O que Motivou a Escolher a Tematica do TCC de enfermagem
Por: Sara • 9/2/2018 • 2.728 Palavras (11 Páginas) • 302 Visualizações
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A enfermagem em cuidados intensivos requer uma capacidade de lidar com situações cruciais, com uma velocidade e precisão geralmente não exigidas em outras unidades assistenciais. O estresse provocado por este tipo de serviço acaba provocando, no profissional de enfermagem, um desgaste maior do que o habitual, o que pode estar justificando o abandono ou a aposentadoria precoce destes profissionais. A enfermagem tem sido descrita como a ciência do cuidado e o cuidado como a sua essência; reconhecendo o cuidador que o seu “cuidar”, diante de algumas situações são limitadas, pois existe toda uma dedicação e um esforço que, muitas vezes, se revelam não suficientes para manter o paciente vivo. Tal profissão requer competência na integração de informação, construção de julgamento e estabelecimento de prioridades, porque, quando o distúrbio acomete um sistema orgânico, outros sistemas são envolvidos na tentativa de adaptar-se ao desequilíbrio. A essência da enfermagem não está nos ambientes especiais em meio de equipamentos especiais, mas no processo de tomada de decisão baseada em condições fisiológicas e psicológicas. Hudak, Gallo (1997 p. 49).
O enfermeiro como líder da equipe, deve saber identificar e compreender, as principais necessidades de sua equipe, buscando com isso manter um ambiente de trabalho o mais harmonioso possível, o enfermeiro deve manter uma postura de líder sabendo ouvir as necessidades de seus funcionários, evitarem fazer afirmações precipitadas, não fazer julgamentos, não ser autoritário e ser flexível em suas decisões. O enfermeiro na UTI age como sujeito presente, ativo e co-participante. Compõem esse tema os significados de ordem emocional, que será sustentado pelo prazer pessoal obtido pelo trabalho. Apesar da natureza ambígua do trabalho que desenvolve, tem a sua identidade profissional pautada na face gratificante do trabalho que lhe confere satisfação profissional e pessoal.
A responsabilidade profissional mostra que o enfermeiro busca controle quase absoluto de tudo, exigindo de si mesmo atitudes sobre-humanas, as representações sociais apontam para o potencial educativo, com vistas ao avanço da qualidade do cuidar, onde estão envolvidos: profissionais sistemas formadores e prestadores de serviços e sociedade em geral.
A UTI E A OBJETIVIDADE DO CUIDADO
A internação em unidade de terapia intensiva é precedida de comprometimentos orgânicos, presentes e potenciais, que colocam em risco a vida do ser doente. Nós acadêmicas acreditamos que esse fato tem contribuído para que a assistência de enfermagem, nessa unidade, seja norteada pelo modelo biomédico. Insatisfações com o modo de cuidar em UTI, por volta das décadas de 70 e 80, levaram estudiosos de enfermagem nessa área, a alertar para que seja considerada a existência de outras necessidades tão importantes quanto aquele pertinente à esfera física. Porem tem percebido que, embora exista a necessidade de focalizar o sensível, ainda predomina o cuidado voltado para os aspectos físicos, como controle e manutenção das funções vitais.
O cuidado de enfermagem não pode prescindir do aspecto humanístico e relacional. O cuidado não se restringe apenas a uma ação técnica no sentido de fazer, executar um procedimento, mas também no sentido de ser expresso de relacional. No entanto, temos observado que esses aspectos são desconsiderados ou pouco valorizados. O cuidado na UTI é tecnicista e mecânico, desprovido, muitas vezes, dos sentimentos do doente e seus familiares.
A internação na UTI rompe bruscamente com o modo de viver do sujeito. A sua identidade fica fortemente afetada. Devido ao grau de gravidade de seu estado, geralmente não é considerado como sujeito capaz de escolher, decidir, opinar, dividir, com direito à expressão e à informação. Muito pouco ou nunca exerce sua autonomia, nem mesmo em relação as atitude próprias de cada um, como higiene pessoal, alimentação, eliminações, entre outras. Trata-se de uma sujeição total ou quase total àqueles que dele cuidam. Deixa de ser um ser singular e transforma-se em um objeto, receptáculo de cuidados técnicos, intensivo, o que é confirmado pela seguinte assertiva:
Quando um membro da família necessita internação numa UTI, parece ser um dos acontecimentos mais difíceis na dinâmica familiar. Essa situação se torna ainda mais difícil quando o familiar depara com um serviço em que as rotinas de visitas são impostas, com horários rígidos, tempo de visita muito curto e numero restrito de visitante por doente. As informações sobre os doentes geralmente são dadas num determinado horário, pelos médicos, em alguns serviços, por meio de boletins, contendo informações do tipo: óbito; muito grave; estável; melhorando. Nós acadêmicas entendemos que tanto o bem-estar quanto estar melhor dos pacientes devem ser os objetivos principais da enfermagem numa UTI. Os (as) cuidadores (as) de enfermagem deverão ajudar o outro a ser o mais humano possível, mesmo quando o doente de UTI está envolto em maquinas, fios, soros, drenos, dentre outros, pois sua melhora pode acontecer devida a sua relação com o mesmo. Enfim, os cuidadores de enfermagem da UTI precisam humanizar a assistência, nesse ambiente, oportunizando as relações, otimizando as expressões, tanto objetivas como subjetivas.
A UTI NEONATAL
Imediatamente após o nascimento, o neonato necessita assumir suas funções vitais que, durante a vida intra-uterina, eram realizadas pela placenta. O nascimento é considerado uma fase crítica, denominada de período de transição, que exige adaptações fisiológicas repentinas e cruciais no sistema corporal. Em essencial, os sistemas cardiovasculares e pulmonares sofrem alterações assim que o cordão é clampeado, e tem início a respiração. O período de transição fetal para o neonatal representa uma das fases mais dinâmicas e difíceis do ciclo vital humano que demanda a transformação de uma condição de completa dependência para outra de auto-suficiência em relação à oxigenação e nutrição. Em cerca de 85 a 90% dos nascimentos, a adaptação do RN do ambiente intra para o extra-uterino ocorre em um período rápido, de maneira fisiológica, atingindo a estabilização. Porém, alguns recém-nascidos podem apresentar intercorrências e os profissionais necessitam estar habilitados para reconhecer precocemente e intervir nestas situações.
É fundamental que haja capacitação técnica dos profissionais que participam do atendimento imediato ao RN, além de maior sensibilidade por parte dos profissionais voltados para uma assistência humanista, pois, em função do modelo
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