Estudo Dirigido Morfo
Por: Rodrigo.Claudino • 16/4/2018 • 1.369 Palavras (6 Páginas) • 339 Visualizações
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ELETROFORESE DAS PROTEÍNAS URINÁRIAS: Segundo Ferrer (2008), esse processo se configura como método para avalição qualitativa da proteinúria, é recomendado especialmente na suspeita de proteinúria de sobrecarga. Esse processo identifica “picos monoclonais na fracção gama, relacionados com a presença de cadeias leves de imunoglobulinas e característicos das discrasias plasmoscitárias. A sua associação a imunofixação (imunoelectroforese) permite identificar o tipo de cadeia em causa (k ou gama), aumentando a sensibilidade para detecção da paraproteína.” (FERRER, 2008, p. 239).
3- Qual a importância clínica da pesquisa e dos achados de proteína e albumina na urina?
A presença de proteinúria é um achado indicativo de comprometimento renal (Mendes e Bregman, 2010). Estudos em doentes com DRC (Doença Renal Crônica) não diabética mostraram que valores basais elevados de proteinúria se associavam a um mais rápido declínio da função renal (FERRER, 2008).
Da mesma maneira, segundo Ferrer (2008), resultados de estudos em doentes com nefropatias diabéticas mostraram que valores inicias elevados da razão albumina/creatina eram significativos avisos da progressão da doença renal. Observou-se também nos estudos que com uma maior redução da proteinúria obteve-se um melhor prognóstico renal. “A proteinúria é assim um marcador de risco renal [...].” (FERRER, 2008, p. 242). Assim, "A redução da proteinúria se associa diretamente com progressão mais lenta da DRC." (MENDES; BREGMAN, 2010).
A excreção urinária de albumina entre 30 e 300 mg/dia é denominada microalbuminúria, e a avaliação desse valor é utilizada, sobre tudo, na identificação de pacientes diabéticos com riscos de nefropatia e na avaliação de risco cardiovascular, em hipertensos, por exemplo (FERRER, 2008).
Segundo Mendes e Bregman, a teoria mais conhecida hoje é a de que a perda da albumina pela urina está relacionada com o aumento da pressão intraglomerular, provocando, com isso, a hiperfiltração glomerular. "A perda de albumina pela membrana do capilar glomerular pode representar, ainda, manifestação de anormalidade endotelial glomerular, ou generalizada (MENDES; BREGMAN, 2010)". Por fim, "a queda no nível de albumina plasmática por diminuição da síntese, por aumento do catabolismo, ou por uma combinação dos dois fatores, leva ao déficit óncotico, que produz edema e diversas outras alterações fisiológicas" (MATOS, 2005).
4- Qual é a associação da microalbuminúria com doenças cardiovasculares?
Segundo Ferrer (2008, p. 242), “[...] a microalbuminúria é um importante fator de risco de doença e mortalidade cardiovascular” em pacientes que apresentam ou não diabetes e/ou hipertensão. A presença de microalbuminúria está associada a um aumento do risco de enfarte do miocárdio, de AVC e de morte cardiovascular, em doentes com ou sem diabetes e/ou hipertensão (FERRER, 2008), conforme pesquisa apresentada no estudo HOPE (Heart Outcomes Prevention Evaluation), que envolveu mais de nove mil doentes em risco de evento cardiovascular. Ainda vericou-se que o aumento absoluto da excreção urinária de albumina era proporcional ao aumento do risco.
Esses mesmos resultados foram observados no estudo LIFE, realizados em hipertensos e com evidência eletrocardiográfica de hipertrofia do ventrículo esquerdo. Além desses, o estudo PREVEND, realizado com 40.548 pessoas oriundas da população geral, também mostrou aumento do risco relativo de mortalidade cardiovascular numa proporção de 1,35 para cada duplicação do valor de albumina secretada na urina. Ainda segundo Ferrer (2008), apesar da microalbuminúria só ser considerada quando o valor de albumina excretada diariamente na urina ultrapassa 30 mg (30 mg/g de creatinina), algumas produções publicadas na última década sugerem que níveis consideravelmente menores de albuminúria estão relacionados a uma elevação do risco cardiovascular, somado aos fatores de risco convencionais. Embora existam estas evidências, a relação entre microalbuminúria e doença cardiovascular não está totalmente esclarecida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAYNES, John W.; DOMINICZAK, Marek H. - Bioquímica Médica, 4ª edição, Rio de Janeiro, 2015.
FERRER, Francisco; et al. Proteinúria: Como valorizar o seu significado. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, [S.l.], v. 24, n. 2, p. 235-47, mar. 2008. ISSN 2182-5173. Disponível em: http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10479/10215>. Acesso em: 05 out. 2016.
GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução a Genética. 8. ed. Rio de Janeiro, 2006.
KIRSZTAJN, Gianna Mastroianni. Proteinúria: muito mais que uma simples dosagem. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 46, n. 3, jun. 2010.
MATOS, G.C. Estudo de Utilização da Albumina Humana em Hospitais do Rio de Janeiro, Brasil. 2005. Tese (Doutorado) - Curso de Doutorado em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2006.
MENDES, R.S. BREGMAN, R. Avaliação e metas do tratamento da proteinúria. Rev.
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