Economia Brasileira AD1
Por: Ednelso245 • 22/3/2018 • 2.701 Palavras (11 Páginas) • 251 Visualizações
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Aula 13 - O primeiro governo Lula (2003-2006): vitória do medo ou da esperança? –
De 1989 a 2002, houve quatro eleições diretas para a escolha do presidente da República, e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva disputou todas elas. Na primeira, perdeu no segundo turno para o candidato Fernando Collor de Mello. Na segunda e na terceira, perdeu no primeiro turno para o candidato Fernando Henrique Cardoso (FHC). Finalmente, na quarta, realizada entre outubro e novembro de 2002, ganhou do candidato José Serra no segundo turno. Em janeiro de 2003, Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse como presidente do Brasil para um mandato de quatro anos. O processo eleitoral de 2002 foi muito diferente dos três anteriores, realizados nos anos de 1989, 1994 e 1998. Processo eleitoral realizado no final do ano de 1989: foi a primeira eleição direta depois da ditadura, houve uma grande quantidade de candidatos no primeiro turno, que representavam as mais diversas cores e matizes políticos e ideológicos. No segundo turno, as eleições ficaram polarizadas entre um candidato representante das forças de esquerda, Lula, e o candidato representante das forças da direita, Collor. TV Globo, ao editar o último debate entre os dois candidatos e apresentar no Jornal Nacional os melhores momentos do seu candidato, definiu as eleições em favor de Fernando Collor de Mello. Processo eleitoral de 1994: segunda eleição da qual o candidato Lula participou, aconteceu sob a influência dos bons e positivos resultados do Plano Real, lançado oficialmente em 1º de julho daquele ano e ainda sob forte influência do Sistema Globo, como bem demonstrou o chamado “Escândalo da Parabólica”, que obrigou a demissão do ministro da Fazenda Rubens Ricupero. - Processo eleitoral de 1998: também ocorreu sob a influência dos bons resultados do Plano Real, apesar das ameaças trazidas pelos efeitos da crise da Rússia iniciada em agosto de 1998. A reeleição, no primeiro turno, de Fernando Henrique Cardoso pôde ser lida como um voto de confiança na política econômica do governo para superação dos efeitos da crise, porque ela já tinha se mostrado capaz de acabar com a inflação crônica do país. - Processo eleitoral de 2002: alguns aspectos econômicos e políticos favoreceram o candidato Lula. Aspectos econômicos: estariam os efeitos negativos acumulados, seja em função das próprias características do Plano Real – âncora cambial, abertura econômica, desequilíbrio da balança comercial, que contribuíram para um baixo crescimento econômico e elevadas taxas de desemprego , seja devido à política adotada para combater os efeitos das crises externas e internas que afetaram o país nos anos de 1999, 2001 e 2002 contenção do crédito, juros altos e ajuste macroeconômico ortodoxo, que geraram recessão e mais desemprego. Aspectos políticos: houve rachadura na base política que tinha ajudado a eleger o presidente FHC em dois pleitos seguidos. Por um lado, no Partido da Frente Liberal (PFL), forte aliado nas eleições anteriores, indicando inclusive um nome do partido para a vice-presidência, o político pernambucano Marco Antônio de Oliveira Maciel, com o PFL se distanciando do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido do governo FHC. Esse distanciamento aconteceu depois do escândalo causado pela apreensão, pela Polícia Federal, de uma grande quantia em dinheiro, de origem suspeita, numa empresa de consultoria da qual a Srª Roseana Sarney, do PFL, filha do senador José Sarney (ex-presidente da República) era sócia. Essa apreensão foi vista pelo partido como uma manobra para eliminá-la da disputa, o que de fato aconteceu. As mudanças relativas ao partido do candidato Lula também contribuíram para a sua vitória. No dia 1º de janeiro de 2003 tomou posse como presidente do Brasil o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, membro do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado em 1980. A vitória de Lula significava a vitória da esperança, uma esperança de mudança do status caracterizado por recessão, desemprego, violência no campo e na cidade, pobreza e desigualdade econômica e social. A esperança na mudança contemplava, dentre outras coisas, a adoção de uma política de reconstrução nacional que diminuísse o sofrimento do povo brasileiro; que retomasse o crescimento econômico e o mantivesse com taxas mais elevadas; que criasse novos postos de trabalho; que aumentasse as oportunidades de inclusão social; que não continuasse com a submissão do país às exigências dos organismos mundiais (FMI, Banco Mundial) de se fazer o ajuste macroeconômico ortodoxo que resultava em mais sacrifícios para a classe trabalhadora e para a sociedade em geral. As heranças recebidas pelo governo Lula A herança maldita - Na visão dos que estavam recebendo o baú, seu conteúdo era quase totalmente de herança ruim, o que chamavam de “herança maldita”. - Condições em que o novo presidente recebeu a economia brasileira: Com a redução das importações em 2002, o déficit acumulado do período 1995/2002 era enorme; O fraco desempenho das suas exportações fez a participação do Brasil nas exportações mundiais cair muito de 1994 para 2002; (3) A dívida externa bruta em relação ao PIB cresceu demais de 1994 para 2002, representando neste último ano, 3,5 vezes o valor das exportações totais; A dívida externa líquida (deduzindo as reservas, os haveres no exterior de bancos e residentes no país) passou de 25,7% do PIB em 1994 para 87,5% em 2002; As reservas internacionais líquidas caíram muito de 1994 para 2002; A dívida líquida do setor público praticamente duplicou entre 1994 e 2002, chegando neste último ano a56,4% do PIB; A conta de juros do Governo Federal em 2002 estava enorme; A carga tributária (impostos e contribuições) passou de cerca de 29% do PIB em 1995 para 36% em 2002; (A contração do crédito interno fez com que a relação entre os empréstimos do sistema financeiro e o PIB, caísse em mais de 50% de 1994 para 2002, passando a uma das mais baixas do mundo; Entre 1995 e 2002 a economia cresceu a uma taxa média inferior à média do período 1991/1994; O desemprego aumentou; (13) A precarização também aumentou; (14) No período de 1995/2002, a queda acumulada nos rendimentos reais dos ocupados foi da ordem de 20%.
Aula 14 - A economia brasileira de 1964 a 2006
A grave crise política em que o Brasil mergulhou no início da década de 1960, final do Governo Juscelino Kubitschek, teve como desfecho o Golpe Militar de 1964. - Foi no mandato do presidente Ernesto Geisel, o quarto presidente militar do regime ditatorial, que teve início o processo de flexibilização política depois do golpe de 1964. Coube ao seu sucessor, General João Baptista de Oliveira Figueiredo,
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