A Guerra do Paraguai
Por: Sara • 21/11/2018 • 2.441 Palavras (10 Páginas) • 356 Visualizações
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No meu ver o livro de J.J. Chiavenato teve um papel importante para a nova historiografia , pelo momento no qual foi publicado e importância de sua repercussão que teve no âmbito do período, como divisor de águas sobre o que se era fato e o que se merece ser analisado a partir de novos olhares. Sempre com bases em pesquisas e investigações, devemos filtrar todo tipo de informação, pois analisando a visão política do autor e seus interesses poderemos tirar novas conclusões que formam partes de um quebra- cabeças .
Tendo em mãos o livro “ A primeira guerra do Paraguai do autor Fabiano Barcelos Teixeira , entenderemos que tudo não passa de uma jogada política adiada. Ontem e hoje , as narrativas plenamente dominantes no Brasil sobre a guerra do Prata perfilharam a tese de total inocência do Estado Imperial Brasileiro naqueles sucessos . O Brasil então teria sido atacado vilmente , no sul do Mato Grosso e no oeste do Rio Grande do sul ,pelas tropas Paraguaias, então sob o tacão de ferro de Solano Lópes , ditador inebriado por desmedidos sonhos de hegemonia e de conquista no sul da América . Convencido do poder de suas armas , o estado imperial estrearia na tradicional “diplomacia da canhoneira”, ao enviar contra o quase desprotegido Paraguai a talves mais poderosa armada que jamais navegara fora das águas territoriais do império . Dezenas de navios , centenas de canhões,milhares de homens partiram do Rio de Janeiro em direção a Assunción , no coração da América Meridional.(Mario Maestri).
Nesse processo , determinou-se comumente como o marco zero do início da guerra a captura do paquete imperial Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864, endo abordo o destinado presidente da província de Mato Grosso,em época proposta como de absoluta paz entre os dois países . avançou-se e avançava-se igualmente que jamais o Estado imperial teria tido predisposições belicosas contra a pequena nação hispano-americana.
A história interpretada por este autor retrata múltiplos significados relativos ao maior “fiasco” militar do Brasil imperial. Segundo o mesmo não tem o intuito de criar um vinculo de ódio entre os povos platinos, mas dialogar com a nossa identidade cultural platina. Até então tínhamos uma visão superficial dos conhecimentos daquela realidade.somente através de um entendimento sobre o processo de colonização Espanhola e Portuguesa, podemos iniciar nosso entendimento sobre o tema. O controle das vias de navegação , vitais para o desenvolvimento do comércio na bacia do rio da prata, era igualmente um importante objetivo das coroas ibéricas. O domínio dos rios platinos foi um dos grandes objetivos do esforço que levou o reino Português a tentar expandir suas posses territoriais até as margens setentrionais do rio da prata, ao sul do continente , em território espanhol segundo o tratado de Tordesilhas. O império do Brasil passou a ter interesse pelo Uruguai . Na tentativa de se tornar Estado Hegemônico na América do sul , a coroa lusitana e sequentemente o Império do Brasil , desenvolveu uma agressiva política em direção ao prata.
A tese do autor nos faz entender, que o contesto e motivos da guerra se desenrolou por muitos anos antes do conflito. Por se tratarem de países em formação e, por suas origens colonizadoras, não podia se esperar nada mais que a cobiça por novos territórios favoráveis aos interesses da época.
Outro autor renomado sobre o tema e com uma visão mais aguçada sobre os reais interesses do lado vencedor, nos presenteou com sua obra : A guerra no papel. De Mário Maestri , relatos da história e historiografia da Guerra do Paraguai (1864 – 1870). Pode-se dizer que ao analisarmos sua obra, percebemos que o militarismo imperial brasileiro teve sua formação no cenário político brasileiro a partir de sua vitoria na guerra contra “o povo paraguaio”.
Os relatos de “historiadores do período Militar”, foram distorcidos no decorrer da história,pois traziam relatos da chamada “historiografia de trincheiras”. Que tiveram como grande protagonista os oficiais imperiais na defesa dos brios e da honra da nação agredida. Na proposta construída pelos autores do período militar brasileiro, os oficiais e a elite nacional , tratavam o Brasil como sendo ameaçado e agredido pelo Paraguai de Lópes. Podemos perceber que até o livro de J.J.Chiavenato , apenas eram tido como verídicos fatos trazido pelas elites dominantes , salvo alguns autores revisionistas, marxistas , populistas, marxistas – revolucionários e latino – americanistas, que condenavam a historiografia de trincheiras. Lendo o obra podemos dizer que a expedição contra o Paraguai , foi um total fracasso pelo ponto de vista humanitário por se tratar de um “ Genocídio” como cita outras obras sobre o tema. O real interesse do Império e as inverdades sobre a pequena nação em desenvolvimento e seu governante Solano Lópes . citando uma conclusão do autor, “ é igualmente imprescindível a elucidação de extensão da espoliação a que a nação Paraguai foi submetida, diretamente, quando e após a ocupação militar aliancista,ao ter sua população dizimada;ao pagar divida militar ao Brasil até 1943; ao perder as terras em litígio com o Brasil na fronteira com o Mato Grosso e importante porção do Chaco ocidental para a Argentina, permanecendo sob semi – tutela do estado brasileiro por longos anos. Urge sobre tudo avaliar o impacto histórico na formação social paraguaia da literal destruição da importante classe camponesa livre proprietária e arrendatária , dizimada na guerra e , a seguir , desorganizada pela privatização das imensas terras públicas ,no contexto da verdadeira reconstrução das instituições paraguaias em um sentido liberal – mercantil empreendida após o fim do conflito e da ocupação militar, pelas classes dominantes do pais.
Analisando a obra:História debates e tendências ,que é uma revista do programa de Pós – Graduação em História da universidade de Passo Fundo, sobre a Bacia do Prata: ” o Paraguai” dos meses de julho a dezembro de 2011, podemos ir mais alem e compreender o que realmente ocorreu no “genocídio contra o povo paraguaio. Nela encontramos textos de renomados autors argentinos e brasileiros ,os quais mostram uma versão nunca antes contada sobre o conflito e seu desenrolar . na pagina 295 até a pagina 317, a Doutoranda , Mestre em História professora Silvânia de Queirós entrevista o autor do livro Genocídio Americano: a guerra do Paraguai , Júlio José Chiavenato, o mesmo argumenta que foi um livro de suma importância para a formação de uma no ideia , “por ser lançado em um período militar e inaugurando um revisionismo historiográfico no Brasil em relação a guerra. A
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