GERENCIAMENTO DE ESTOQUE DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO: Um ganho para a gestão de manutenções
Por: Rodrigo.Claudino • 16/10/2018 • 3.472 Palavras (14 Páginas) • 291 Visualizações
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Durante a concepção do projeto, buscou-se o referencial teórico com o propósito de apresentar os principais conceitos relativos ao gerenciamento de estoques e manutenções. Posteriormente, o trabalho fundamentou-se no levantamento de dados e observação dos métodos de gestão da empresa em estudo. Esta análise fundamentou-se por relatórios de manutenções, levantamento do estoque e de compras da unidade em estudo.
Na terceira etapa aprofundou-se o estudo para interligar as melhores técnicas compreendidas no material conceitual, as quais podem ser aplicadas para o controle de estoques e manutenções. Por fim, desenvolveu-se uma proposta de serviço cujo objetivo foi promover a melhoria da gestão de estoque das peças de reposição consumidas durantes manutenções da empresa em estudo.
- REVISÃO DA LITERATURA
- Administração de estoques
De acordo com Johnston, Chambers e Slack (2009, p. 358), estoque pode ser classificado como: “estoque de segurança, estoque de ciclo, estoque de desacoplamento, estoque de antecipação e estoque canal”. O estoque de segurança é importante para compensar a diferença entre o tempo de fornecimento e de demanda.
Conforme Stevenson (2001, p. 24), em diversas organizações “a eficácia na gestão de estoques é, por vários motivos, essencial ao êxito das operações”. Para Johnston, Chambers e Slack (2009, p. 355), os gerentes de produção “têm usualmente uma atitude ambivalente em relação a estoques”. Apesar de comprometer consideravelmente o capital da organização, o estoque proporciona certo nível de segurança para as operações.
De acordo com Dias (2010, p. 24), “a gestão de estoques está pautada na previsão do consumo do material”. O processo dinâmico de previsão de estoques pode ser representado conforme a Figura 01.
Figura 01 – Comportamento dinâmico do processo de previsão[pic 1]
Fonte: (DIAS, 2010, p. 25).
Durante o dimensionamento do estoque e a definição de um modelo de reabastecimento, cabe a participação da área de suprimentos e de manutenção. Neste sentido, de acordo com Viana (2002, p. 46), alguns pontos devem ser analisados como:
- “grau de risco do item para o processo”;
- “custo do material”;
- “tempo de vida útil”;
- “fornecedores (interno ou externo)”;
- “demanda da área, verificada através da observação do consumo do item por intermédio de débito direto”.
Para a inclusão de um novo material no estoque, torna-se importante identificar e classificar este item. Este aspecto deve ser observado como um processo de triagem para o estoque. Cada organização deve desenvolver sua política de estocagem, de acordo com suas metas e objetivos.
Quadro 01 – Classificação para inclusão de materiais no estoque
Grau de risco
Vital
Componentes que podem deixar equipamentos estratégicos inoperantes, afetando a qualidade final do produto. Impactam na segurança operacional (máquina e trabalhador)
Semivital
Componentes secundários, que alteram a eficiência operacional, mas não representam risco elevado
Não-vital
Componentes de equipamentos que possuem outro sobressalente
Risco extremo
Componentes vitais, de difícil aquisição e não há forma de busca interna
Grau de previsibilidade
Previsível
Componente que pode ser previsto com antecedência mínima mínimade 90 dias (ou conforme política da empresa, onde são ponderadas questões de logística e compras)
Imprevisível
Componente que não proporciona segurança quanto ao período de sua demanda (normalmente maior que 90 dias)
Fonte: (VIANA, 2002, p. 46).
O estoque representa um papel muito importante em diversas operações. Entretanto alguns aspectos desfavoráveis devem ser ressaltados. Primeiramente o estoque congela o capital de gira da empresa. Além disso, o estoque gera custos de armazenamento, pode ficar obsoleto, deteriorar-se, consome espaço e acarreta em custos administrativos (JOHNSTON, CHAMBERS E SLACK, 2009).
Diversas abordagens são utilizadas para o planejamento de quanto e quando requisitar a reposição de estoque. Alguns gastos estão inteiramente associados com o tamanho do pedido. Para Johnston, Chambers e Slack (2009, p. 362), estes custos podem ser classificados como:
- custos de colocação do pedido;
- custo de desconto de preços;
- custo de falta de estoque;
- custo de capital de giro;
- custo de armazenagem;
- custo de obsolescência;
- custo de ineficiência de produção.
O intervalo entre o momento do pedido e a entrega do mesmo pode ser denominado de lead time. Este tempo de reabastecimento deve ser considerado para a determinação do ponto de ressuprimento, ou seja, o momento em que o pedido deve ser colocado. Além disso, deve-se considerar uma margem de segurança para minimizar os riscos provenientes do lead time (JOHNSTON, CHAMBERS E SLACK, 2009).
- Gerenciamento de manutenções e o controle de estoques
Para a execução eficiente da manutenção, um dos fatores mais importantes é o estoque otimizado de peças de reposição (VIANA, 2002). O almoxarifado deve ter condições de atender as demandas da manutenção com quantidade e diversidade, de modo que não exponha a produtividade ao risco de parada do equipamento, mas limitando-se apenas ao necessário (VIANA, 2002).
Segundo a norma NBR 5462 (1994), manutenção pode ser definida como: “Combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou
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