Doença periodontal e dermatites
Por: Salezio.Francisco • 7/5/2018 • 6.282 Palavras (26 Páginas) • 386 Visualizações
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Neville et al. (1998) e Lameira et al. (1999) afirmam que quando o componente erosivo é muito grave, pode haver separações epiteliais, resultando no aparecimento de bolhas. O Líquen Plano pode malignizar em 1-2% dos casos, principalmente as lesões dos tipos atrófica e erosiva. Se localizadas em base da língua e assoalho bucal, têm chance de malignização em 17%.
Já o LÍQUEN PLANO BOLHOSO apresenta íntima relação com o LP erosivo. As bolhas têm duração breve e se ropem rapidamente. Quando há esse rompimento, o tecido subjacente se expõe e o LP torna-se erosivo (SAPP et al., 1997).
REAÇÃO LIQUENÓIDE
Várias drogas podem provocar uma reação indistinguível ao líquen plano.
Esta reação é denominada erupção liquenóide a drogas e apresenta características semelhantes ao líquen plano, freqüentemente com lesões eritematosas.
Na mucosa bucal, o líquen plano bucal e a reação liquenóide apresentam características microscópicas semelhantes, que não permitem a distinção, em coloração de rotina, entre as duas patologias. Callestini (2000) comparando microscopicamente, através das colorações de H.E., P.A.S., Giemsa e
imuno-histoquímica, vinte amostras de líquen plano bucal e vinte de reaçäo
liquenóide da mucosa bucal e utilizando-se da técnica padräo da estreptavidinabiotina-
peroxidase com os seguintes anticorpos monoclonais específicos: KP1 para macrófagos, CD1a para células de Langerhans, L26 para linfócitos B, PS-1 para linfócitos T, CD8 para linfócitos T CD8 e CD56 para células natural killer teve como resultados que as alterações da membrana basal, como espessamento e interrupção, adjacentes a áreas de destruição e desorganização epitelial, são freqüentes em ambas patologias. A distribuição do infiltrado inflamatório apresentou-se mais difusa e em banda no líquen plano e mais focal na reação liquenóide. O perfil imunopatológico foi semelhante e as diferenças microscópicas associadas com a morfologia epitelial ou
com a frequência, distribuição e localizaçäo das células inflamatórias foram pouco significativas para se estabelecer critérios de diferenciação e/ou inter-relaçöes etiopatogênicas entre o líquen plano e a reaçäo liquenóide na mucosa bucal.
Nesse trabalho Callestini (2000) concluiu que para um diagnóstico correto e seguro de reaçäo liquenóide na mucosa bucal torna-se necessário estabelecer uma relação causa-efeito, com o objetivo de identificar e remover possíveis fatores etiológicos locais ou sistêmicos envolvidos na sua patogênese. Todos os pacientes portadores de
líquen plano devem ser questionados sobre a utilização de medicamentos. A reação normalmente desaparece com a interrupção do uso do medicamento. Características histopatológicas: Quanto aos aspectos histopatológicos tanto o líquen plano quanto a reação liquenóide, podem mostrar padrões semelhantes. Apesar de tais aspectos serem característicos, podem não ser específicos. O estudo anatomopatológico
mostra hiperqueratose, destruição da camada basal (degeneração hidrópica),
sendo acompanhado por um infiltrado linfocitário intenso subjacente ao epitélio, disposto em banda. A espessura da camada espinhosa pode variar. As cristas interpapilares podem estar ausentes ou hiperplásicas, mas classicamente pontudas ou em forma de “dente de serra”. São descritas células ovóides eosinofílicas, ceratinócitos degenerados na interface epitélioconjuntivo, chamados corpos de Civatte no leito das células basais, sendo sugestivas, porém, não são patognomônicas (NEVILLE et al., 1998).
A Imunofluorescência direta detecta fibrinogênio na membrana basal em 90-100%dos casos.
Diagnóstico
O Líquen Plano reticular pode ser diagnosticado através da observação clínica, já que as estrias de Wickham são bem visíveis. Pode haver dificuldade em casos onde haja candidíase sobreposta porque o microorganismo pode alterar o padrão reticular característico. No Líquen Plano erosivo indica-se a biopsia incisional para confirmação laboratorial e para descartar outras doenças vésicobolhosas (NEVILLE et al., 1998).
Diagnóstico Diferencial
Leucoplasia, candidíase, lupús eritematoso crônico, pênfigo vulgar, penfigóide, eritema multiforme, gengivite descamativa e queratoacantoma
(CASTRO, 2000).
Tratamento
A grande maioria dos pacientes é assintomática, devendo haver acompanhamento clínico para controlar alterações, orientações sobre higiene oral e observação sobre possível malignização.Nos pacientes sintomáticos, o tratamento mais usado é o uso de corticosteróide que dependendo da gravidade pode ser tópico ou /e sistêmico. Também podem ser usados a ciclosporina e retinóides. Às vezes, quando há candidíase sobreposta, faz-se o uso uma terapia antifúngica.(NEVILLE et al., 1998; PRADO et al.,1999). Ansiolíticos devem ser associados sempre que a ansiedade e/ou os sintomas forem importantes. Tommasi (1989) admite também que é importante que o paciente se mantenha equilibrado emocionalmente. As lesões podem desaparecer
espontaneamente e se acredita que aquelas que aparecem de modo súbito, rapidamente involuem. Utilizam-se medicações locais e por via oral, que devem ser prescritas pelo dermatologista. A doença é rebelde ao tratamento e muitas vezes se faz necessário o uso de várias medicações para a obtenção de melhores resultados.
O tratamento pode durar meses até a recuperação total das lesões.
PÊNFIGOS
“Situação descamante da mucosa oral e da pele, em que auto-anticorpos reagem e destroem componentes antigênicos dos desmossomos das células intermédias, produzindo separação epitelial acima da camada de células basais” (SAPP et al., 1997). Os pênfigos são doenças auto imunes que causam o aparecimento de
bolhas na pele e, algumas vezes, nas mucosas. Eles têm como característica
comum a localização das bolhas na camada mais superficial da pele, a epiderme.
Pênfigo é a denominação geral de um grupo de doenças mucocutâneas
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