Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

FICHAMENTO DO LIVRO “A CIDADE ANTIGA”

Por:   •  30/10/2018  •  9.452 Palavras (38 Páginas)  •  481 Visualizações

Página 1 de 38

...

Adoção e da Emancipação.

A necessidade de perpetuar o culto doméstico veio o princípio da adoção. A adoção só era permitida pra quem não tinha filhos para poder dar continuidade a religião doméstica. A adoção se efetuava por meio de uma cerimônia onde a criança é apresentada ao fogo sagrado iniciando assim o seu compromisso de passar tudo o que lhe for ensinado aos seus descendentes. O filho adotado nunca mais poderia voltar a sua família de origem.

O Parentesco. O Que os Romanos Entendiam por “Agnação”.

A questão de parentesco para os antigos não era de consanguinidade como o nosso hoje, mas sim era a religião doméstica que definia o parentesco. Essa regra foi criada porque a mulher não transmitia a religião por parte de seu pai para os seus descendentes, porque o filho pertencia exclusivamente ao seu marido. O filho que a emancipação desligava do culto deixava de ser agnado de seu pai o estranho disso é que o adotado tornava-se o agnado do adotante.

O Direito de Propriedade.

Há três coisas que desde os tempos mais antigos se encontraram conexos e firmemente estabelecidas nas sociedades grega e italiana: a religião doméstica, a família e o direito de propriedade. A ideia de propriedade privada estava implícita na própria religião. Cada família tinha o seu lar e os seus antepassados. Esses deuses podiam ser adorados pela família e só ela protegiam; eram a sua propriedade, ou seja a propriedade tinha não um valor material na vida das famílias, mas sim com valor religioso, pois eram nas suas propriedades que as famílias sepultavam seus antepassados.

Direito de Sucessão.

I - Natureza e princípio do direito de sucessão entre os antigos.

Duas coisas estão estritamente unidas, tanto nas crenças como nas leis dos antigos: o culto da família e a propriedade. Por isso, esta era uma regra sem exceção, tanto no direito grego quanto no romano: não se podia adquirir a propriedade sem o culto, nem o culto sem a propriedade. A propriedade fica para o filho com a finalidade de dar continuidade ao culto.

II - O filho herda, e não a filha.

A regra para o culto é a transmissão de varão para varão; a regra para a herança é conformar-se com o culto. A filha não é apta para continuar a religião paterna, pois ela se casa, e, casando-se, renuncia ao culto do pai para adotar o do esposo: não tem, portanto, nenhum título para herdar. Se por acaso um pai deixasse seus bens à filha, a propriedade seria separada do culto, o que não é admissível. A filha não poderia nem ao menos cumprir o primeiro dever do herdeiro, que é continuar a série de banquetes fúnebres, pois os sacrifícios que oferece dirigem-se aos antepassados do marido. A religião proíbe-lhe, pois herdar de seu pai. Quando o pai falecia e a filha não era casada era ficava tutelada pelo irmão para proteger seu patrimônio.

III - Da sucessão colateral.

Um homem morria sem filhos; para saber quem era o herdeiro de seus bens, bastava procurar quem devia ser o continuador de seu culto. Ora, a religião doméstica se transmitia pelo sangue, de varão para varão. A descendência em linha masculina estabelecia somente entre dois homens a união religiosa, que permitia a um continuar o culto do outro. O que se chamava de parentesco não era nada mais, como vimos acima, que a expressão dessa união. Era-se parente porque se tinha o mesmo culto, um mesmo lar originário, os mesmos antepassados. Mas não se era parente pelo simples fato de se ter a mesma mãe; a religião não admitia parentesco pelas mulheres.

IV - Efeitos da emancipação e da adoção.

O filho que havia sido excluído do culto paterno pela emancipação, era excluído também da herança. Pelo contrário, o estranho, que havia sido associado ao culto de uma família pela adoção, e se tornava filho da mesma, continuava seu culto e herdava-lhe os bens. Em um e outro caso o antigo direito dava mais importância aos laços religiosos que aos laços de nascimento. O filho adotivo, herdando da família do adotante, não herdava da família natural, mesma coisa como hoje em dia depois de uma criança ser adotada dificilmente ela terá direito a herança da sua família de origem.

V - O testamento, a princípio, não era conhecido.

O direito de testar, ou seja, o direito de dispor dos próprios bens depois da morte, deixando-os a outros indivíduos que não o herdeiro natural, estava em conflito com as crenças religiosas que eram a base do direito de propriedade e do direito de sucessão. O testamento não era de todo desconhecido, mas na prática muito difícil. Atualmente existe o testamento, mas os filhos já são herdeiros automaticamente.

VI - Antiga indivisão do patrimônio.

O autor se refere à indivisão do patrimônio com uma espécie de primogenitura. Como naquela época a mulher não tinha voz ativa, esse direito de administrar os bens após a morte do chefe da família passou a se configurar através da figura do filho mais velho, ou seja, é toda e tão somente dele a responsabilidade de zelar pelo patrimônio da família e dar continuidade a religião doméstica.

A Autoridade na Família

I - Princípio e natureza do poder paterno entre os antigos.

Uma família compõe-se de um pai, de uma mãe, de filhos e de escravos. Esse grupo, por pequeno que seja, deve ter uma disciplina. Essa disciplina é imposta pelo pai que é o chefe de família, é ele que tem a responsabilidade de zelar pelos seus e é o pai que transmite a família a religião doméstica. Graças à religião doméstica, a família era um pequeno corpo organizado, uma pequena sociedade, que tinha seu chefe e seu governo.

II - Enumeração dos direitos que compunham o poder paterno.

As leis gregas e romanas reconheceram ao pai esse poder ilimitado, do qual a religião o revestira a princípio. Os vários e numerosos direitos que as leis lhe conferiram podem ser catalogados em três categorias, segundo se considera o pai de família como chefe religioso, como senhor da propriedade ou como juiz.

O pai é o chefe supremo da religião doméstica; dirige todas as cerimônias do culto como bem entende, ou antes, como vira fazer seu pai. Ninguém na família lhe contesta

...

Baixar como  txt (58 Kb)   pdf (112.4 Kb)   docx (41.9 Kb)  
Continuar por mais 37 páginas »
Disponível apenas no Essays.club