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O LUCRATIVO NEGÓCIO COM O AR POLUÍDO         

Por:   •  26/10/2018  •  1.382 Palavras (6 Páginas)  •  285 Visualizações

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Alguns valores do mercado de carbono são empregados também para plantio de árvores. A supervisão de área plantada é feita por imagem de satélites de áreas antigas e novas para garantir o não desmatamento. As empresas que emitem carbono e “fornecem” fogões à lenha para moradores da Zâmbia, por exemplo, devem se assegurar de que as lenhas utilizadas nos fogões sejam de madeira de reflorestamento. Assim, os moradores de Zâmbia diminuem suas quantidades de emissão de CO2 para que os alemães possam aumentar as suas.

Quem descobriu esse negócio da China?

O conselho executivo do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) está situado na Alemanha na cidade de Bonn. As pessoas desse conselho se reúnem em lugares secretos para nós seres mortais. Uma das questões debatidas nas reuniões do conselho tem sido a produção de gases de refrigeração principalmente por China e pela Índia. Esses gases geram subprodutos nocivos ao clima do planeta, segundo o artigo. Estranhamente, quanto mais esses países produzem tais gases, mais eles são “premiados” com certificados de créditos de carbono, que são vendidos, posteriormente aos europeus. Esse estímulo covarde e perverso levou as empresas a intensificar as emissões.

A ideia do mercado de carbono tinha como plano em médio prazo, obrigar os poluidores a investir em fontes de energia mais renováveis, como a energia eólica, por exemplo, e o compromisso de que cada vez menos se emitissem certificados para créditos de carbono. Mas a emissão de créditos ocorreu de forma excessiva e, com a recessão européia, diminuiu-se a produção industrial, diminuiu-se a emissão de carbono, mas com os créditos “em mãos”, os poluidores acabaram tendo o “direito” de poluir “mais tarde”, quando a economia assim permitisse.

No sul da China, os moradores do vale fluvial de Bala não tiveram a mesma “sorte” de serem “premiados” com utensílios dados pela RWE, tal como os moradores de Zâmbia. Na construção da barragem de Bala, os moradores da região tiveram que perder suas terras e serem reassentados a contragosto. A usina hidrelétrica construída fornecerá meio milhões de créditos de CO2 para a RWE o que dará à empresa o “direito” de queimar carvão por seis dias. O cálculo é feito dessa forma: como a usina não produzirá carbono, ela poderá emitir certificados de carbono que permitem que outros possam emiti-los e, nesse caso, a grande interessada, a Alemanha, adquire os certificados, comprando os créditos.

CONCLUSÃO

O comércio de carbono revela a eterna guerra entre países ricos e países pobres. Enquanto os países desenvolvidos desfrutam do conhecimento, luxo, riqueza, renda per capta alta, enfim desfrutam de todo conforto, as populações dos países em desenvolvimentos são tratados como laboratórios de pesquisas para todo tipo de experiência, e no caso desse comércio “inventado” em Kyoto, como bode expiatório na emissão de CO2. Todos deveriam pagar pela poluição que geram, ou seja, tanto os ricos como os pobres, afinal a terra é de todos e os problemas certamente aparecerão para todos. Enfim sou contra esse mercado onde apenas os países em desenvolvimento trabalhem para não aumentar a poluição no mundo. Cada tonelada de CO2 (equivalente) não emitida ou retirada da atmosfera por um país em desenvolvimento pode ser negociada no mercado mundial, vale muito mais que o valor que é negociado nas bolsas de valores, porque vem do suor de trabalhadores já cansados de serem explorados pelos governos locais. Não é ético pagar para que se tenha um luxo sem que se faça nada em troca. As compensações que os países poluidores e compradores de créditos de carbono fazem são irrisórias e não evitam o grande problema em questão, que é diminuir a poluição ambiental.

Por outro lado, ainda se discute se realmente o CO2 é o gás que destrói a camada de Ozônio e causa aquecimento. Todos já sabem que existem ciclos na terra oriundos da energia solar e o calor emitido pelos oceanos são os responsáveis pelo esfriamento e aquecimento do planeta, uma vez que esses fenômenos acontecem desde as eras glaciais. Mas, enfim, esse pretexto de pagamento de CO2 é apenas um freio para que as nações em desenvolvimento estagnem e parem de crescer. É isso que os “Donos do Mundo” querem fazer.

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