A Doença da Febre Amarela
Por: SonSolimar • 11/11/2018 • 3.244 Palavras (13 Páginas) • 402 Visualizações
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Procedeu-se a uma nova delimitação, em outubro de 2008, a qual se levou em consideração vários fatores, como: os ecossistemas (bacias hidrográficas, vegetação), evidências da circulação viral, corredores ecológicos, trânsito de pessoas, tráfico de animais silvestres e critérios de ordem operacional e organização da rede de serviços de saúde que facilitassem procedimentos operacionais e logísticos nos municípios.
A partir desses fatores foram redefinidas, então, duas áreas no País:
- Área Com Recomendação de Vacina (ACRV):
Correspondendo àquelas áreas onde se reconhece o risco de transmissão;
- Área Sem Recomendação de Vacina (ASRV):
Correspondendo às “áreas indenes”, sem evidência de circulação viral.
Qualquer pessoa pode ser infectada com o vírus da febre amarela, porém devido à penetração em zonas silvestres da área endêmica de febre amarela, relacionada à maior exposição profissional, esta doença acomete com maior frequência o sexo masculino, em uma faixa etária acima dos 15 anos. Também são consideradas comuns vitimas de tal enfermidade, são pessoas não vacinadas que residem próximas aos ambientes silvestres, onde circula o vírus, além de turistas e migrantes que adentram estes ambientes sem estar devidamente imunizados.
Nos meses de dezembro a mão, é quando ocorre a maior frequência da doença. Tudo devido ao período com maior índice pluviométrico, quando a densidade vetorial é elevada, coincidindo com a época de maior atividade agrícola.
A reemergência do vírus no Centro-Oeste brasileiro volta a causar preocupação no cenário atual, devido ao período de monitoramento 2014/2015 (julho/2014 a junho/2015), registrar alterações no padrão de ocorrência de casos humanos e epizootias em primatas não humanos (PNH) durante o período sazonal da doença (dezembro a maio), com maior incidência de casos humanos em viajantes que realizavam atividades de turismo e lazer. A maior parte dos casos confirmados ocorreu em regiões turísticas de Goiás e Mato Grosso do Sul, áreas que mantêm intenso fluxo de pessoas, sobretudo durante o verão (período sazonal da doença).
Vigilância Epidemiológica:
No Brasil, a vigilância da febre amarela atua visando reduzir a incidência da Febre Amarela Silvestre, impedir a transmissão urbana e também detectar oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. O Programa de Vigilância da Febre Amarela atua de forma articulada em diferentes áreas, como vigilância entomológica (vetores urbanos e silvestres), vigilância de casos humanos, vigilância ambiental e ações de informação, de educação e de comunicação.
A Febre Amarela é uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto casos humanos com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado (até 24 horas após a suspeita inicial) às autoridades locais competentes da forma mais rápida possível.
Vigilância de casos humanos:
Para a febre amarela, a vigilância de casos humanos é feita por meio da notificação da ocorrência de casos com sintomatologia compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado o mais rápido possível, por tratar-se de uma enfermidade grave, com risco de transmissão para outras áreas do território nacional e até mesmo internacional.
Além da comunicação rápida, de até 24 horas, os casos suspeitos devem ser notificados por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, SINAN.
Vigilância de Epizootias em primatas não humanos:
Em 1999, após período de intensa transmissão no centro-oeste brasileiro, foi iniciado sistema de vigilância de epizootias em primatas, onde foi observada a ocorrência de epizootia em primatas de formas precedente e concomitante aos casos humanos de febre amarela silvestre.
O Ministério da Saúde passou a incentivar iniciativas regionais para identificar a circulação do vírus em seu ciclo enzoótico, a partir de então.
Tal estratégia de vigilância consiste essencialmente em captar informações em tempo oportuno sobre adoecimento ou morte de PNH, primata não humano, e investigar adequadamente esses eventos, já que as epizootias em PNH alertam para o risco de transmissão de Febre Amarela Silvestre para o homem. A finalidade é subsidiar a tomada de decisão para a adoção de medidas de prevenção e de controle e para reduzir a morbimortalidade da doença na população humana, em áreas afetadas, com transmissão ativa, e ampliadas, áreas adjacentes.
Para efeito de vigilância, a definição de epizootia suspeita de FA é:
“Primata não humano de qualquer espécie, encontrado doente ou morto, incluindo ossadas, em todo o território nacional”.
Considera-se primata não humano doente, um animal que apresenta comportamento anormal, movimenta-se lentamente, não demonstrando instinto de fuga, esteja segregado do grupo, com perda de apetite, baixo peso, desnutrido, desidratado, com lesões cutâneas, secreções nasais, oculares e diarreia, dentre outros sinais ou sintomas.
Vigilância Entomológica:
É definida como uma observação ininterrupta e avaliação de informações originadas das características biológicas e ecológicas dos vetores, nos níveis das interações com hospedeiros humanos e animais reservatórios, sob a influência de fatores ambientais, que proporcionem o conhecimento para detecção de qualquer mudança no perfil de transmissão das doenças, e tem por finalidade, recomendar medidas de prevenção e controle dos riscos biológicos mediante a coleta sistematizada de dados e sua consolidação no Sistema de Informações da Vigilância Ambiental em Saúde.
Baseando-se na pesquisa de vírus a partir de mosquitos, a vigilância entomológica constitui uma ferramenta alternativa de investigação de eventos suspeitos de Febre amarela e outros arbovírus. É possível estabelecer vínculo epidemiológico entre esse achado laboratorial e o evento sob investigação, tudo a partir de um resultado positivo.
Para o desenvolvimento das atividades de investigação entomológica
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