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A dermatite atópica (DA) é uma doença de pele crônica recorrente e prurítica

Por:   •  16/5/2018  •  1.582 Palavras (7 Páginas)  •  446 Visualizações

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Tabela 2. Critérios de Favrot de 2010 para a dermatite atópica canina

1 Aparecimento dos sinais clínicos antes dos 3 anos de idade

2 O cão vive dentro de casa, na maior parte do tempo

3 O prurido responde ao tratamento com glicocorticoides

4 O prurido, numa fase inicial, é sem matéria (ou seja, um prurido sem lesões)

5 Tem as patas dianteiras afetadas

6 Tem os pavilhões auriculares afetados

7 As margens dos pavilhões auriculares não estão afetadas

8 A zona dorso-lombar não está afetada

Um conjunto de cinco critérios preenchidos tem uma sensibilidade de 85% e uma especificidade de 79% para diferenciar cães com DA de cães com prurido crônico ou recorrente sem DA. A adição de um sexto parâmetro positivo aumenta a especificidade para 89% mas diminui a sensibilidade para 58%.

A alergia alimentar (também conhecida como ‘‘reação adversa de origem alimentar’’) é um diagnóstico etiológico. Nos cães, as manifestações clínicas cutâneas das alergias alimentares foram referidas como o aparecimento de um prurido focal, multifocal ou generalizado, otite, seborreia, pioderma superficial e também, em alguns cães, como dermatite atópica. Estas manifestações cutâneas podem ser muitas vezes acompanhadas de sinais digestivos. A dermatite atópica, nos cães e nos humanos, é um diagnóstico clínico. Pode ser exacerbada por uma exposição a alergênicos, que podem ter uma origem ambiental (tal como os ácaros ou os pólens), microbiana e também, no caso de alguns cães, alimentar.

Declaração de opinião: o Grupo de Trabalho Internacional sobre a Dermatite Atópica Canina apoia a ideia de que as reações adversas de origem alimentar (alergias alimentares) se podem manifestar como dermatite atópica em alguns pacientes caninos, ou, por outras palavras, que os componentes alimentares podem desencadear crises de dermatite atópica em cães hipersensíveis a esses alergênicos.

Implicações para a prática clínica: As alergias alimentares podem apresentar-se clinicamente de uma forma semelhante à dermatite atópica em alguns cães, mas nem todos os cães com alergia alimentar a manifestam como dermatite atópica. A dermatite atópica pode ser exacerbada por alergênicos alimentares, mas nem todos os cães com dermatite atópica tem crises induzidas por alimentos. Todos os cães com um diagnóstico de dermatite atópica não sazonal (ou seja, perene) devem ser submetidos a um ou mais testes de eliminação provocação alimentar (também conhecidos como ‘‘dietas de eliminação’’) para determinar, e depois eliminar, quaisquer alergênicos da dieta que possam causar as crises da doença alérgica.

1. Tratamento das crises agudas de dermatite atópica canina:

a. Identificação e evitar os fatores que desencadeiam as crises:

i. Identificação e eliminação, sempre que exequível, dos fatores alergênicos que desencadeiam as crises (pulgas, alergênicos alimentares e ambientais)

ii. Avaliação da utilização de terapêutica antimicrobiana caso estejam presentes sinais clínicos de infecção ou de colonização bacteriana ou por leveduras na pele ou nos ouvidos

b. Otimização da higiene e condição da pele e do pelo:

i. Banhos com xampus não irritantes

c. Redução do prurido e das lesões cutâneas com agentes farmacológicos:

i. Tratamento com glicocorticoides tópicos, especialmente para lesões localizadas, conforme o necessário para controlar os sinais clínicos

ii. Tratamento com glicocorticoides orais, especialmente para lesões generalizadas ou graves, conforme o necessário para controlar os sinais clínicos

2. Tratamento da dermatite atópica canina crônica:

a. Identificação e evitar os fatores que desencadeiam as crises:

i. Realização de dietas de eliminação, seguidas de testes de provocação, em cães com sinais não sazonais

ii. Implementação de um regime de controle das pulgas eficaz em áreas onde estes parasitas são endêmicos

iii. Realização de testes intradérmicos alergênico-específicos e ⁄ ou serológicos, para pesquisa de IgE de modo a identificar alergênicos ambientais como possíveis fatores de desencadeamento de crises

iv. Possível implementação de medidas de controle dos ácaros do pó da casa, se relevantes e exequíveis

v. Avaliação da utilização de terapêutica antimicrobiana caso estejam presentes sinais clínicos de infecção ou de colonização bacteriana ou por leveduras na pele ou nos ouvidos

b. Optimização da higiene e condição da pele e do pelo:

i. Banhos com xampus não irritantes ou com xampus anti-seborreicos ⁄ antimicrobianos, dependendo das lesões cutâneas observadas

ii. Suplementação alimentar com ácidos graxos essenciais

c. Redução do prurido e das lesões cutâneas com agentes farmacológicos:

i. Tratamento com formulações tópicas de glicocorticoides ou de tacrolimus, principalmente no caso de lesões localizadas, conforme o necessário para controlar os sinais

ii. Tratamento com glicocorticoides orais, ciclosporina ou interação subcutâneo, principalmente no caso de lesões generalizadas ou graves, conforme o necessário para controlar os sinais. Normalmente estes agentes não devem ser utilizados em conjunto.

iii.

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