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Pilhas e Baterias: Como usar e como descarta

Por:   •  2/10/2018  •  2.492 Palavras (10 Páginas)  •  368 Visualizações

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- Definição e funcionamento

Com esse breve histórico sobre sua origem podemos agora nos perguntar o que é uma pilha afinal? A pilha é um pequeno dispositivo capaz de gerar energia elétrica através de uma reação química. Para que isso ocorra, são necessários alguns componentes para que ocorra a reação e através dessa reação consiga a liberação de energia; um dispositivo contendo um par de eletrodos metálicos diferentes, onde um deles é o polo positivo e o outro sendo o polo negativo, submersos em uma solução química (conhecida como eletrólito) contendo íons. Quando os polos são interligados por um fio condutor, inicia-se uma reação química e o fio é percorrido por uma corrente elétrica, que só termina quando a reação química cessa ou um dos eletrodos for totalmente consumido pela reação. Nas pilhas, o sentido da corrente faz se do polo negativo ao positivo. Uma coisa importante que devemos saber é que pilha é diferente de bateria. Enquanto a pilha apenas converte energia química em elétrica, a bateria faz a interconversão entre energia química e elétrica. Ou seja, na pilha comum, quando seu potencial energético termina, ela não serve mais, enquanto que nas pilhas recarregáveis (bateria recarregável), elas podem ser recarregadas e utilizadas novamente por várias vezes. Por isso é necessário deixar claro a diferença entre a pilha comum e a pilha recarregável que basicamente está na composição, a pilha comum são compostas de zinco metálico em meio ácido separado por um papel poroso; já as recarregáveis são na maioria das vezes compostas de uma liga de níquel cádmio. Resumindo as pilhas comuns produzem uma reação não reversível enquanto as recarregáveis produzem uma reação reversível.

- Componentes e seus efeitos

As baterias e pilhas possuem resíduos perigosos e compostos de metais pesados altamente tóxicos e não biodegradáveis, como cádmio, chumbo e mercúrio, depois de utilizadas, a maioria é jogada em lixos comuns e vai para aterros sanitários ou lixões a céu aberto.

A forma como são eliminados e o consequente vazamento de seus componentes tóxicos contaminam o solo, os cursos d’água e o lençol freático, atingindo a flora e a fauna das regiões circunvizinhas. Através da cadeia alimentar, essas substâncias chegam, de forma acumulada, aos seres humanos.

Cádmio é um dos metais mais tóxicos. A principal via de absorção é a inalação em meios industriais ricos em fumos e poeiras de cádmio. Uma simples exposição a elevadas concentrações de óxido de cádmio pode causar graves irritações pulmonares ou mesmo a morte.

Chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela quantidade e severidade dos seus efeitos. É classicamente uma toxina crônica, sendo observados poucos efeitos após uma exposição aguda a níveis relativamente baixos. Pode ter efeitos no sangue, medula óssea, sistema nervoso central e periférico e rins, resultando em anemia, encefalopatia, cólicas abdominais e insuficiência renal; é tóxico para a reprodução e desenvolvimento humanos.

Mercúrio à medida que ele passa ao sangue liga-se as proteínas do plasma e nos eritrócitos distribuindo-se pelos tecidos concentrando-se nos rins, fígado e sangue, medula óssea, parede intestinal, parte superior do aparelho respiratório a mucosa bucal, glândulas salivares, cérebro, ossos e pulmões. É um tóxico celular geral, provocando desintegração de tecidos.

Os metais pesados contidos nas pilhas e baterias, quando absorvidos, são de difícil eliminação pelo organismo, podendo causar diversos efeitos nocivos ao ser humano, tais como: alergias de pele e respiratórias; náuseas e vômitos; diarreias; diminuição do apetite e do peso; dores de estômago e gosto metálico na boca; instabilidade, com distúrbio do sono; inibição das células de defesa do organismo e bronquite. “Pode inclusive causar danos ao sistema nervoso, edemas pulmonares, osteoporose e alguns tipos de câncer.”

- Vantagens das pilhas recarregáveis

Sabemos que pilhas recarregáveis se mostram superiores a pilhas descartáveis no quesito produção de energia (RCA-OL Vol. 6, N° 3, 2010), sendo assim essas naturalmente demoram mais para ser substituídas. A quantidade de vezes que podem ser recarregadas amplia ainda essa vida útil, número que, em uma situação ideal de uso, varia entre 100 e 1000 recargas, dependendo do tipo de pilha (esta quantidade pode ser obtida impressa nas embalagens das pilhas). É claro então deduzir que para obter a mesma longevidade de uma pilha recarregável serão necessárias diversas trocas de pilhas não-recarregáveis, gerando um impacto ambiental consideravelmente maior.

Acreditamos que a relutância da população em comprar pilhas recarregáveis ao preço, muitas chegam a custar de duas a cinco vezes o preço de suas equivalentes descartáveis, e à necessidade de se adquirir um carregador, que em média custa cinquenta reais. O que a maioria não percebe é que seu gasto inicial seria recuperado rapidamente após algumas recargas. Uma comparação pode ser feita facilmente tomando como base pilhas AAA. Conforme ( Massini, 2011) um conjunto com quatro pilhas recarregáveis AAA da marca Philips, que podem ser recarregadas mil vezes, custa em média quarenta e sete reais, em comparação uma unidade com quatro pilhas AAA descartáveis da marca Duracell custa onze reais. Acrescentando o preço do carregador ao preço das pilhas recarregáveis, e dividindo o custo total pelo número de recargas, temos que o cliente estaria gastando 0,097 real por recarga, em contraste com os onze reais gastos nas pilhas descartáveis, uma economia de 99,12% por recarga, além do fato de estar evitando o descarte de quatro pilhas comuns.

Vale a pena lembrar que, apesar da utilização de pilhas recarregáveis gerar menos resíduos que a de pilhas comuns, existe dentre os tipos de pilhas recarregáveis aqueles que são menos poluentes. Setenta por cento das pilhas recarregáveis são do tipo níquel-cádmio (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira), prejudicial ao ambiente devido à presença de cádmio, que possui toxicidade similar a do mercúrio. Pilhas feitas de níquel metal-hidreto (NiMH) são aceitáveis em termos ambientais, mais eficientes que as de Ni-Cd e poderão substituir estas no futuro, quando os preços de produção diminuírem.

- Reciclagem e Meio Ambiente

Não podemos simplesmente descartar qualquer coisa no lixo, principalmente se sua composição existe algum material tóxico e poluente. Nem toda pilha pode ser jogada no lixo

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