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Assistência de enfermagem na puérpera com depressão pós parto

Por:   •  17/5/2018  •  6.672 Palavras (27 Páginas)  •  809 Visualizações

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A puérpera deprimida, ao contrário da hiperativa, pode apresentar-se com um profundo retraimento e necessidade de isolamento, além de desenvolver uma competição com o bebê pelas atenções do meio que a cerca. Felix et. al (2013) afirmam que “a prostração e a decepção com sentimentos de fracasso e desilusão têm aspectos regressivos que se somam aos já produzidos pelo parto, fazendo com que a puérpera sinta-se mais carente e dependente de proteção”.

Partindo dessa premissa pergunta-se: o profissional enfermeiro conhece os sinais e sintomas da depressão pós parto? quais são as habilidades e conhecimentos que o enfermeiro deve utilizar para realizar estratégias eficientes para a prevenção da depressão pós parto?, a puérpera consegue reconhecer que esta sendo afetada pela patologia e aceita o tratamento?

O objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância da Assistência de Enfermagem à Puérpera com Depressão Pós Parto. Assim como identificar os fatores de riscos da depressão pós parto a partir da revisão de literatura, descrever as ações de enfermagem no cuidado à puérpera com depressão pós parto e apresentar as formas de tratamentos a depressão pós parto.

O papel desenvolvido pela mãe é afetado pelo transtorno depressivo puerperal que somado as suas peculiaridade relativas à maternidade prejudica esse desempenho. Para Felix et. al (2013), “sentimentos negativos, desinteresse pelo bebê e culpabilidade por não conseguir cuidar dele são frequentes e podem resultar em um desenvolvimento insatisfatório da interação mãe bebê”.

Assim justificou-se este estudo como uma forma de contribuir com uma assistência de qualidade para a saúde materna no pós parto, uma vez a partir da revisão de literatura buscou-se detectar as manifestações clínicas da depressão pós parto demonstrando as medidas de segurança para mãe e filho, desenvolvendo um olhar diferenciado para o conhecimento de uma assistência de forma humanizada e holística com a finalidade de atender todas as necessidades frente ao agravos ocasionados por essa patologia.

REVISÃO DE LITERATURA

Fatores de Riscos da depressão pós parto

Alterações anatômicas, fisiológicas e hormonais estão presentes durante a gravidez o que provocam mudanças estruturais que influenciam o comportamento feminino. “Durante a gravidez inicia-se um período atribulado, na vida da mulher, no qual temores, ansiedades e alegrias estarão constantemente presentes em suas condutas” (SOBREIRA, PESSOA, 2012).

Mesmo sendo planejada a gravidez, desperta vários sentimentos e preocupações entre os quais estão a ansiedade, pois trata-se de um momento em que a mulher fica apreensiva quando pensa no futuro, “afinal ela elabora fantasia a respeito de seu papel na educação e no cuidado do filho, o que implica em enorme responsabilidade, existe ainda o medo da morte tanto da criança quanto sua” (SOBREIRA, PESSOA, 2012).

Esse sentimento de preocupar-se com o futuro está relacionado com a adaptação psicológica, social e cultural inadequada da mulher frente à maternidade. De acordo com Silva et al:

Mulheres com mais eventos estressantes de vida durante a gestação e no início do puerpério possuem níveis maiores de sintomas depressivos. Além disso, as diferenças culturais relacionadas aos costumes, rituais e aos papéis dos membros da família são também creditadas por desempenhar papel determinante na redução ou acentuação da DPP. Por fim, psiquiatras comentam que a etiologia das síndromes psíquicas pós parto envolve a interação de fatores orgânicos/hormonais, psicossociais e a predisposição feminina (2010).

Os próprios mecanismos do puerpério podem causar predisposição a mulher frente à DPP. Santos et. al (2009) “afirmam que mulheres que passaram por puerpérios com algum comprometimento clínico podem manifestar a patologia, pelo fato de tanto a gravidez quanto o parto serem fatores estressantes para a mulher, atuando como desencadeantes da DPP”.

Os fatores de riscos capazes de desenvolver um quadro depressivo no puerpério são visto de forma semelhantes nas diferentes culturas e nas diversas localidades. Para Fonseca et. al (2010) atuam como fatores de riscos: “perda significativa, estresse, episódio depressivo prévio, gravidez indesejada, dificuldades para lidar com o bebê devido ao temperamento deste ou a doenças, conflito marital, baixo apoio social e dificuldades econômicas”.

A partir dos estudos realizados no Brasil sobre os fatores que desencadeiam a DPP e que estão agregados a depressão materna, Fonseca et. al (2010) encontraram como fatores: “menor escolaridade, maior número de gestações, menor tempo de relacionamento, quanto as características de temperamento do bebê, concluíram que a irritabilidade do recém-nascido e déficits em sua capacidade de controle motor são fatores preditivos de depressão pós-parto”.

Tratamentos da depressão pós parto.

Na DPP o tratamento está baseado no esclarecimento da patologia, compreensão e apoio, por parte tanto dos familiares quanto dos profissionais da equipe multidisciplinar que estão em contato direto com a puérpera. Assim o tratamento para Ribeiro; Andrade (2009) “deve ser ginecológico-obstétrico, pois há o acompanhamento da gravidez e, consequentemente, um elo por possuir uma relação forte de seu estado depressivo através de sessões de apoio; e psicológico e de confiança com o paciente”.

Para que o tratamento da DPP seja eficaz é necessário que o enfermeiro participe do reconhecimento dos sinais e sintomas atuando junto com a família no desenvolvimento de mecanismos de prevenção, que possam contribuir na saúde da puérpera, para Ribeiro; Andrade (2009) “se a família e os enfermeiros colaborarem de modo satisfatório, oferecendo confiança e segurança à mãe principalmente nas realizações das atividades maternas, sem críticas, fazendo uso da compreensão e carinho, a DPP vai diminuir de intensidade”.

Quanto à terapêutica medicamentosa para Santos Júnior et al (2009) no tratamento DPP, aponta-se a utilização de quatro medicamentos presentes nas diretrizes atuais: “Fluoxetina, Citalopram, Sertralina e Paroxetina. As duas primeiras drogas não devem ser utilizadas em puérperas que amamentam, por se encontrarem níveis significativos de antidepressivos nos lactentes expostos, efeitos colaterais e dificuldade de ganho de peso”.

Devido alguns antidepressivos serem encontrados em lactentes Santos Júnior et al (2009) orienta que, até “o

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