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Reflexões sobre a religião como utopia e esperança

Por:   •  26/4/2018  •  2.141 Palavras (9 Páginas)  •  446 Visualizações

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Ninguém aniquila Deus de sua vida, mas o substitui por outas “divindades”. Então o nome de suas divindades passam a ser poder, dinheiro, status, fama etc. Mas tudo isso passa com o tempo e, então, surgem a insatisfação, a frustação, a angustia de viver sem saber o porquê. César kemp nos mostra que essas pessoas que se negam a creditar em Deus buscam em outros bens o conforto para poder viver uma vida com menos incertezas, contudo não sabem o verdadeiro sentido de suas vidas, levando muitos ao estado de depressão e ate a cometer o suicídio por acreditar que não possuem razões para viver.

“o homem que não quer ser religioso o é justamente por essa sua vontade. Pode evitar a Deus, mas não pode fugir-lhe” Segundo o G. Van Der Leeuw, mesmo uma pessoa afirmando não acreditar em um Deus, por razões de sentir-se alienado a acreditar em algo que não exista, acaba de alguma forma, precisando ou ate clamando por sua ajuda em um momento de dor ou sofrimento.

Não podemos dizer, no entanto, que a religião seja como que um “quebra galho” ou um “supermercado” na vida do homem, ao qual ele sempre recorre quando seus “mantimentos estão no fim”. O homem corresponde ao mistério, àquilo que lhe é superior às suas possibilidades e conhecimentos, usando daquilo que chamamos de cerimônias, louvando, invocando e manifestando sua gratidão e não apenas o usando para fazer pedidos desejos a Deus, ele estabelece desta maneira um vinculo com o sagrado, com o seu interior, que não apenas necessita sempre de algo, mas que também sabe agradecer por tudo que lhe vem de bom e harmonioso para sua vida.

“as coisas visíveis levam o homem ao conhecimento das coisas invisíveis”. O homem por não possuir algo concreto religioso além da fé na existência de algo superior passou a utilizar objetos ou símbolos que represente essa sua crença. Este símbolo é um elemento representativo (realidade visível) que está em lugar de algo (realidade invisível), podendo ser um objeto ou ideia, que aproxima o homem do sentimento ali expresso, de sua divindade, tornando assim um elemento essencial no processo de comunicação com o sagrado.

O homem por ser dotado de sentimentos e presos a eles, tem a necessidade de “ouvir, ver, sentir”, de experimentar a presença do sagrado em sua vida. Para ele não basta que Deus exista e que participe da sua historia, levando-o assim a manter o símbolo como o meio de expressar seus sentimentos, crendo que com aqueles objetos sagrados estará mais próximo do seu Deus. A cruz como exemplo, além de representar a morte, simboliza Deus, jesus e o espirito santo, nas pontas superior, inferior e laterais, respectivamente e muitos a utiliza como um símbolo de proteção.

Os símbolos estão no cerne da identidade social e cultural. Podem surgir da natureza ou ser criados pelos homens, podem ser animados ou inanimados, e podem assumir formas diferentes, desde imagens a rituais e historias.

O rito possibilita uma “intima união” com a divindade, além de reunir as pessoas num encontro quase que familiar, celebrando a amizade na comunidade. São formados grupos religiosos onde os cristãos irão compartilhar uns com os outros suas prosperidades, esperanças e atrair novas pessoas para sua religião, onde se passa o ensinamento para todos independente de suas raças, idade, níveis de cultura, formando como que uma família, onde todos são iguais.

Rito, em sentido amplo, é um ato ou conjunto de comportamentos, individuais ou coletivos, que segue certas regras destinadas a serem repetidas segundo um esquema previamente determinado. pertence ao âmbito do sagrado e se refere às diversas formas de rituais com que o homem tentou dominar para alcançar seus propósitos.

O rito dá valor às suas ações cotidianas, que é onde o homem ira aprender com seus erros e consequentemente passar suas experiências para outras pessoas, na esperança de que possam agir com segurança.

2. A religião como utopia

O livro nos passa que se a religião reflete os desejos humanos de uma sociedade essencialmente justa, realizável apenas ao nível do “céu”, e neste sentido, torna como inevitável a miserabilidade da vida na terra e a condição humana falível e imperfeita, que idealiza a construção do paraíso na terra. Os crentes religiosos perseguem o paraíso como algo impossível de ser atingido no plano da vida material; os utopistas buscam o possível onde afirmam o inexistente. É na imaginação que a linguagem religiosa é formulada para, assim, falar dos seres da consciência religiosa que, crescendo do dado sensível, permanece numa dimensão invisível e misteriosa.

A imaginação só se torna compreensível se percebermos que ela se constrói a partir de uma suspeita de que é provável que os limites do possível sejam muito mais extensos que os limites do real. O homem usa sua capacidade de imaginar, para criar uma ideal de mundo perfeito, para dar sentido a vida e consequentemente a vontade de viver.

O homem usa a religião como “utopia realizável” e “concreta”, faz projetos e promessas. Ele cria aspirações para o futuro na fé de que irão se realizar, na esperança de que o futuro será melhor, dando-lhe, mas expectativas em viver, mesmo que acabe não se realizando essas aspirações, ele cria novos planos, novas promessas, nunca dando por encerrada a busca do absoluto.

As utopias, em todos os campos, nascem quando existe, uma certa insatisfação em relação ao mundo do real.

No livro o Cesar Kemp cita algumas modalidades utópicas de inspiração religiosa, que permite compreendermos melhor o esforço do homem para que a vida faça sentido, como o “messianismo”, que implica na vinda ou no retorno de um ser divino enviada por uma Divindade, que virá libertar a Humanidade. Uma entidade com poderes e tarefas que deve mobilizar a favor de um grupo ou de um povo subjugado.

Nos mostra a utopia do “Reino de Deus”, onde é mostrado que o cristo do cristianismo não é, um mito de profundo significado. Jesus pregava sobre o Reino de Deus que é a realização da utopia fundamental do coração humano, de total transfiguração deste mundo, livre de tudo que o aliena, as dores, os pecados, a divisão e a morte. Ele não só promete esta realidade, mas já começa a realizá-la e mostrá-la como possível neste mundo.

Nos mostra também o “céu como utopia”, que o homem possui uma crença numa espécie de ressurreição e no céu, como um lugar de plenitude, uma nova vida. Vemos essa crença no céu muito marcante no cristianismo. O céu pela fé cristã é onde ele

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