DO FORDISMO AO TRABALHO FLEXÍVEL
Por: Evandro.2016 • 21/5/2018 • 1.998 Palavras (8 Páginas) • 432 Visualizações
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no século XX o homem era considerado mais focado no dinheiro, considerava-se suficiente quando se tinha um emprego e ganhava-se um salário, além de que, se era oferecido bonificações por horas extras, não se importavam com o bem-estar e trabalhavam cada vez mais, também lembrando que não haviam leis trabalhistas para impedir isso.
Pensando nos homem moderno, apenas o dinheiro não é satisfatório, também na leitura do texto de Fraga, ele constata que os trabalhadores informais dos semáforos não conseguiram um emprego melhor, ou então não estão qualificados suficientemente para conseguir um outro trabalho e, que a atual situação deles não lhes é agradável, não satisfaz suas necessidades psicológicas e de auto realização. Pelo fato de que hoje em dia a satisfação pessoal tem grande importância para o ser humano, uma melhor condição de trabalho acaba por deixar cada empregado mais realizado.
As necessidades das pessoas mudaram, não existe mais a satisfação apenas em ter um salário razoável e conseguir o próprio sustento, além das necessidades fisiológicas, que são imprescindíveis, como comer, beber, respirar, segurança, existem as necessidades de sociabilizar, de ser reconhecimento, sentir-se feliz, de estar realizado profissionalmente e pessoalmente, essas são as novas expectativas almejadas pelos homens e mulheres que estão no mercado de trabalho.
Um dos grandes exemplos do consumo em massa são as redes de fast-food, principalmente o MC Donald’s como exemplo fundamental disso. Dentro dessa rede pode-se observar que grande parte dos funcionários é jovem em seus primeiros empregos e possivelmente de forma temporária. Pode-se observar características do fordismo dentro da empresa, onde os funcionários trabalham como se em uma linha de montagem e com controle rigoroso do tempo, os trabalhadores são de idade variada e ficam todos em um mesmo espaço, o que significa que para o ambiente organizacional estar de acordo é necessário que os empregados se sintam bem em relação tanto aos fatores higiênicos como com os fatores motivacionais (AREND, dos REIS; 2009).
Os funcionários do MC Donald’s, como trabalham, em sua maioria, de forma temporária, não têm expectativa de crescimento dentro da empresa e por isso ela possui alta rotatividade, além de que, nas épocas de maior movimento em algumas regiões são contratados mais funcionários, mas quando acabar a temporada serem mandados embora, como por exemplo, em cidades litorâneas onde existe muita demanda no verão, então se exige maior quantidade de funcionários, os quais devem ser dispensados quando entram os meses de março, no máximo abril porque o movimento diminui.
De acordo com a teoria de Hezberg, a teoria Motivação-higiene, o ambiente não é motivacional para o trabalhador, quando está de acordo, não permite que diminua a produtividade, mas, se não satisfeito esse quesito acaba por prejudicar a empresa, mas, o que melhora a produtividade são os fatores motivacionais. Dentro do MC Donald’s isso não é observado, procura-se dentro dos funcionários agilidade, competência e que consiga fazer várias coisas, mas a empresa não tenta motivar os funcionários de maneira diferente se não por remuneração e do “funcionário do mês”.
Atualmente, diz-se que a maioria das empresas procura uma estratégia administrativa mais flexível, onde os funcionários possam exercer diversas funcionalidades e que sejam motivados a continuar na empresa por longos períodos, por terem suas expectativas realizadas e que o trabalho seja mais dinâmico e interessante. Considera-se que um empregado satisfeito produz mais.
Com a evolução dos processos, da tecnologia e mesmo das pessoas, esse tipo de produção flexível necessita de trabalhadores mais aptos intelectualmente, de acordo com Marx em sua concepção sobre ideologia e cultura, um indíviduo não produz simplesmente ideias, mas que sim tudo depende de seu momento social, cultural, do seu relacionamento com diversos fatores como, política, religião, dinheiro, família. Tudo influencia em na sociedade e a sociedade influencia tudo, mesmo que isso não seja perceptível para o cada um. Cada momento pode ser mudado dependendo da concepção de ideias. Com o desenvolvimento e evolução das pessoas devem diminuir a alienação social, onde o indivíduo não compreende que é formador da sociedade e da política; econômica, não se reconhece como produtor; e alienação intelectual, onde se acredita que há separação entre o trabalho material e trabalho intelectual. As pessoas que forem consideradas não alienadas têm maiores chances nesse método de produção flexível. (ALBIAZZETTI, 2013)
Por outro lado, o trabalho flexível degrada a relações sociais, considerando o trabalho de Glauco Barbosa Cardoso em 2004 com a resenha do livro “A corrosão do caráter: as consequências pessoas do trabalho no novo capitalismo” de Richard Sennet(1999), é possível perceber que quanto mais as pessoas se esforçam para se encaixar nesse sistema, mais elas acabam por diminuir sua dependência em relação aos outros, o que, de acordo com o autor, é importante para o desenvolvimento do ser e da sociedade. Também é apontado pelo autor que no capitalismo moderno, onde são necessários trabalhadores flexíveis, as relações em longo prazo não são estimuladas e as experiências passadas não têm seu devido valor.
As opiniões em relação ao assunto são diversas e divergentes, por um lado nota-se que com a mudança para esse método flexível, as pessoas devem ter um pensamento rápido, se adaptar facilmente, perceber as situações que a cercam, além de o próprio ser humano ter mudado e não estar mais apenas ligado ao dinheiro, e se importar mais com a satisfação pessoal. O outro lado da moeda, mostra que esse trabalho diminui as relações humanas, separa as pessoas, as torna independentes de mais, não há valorização de experiências anteriores, e torna muito mais difícil que as pessoas estejam satisfeitas porque são muito quesitos a serem preenchidos, além das necessidades fisiológicas e monetárias existem as lacunas sociais, de auto realização, família, ego.
O informacionalismo foi uma das grandes causas de tantas mudanças, muita informação repassada a uma grande quantidade de pessoas, muito maior do que em épocas passadas. É cada vez mais fácil conseguir saber das coisas que acontecem em qualquer lugar, a qualquer hora com qualquer um. Isso acaba por mudar tudo, todas as relações. Consideram um espaço menor, dentro de uma empresa por exemplo, as relações pessoais “cara a cara” diminuíram muito com a chegada dos telefones e e-mails, atualmente das mensagens via “Whatsapp”. Os processos de comunicação mudaram, e com isso, até a língua portuguesa acaba
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