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O ALCOOLISMO E SEUS EFEITOS NA SAÚDE E NO CONVÍVIO SOCIAL

Por:   •  22/8/2018  •  4.285 Palavras (18 Páginas)  •  344 Visualizações

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2. EFEITOS DO ÁLCOOL NA SAÚDE FISICA E MENTAL

Dentro de nosso organismo, o álcool possui um efeito sedativo e prazeroso. Age diretamente no sistema nervoso autônomo, (que controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura, digestão e o equilíbrio das funções de todo o corpo), provocando relaxamento nos músculos.

Beber moderadamente e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. (Prof. Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto).

"Beber socialmente" equivale ao que os especialistas classificam como "risco moderado" de alcoolismo. Entra nessa categoria quem consome até 3 doses diárias de bebida alcoólica. (Na classificação-padrão, 1 dose equivale a 1 latinha de cerveja, uma taça de vinho ou meros 25 mililitros de destilados, como uísque e vodca). Nesse sistema, a categoria acima do "risco moderado" já é "risco em crescimento", quem estiver nas 4 doses diárias deve ficar atento, porém não significa que passar de 3 doses diárias você esteja virando alcoólatra. "A dependência do álcool não é diagnosticada tendo como critério único, e nem principal, a quantidade de álcool que uma pessoa bebe, mas a relação com o álcool que a pessoa tem, ou seja, o quanto o consumo atrapalha sua vida", explica a pesquisadora Ilana Pinsky.

O uso exagerado do álcool pode levar à intoxicação aguda ou embriaguez e ressaca. Seu uso continuo por muito tempo pode levar a um desejo intenso de beber e à necessidade de beber quantidades cada vez maiores para obter o mesmo efeito (tolerância), levando a quadros de dependência ou alcoolismo. A embriaguez tem como principais sintomas a euforia, perda das inibições sociais, comportamento expansivo (muitas vezes inadequado ao ambiente) e emotividade exagerada. Há quem desenvolva comportamento beligerante ou explosivamente agressivo. Algumas pessoas não apresentam euforia, ao contrário, tornam-se sonolentas e entorpecidas, mesmo que tenham bebido moderadamente. Com o aumento da concentração da droga na corrente sanguínea, a função do cerebelo começa a mostrar sinais de deterioração, provocando desequilíbrio, alteração da capacidade cognitiva, dificuldade crescente para a articulação da palavra, falta de coordenação motora, movimentos vagarosos ou irregulares dos olhos, visão dupla, rubor facial e taquicardia. Por vezes o quadro de embriaguez é acompanhado de um esquecimento dos fatos ocorridos durante a embriaguez ("blackout"). Algumas pessoas ficam embriagadas com doses muito pequenas de bebidas alcoólicas - este quadro é denominado intoxicação patológica ou idiossincrática.

Quando a ingestão de álcool não é interrompida surgem: letargia, diminuição da frequência das batidas do coração, queda da pressão arterial, depressão respiratória e vômitos, que podem ser eventualmente aspirados e chegar aos pulmões provocando pneumonia entre outros efeitos colaterais perigosos.

Segundo Dráuzio Varella, nos não alcoólicos, quando a concentração de álcool no sangue chega à faixa de 300mg/dl a 400 mg/dL ocorre estupor e coma. Acima de 500 mg/dL, depressão respiratória, hipotensão e morte.

A ressaca sempre se associa à intoxicação aguda de álcool. Inicia-se cerca de 6 a 8 horas após o consumo (período em que a concentração de álcool no sangue diminui e retorna a zero, em média) e pode durar até 24 horas. Ela é caracterizada por efeitos físicos e mentais adversos, com uma variedade de sintomas de “ mal-estar”, sendo os mais comuns: dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade e irritabilidade. No entanto, há uma variação muito grande desses sintomas (de pessoa para pessoa e de ocasião para ocasião), impossibilitando uma definição exata da ressaca.

Alguns estudos mostram que 75% das pessoas que consumiram doses intoxicantes de álcool tiveram ressaca pelo menos uma vez na vida. Enquanto 50% dos bebedores freqüentes (consumo de uma ou duas doses por dia, de acordo com o estudo) apresentaram ressaca no ultimo ano, 90% dos estudantes bebedores pesados episódicos (definido pelo estudo como o consumo de 5 ou mais doses em uma única ocasião) haviam sofrido ressaca. Em geral, as pesquisas sugerem que a ressaca é um fenômeno muito prevalente, mas ainda há poucos estudos epidemiológicos para determinar com mais precisão e, especificamente, a real prevalência de ressaca em populações diferentes.

Segunda uma pesquisa feita pela CISA – Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool; uma hipótese sustenta que a ressaca seria como uma primeira fase de abstinência alcoólica aguda, com base em vários pontos em comum na sintomatologia da ressaca e abstinência, tais como: dor de cabeça, náuseas, tremor e prejuízo cognitivo. Muitas vezes, as pessoas bebem para aliviar esses sintomas, tanto na ressaca ou na crise de abstinência; porém, o uso do álcool como um “remédio” para a ressaca não permite a recuperação do organismo, e o álcool continua a exercer seus efeitos.

Na síndrome de dependência ocorre o uso exagerado, continuo de álcool por muito tempo. Conhecida como alcoolismo ou etilismo, é uma doença que afeta cerca de 18,6 milhões de brasileiros (10% da nossa população). Os efeitos nocivos desta dependência química vão desde sérios problemas sociais e familiares até graves complicações de saúde como cirrose do fígado, câncer, demência, doenças do coração e traumas em geral.

Outra característica da síndrome de dependência é a síndrome de abstinência. Ocorre em geral com a interrupção ou redução abrupta da quantidade de bebida ingerida. A síndrome de abstinência caracteriza-se por tremores, sudorese, aumento da pulsação, insônia, náusea ou vomito, ansiedade e agitação, quando se torna mais grave surgem ainda as alucinações, em geral na forma de "visões".

Este quadro é chamado de Delirium Tremens e é ainda acompanhado de febre, convulsões e confusão mental (a pessoa não consegue conversar direito, confunde objetos e pessoas, não sabe informar sobre datas ou local onde se encontra). O Delirium Tremens é um quadro grave e necessita de tratamento hospitalar. Com frequência, após um Delirium Tremens, a pessoa desenvolve um quadro caracterizado por esquecimento de fatos que ocorreram

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