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Plano De Investigação

Por:   •  18/12/2017  •  2.632 Palavras (11 Páginas)  •  282 Visualizações

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O comercio de escravos entre a África e as colônias portuguesas marcou o estabelecimento de uma enorme rede de comercio de seres humanos e da consolidação de um sistema produtivo baseado na mão de obra escrava. O trafico negreiro acontecia por meio de grandes embarcações que levavam os negros da África para o Brasil. As condições em que as pessoas eram transportadas eram horriveis, com navios superlotados e péssimas condições sanitárias faziam com que diversas pessoas morressem no trajeto. Ao chegar na colônia, os escravos ficavam de quarentena ate conseguirem melhorar e serem transportados, algumas vezes a pé para suas fazendas designadas. Ao todo, entraram no Brasil cerca de 4 milhões de escravos, homens, mulheres e crianças. Havia também, um desequilíbrio demográfico entre homens e mulheres na população escrava, cerca de 70% dos escravos eram homens devido ao seu maior valor de venda. Escravos homens, jovens e saudáveis eram os mais valorizados entre os demais.

Os negros nas fazendas não eram vistos como pessoas normais, mas sim como mercadorias ou até mesmo animais.O tratamento dos escravos dentro das grandes fazendas era baseado na violência, que ficou marcada como uma das grandes características do modelo socioeconômico brasileiro da época. A violência era imposta com o objetivo de dominação dos senhores sobre seus escravos que negavam obedecer às ordens dos senhores. O castigo era reconhecido socialmente por todos os escravos mesmo que eles não o aceitassem, era um direito do senhor que buscava maximizar a produção econômica do escravo e diminuir ou acabar totalmente com sua participação política.Condições insalubres dentro das lavouras, pouca comida oferecida pelos senhores e jornadas imensas de trabalho eram os motivos pelos quais os escravos se rebelavam. Muitas vezes, os escravos conseguiam fugir de suas fazendas e organizaram-se em quilombos, sociedades de escravos fugitivos que buscavam proteção em conjunto. O mais famoso quilombo foi o Quilombo dos Palmares que chegou a ter aproximadamente 20mil pessoas morando nele.

A Igreja Catolica juntamente com o estado proibiu qualquer manifestação religiosa por parte dos escravos. O culto religioso era considerado crime e passível de punição tirando totalmente a liberdade de expressão dos escravos. Por causa disso, eles tiveram que encontrar novas formas de fazer seu culto associando os santos católicos com os da sua religião. Isso foi o ponto de partida para a formação das religiões afro-brasileiras que acabaram se misturando em costumes, crenças, santos e etc.

2 formação do candomblé

O Candomblé é uma religião africana trazida para o Brasil durante as migrações africanas nos séculos XVI e XVII, tendo milhões de seguidores em todo o mundo, mas a grande parte se encontra aqui no nosso país. Com a maior concentração em Salvador, onde os africanos desembarcaram para serem escravos nesta época. Embora alguns defendam a ideia que são cultuados por vários Deuses, é uma religião monoteísta.

Nesse período, a Igreja Católica proibia o ritual africano e ainda tinha o apoio do governo, que julgava o ato como criminoso. Infelizmente, a igreja trocava a devoção pelo preconceito. Com isso, o candomblé acabou incorporando elementos do cristianismo: os orixás eram frequentemente identificados com santos católicos.

Procópio de Ogum e Manuel Raimundo Querino gostariam de mostrar para a sociedade que o candomblé não era o que a igreja tinha em mente. Por ter participado da legitimação da religião do candomblé, Procópio de Ogum teve o seu reconhecimento durante a perseguição as religiões afro-brasileiras promovidas pelas autoridades do Estado Novo. E Manuel Raimundo lutou contra as perseguições existentes as religiões afro-brasileiras que eram rotuladas como bárbaras e pagãs. Foi um abolicionista ferrenho.

Os rituais do candomblé são realizados em templos chamados casas, roças ou terreiros e a celebração é feita pelo pai de santo ou mãe de santo. Com a duração de no mínimo duas horas de dança, o tambor é tocado e os filhos de santo começam a invocar seus orixás (deuses supremos) para que os incorporem.

Nos dias de hoje, os rituais fazem parte da cultura brasileira, como a importância do folclore e estando presente em várias tradições. Desde a migração africana, a sociedade sempre teve uma visão marginalizada dos negros africanos ou descendentes, os quais, consequentemente, faziam parte da maioria dos praticantes do candomblé. Mas foi na religião que o negro encontrou um refúgio contra a escravidão, como por exemplo o culto aos orixás.

Uma curiosidade é que em Recife o candomblé é nomeado como Xangô e no Rio de Janeiro como macumba. Mas os seguidores não adotam esse nome porque muitas vezes tem uma conotação pejorativa.

Após a abolição da escravatura com a Lei Áurea em 1888, os negros se encontravam livres porém não receberam qualquer suporte do governo ou dos senhores de engenho no que tange a terra, moradia, acesso à educação ou qualquer tipo de capacitação, saúde e oportunidades de emprego. Dessa maneira, restava apenas ir às periferias em busca de moradia ou continuar trabalhando com os senhores de engenho, mantendo basicamente as mesmas relações trabalhistas de antes.

Os governos posteriores à abolição, influenciados por alguns especialistas da época, reforçaram uma ideia de “democracia racial” no Brasil. Isto é, acaba com a ideia de “dominação” por parte dos senhores com os escravos e defende uma ideia de miscigenação entre os diferentes povos (indígenas, portugueses, africanos, etc) que formaram o povo brasileiro, excluindo a ideia do racismo presente na sociedade brasileira. Apesar de inúmeras críticas recebidas após sua obra, Gilberto Freyre em seu livro Casa Grande e Senzala evidencia esta “democracia racial”, como pode-se observar nos trechos:

“Híbrida desde o início, a sociedade brasileira é de todas da América a que se constituiu mais harmoniosamente quanto às relações de raça: dentro de um ambiente de quase reciprocidade cultural que resultou no máximo de aproveitamento dos valores e experiências dos povos atrasados pelo adiantado; no máximo de contemporização da cultura adventícia com a nativa, a do conquistador com a do conquistado. Organizou-se uma sociedade cristã na superestrutura, com a mulher indígena, recém-batizada, por esposa e mãe de família; e servindo-se em sua economia e vida doméstica de muitas das tradições, experiências e utensílios da gente autóctone. “

(FREYRE, 2004: p. 160)

“O Brasil não se limitou

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