento multiprofissional diminuiu a frequência de compulsões e purgações, sendo que, após o tratamento, 97,5% dos pacientes não preenchiam mais critério diagnóstico. Os pacientes passaram a fazer mais refeições sentadas, acompanhadas, quietas e a se sentir menos ansiosos e mais tranquilos durante estas. A preocupação constante com a alimentação e a culpa após comer alimentos “proibidos” diminuiu. Contudo, a maioria permaneceu odiando a sensação de fome, tendo dificuldade com a seleção de alimentos e não acreditando que poderia ter uma alimentação normal e manter um peso normal. Alvarenga, 2001.

Agora falando sobre o tratamento da anorexia, que diferente da bulimia onde os pacientes comem por compulsão, aqui os pacientes não comem, e nesse tratamento há necessidade de internação, que é o segundo passo para a cura, devido a isso o paciente tem condições físicas precaríssimas e risco de letalidade só aumenta. As metas do tratamento nutricional na anorexia nervosa envolvem o restabelecimento do peso, normalização do padrão alimentar, da percepção de fome e saciedade e correção das sequelas biológicas e psicológicas da desnutrição A recomendação para o internamento ocorre quando há perda rápida e severa de peso (maior do que 30% ao longo de seis meses).

Cinco principais categorias para o tratamento da Anorexia:

1. Tratamento em regime de hospitalização com a instalação de vigorosos cuidados de enfermagem e administração de dieta hipercalórica, mesmo contra a vontade da paciente, caso se faça necessário. 2. Técnicas comportamentais e cognitivas têm sido

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