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Reflexões sobre Religião como Utopia e Esperança

Por:   •  22/2/2018  •  1.874 Palavras (8 Páginas)  •  282 Visualizações

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O autor trás como exemplos diversos tipos de utopias entre elas está O messianismo, onde se está presente a figura de um líder cartismático, alguém que se impõe; o mesmo indica o fim dos tempos e a próxima vinda do Messias, passsando a orientar os destinos da população, e passa a ser visto como um sinal vivo de esperança aos adeptos. O messianismo professa a fé na vinda de um paraíso terrestre combinando princípios religiosos e sociais, nisso também se faz presente a luta contra a injustiça social e a tendência para a não-tolerância religiosa.

Outra utopia mostrada é a do “Reino de Deus”, provindo do cristianismo, esperando um mundo novo onde todos os homens pudessem viver como verdadeiros irmãos e onde a norma suprema fosse a prática do amor. Reino de Deus significava para os ouvintes de Jesus a realização de uma esperança no fim do mundo, da destruição de todo o mal seja físico, seja moral; seria a manifestação da soberania e senhoria de Deus sobre esse mundo maldoso. Esse Reino tem dimensão comunitária, pois é oferecido a todos que mostram a vontade de construí-lo, é uma utopia que começa no aqui e agora, mas que está sempre por se tronar completo.

Nas grandes religiões atuais (hinduísmo, budismo, judaísmo e islamismo) há, de uma forma ou de outra, uma crença numa espécie de ressurreição, e no ‘céu’ será a sua ‘mais-vida’. O céu pela fé cristã situa-se no horizonte da compreensão utópica: é a absoluta e radical realização de tudo o que é verdadeiramente humano, dentro de Deus. Na consciência coletiva cristã, o céu está naturalmente ligado ao estar com deus.

O fundador do positivismo, Auguste Comte, criou a teoria dos 3 estados: a teológica, ou fase religiosa, o metafísico e o positivo. A fase teológica é aquela na qual a inteligência explica os fenômenos naturais como intervenção de forças sobrenaturais, misteriosas. No metafísico o homem continua a procura das mesmas respostas das perguntas feitas na fase teológica, no entanto, os fenômenos são explicados por meio de forças ocultas. Por último, o positivo renuncia a busca das causas primárias, subordinando os fenômenos a leis naturais experimentalmente demonstradas, são substituídas pelo estudo e descobertas das Leis Naturais que explicam como os fenômenos ocorrem. Podendo assim afirmar que Comte foi um do defensores do ateísmo de maior sucesso no século 19.

Karl Marx, talvez devido às influências que recebeu de Hegel, encaminhou-se para a negação de Deus, e assim da religião. A sua identificação da sociedade ideal com a sociedade sem classes, e toda uma série de circunstâncias infelizes, o fizeram crer que a religião seria um dos maiores obstáculos à realização da nova sociedade e o induziu a conclusão que a religião é uma invenção da sociedade capitalista. O capitalismo se serviria da religião para manter o seu poder, o seu domínio sobre as pessoas que, por usa vez, ficariam conformadas e passivas diante da opressão, para ele o homem procura na religião uma felicidade ilusória. Marx tinha como objetivo acabar com a religião, como consequência, o fim da alienação, numa sociedade livre e sem opressão.

Já Feuerbach, que opõe-se a Hegel, afirmava que tudo provém do Absoluto: as idéias seriam simples produtos da consciência humana, e esta, nada mais que um produto do cérebro. Sendo assim, Deus seria uma idéia projetado pelo homem a partir de suas qualidades positivas, que supriria todas as suas necessidades.

Freud também afirmava que a religião seria uma invenção do homem, para a qual ele dirige os seus desejos e na qual os mesmos se realizariam. O homem, querendo moldar o mundo com seus desejos e não podendo fazê-lo, passava-os para a religião, uma expressão social de suas ilusões. É neste sentido que Freud afirmava ser a religião causa da alienção, pois por meio dela o homem evitaria confrontar-se com a realidade, que não satisfaz seus desejos. Mas se analizado de outra maneira, o sentimento religioso, se respeitado por todos e levado a sério, seria o primeiro passo para a construção de uma sociedade justa e pacífica, pois as religiões na sua essência, apostam num mundo melhor.

Esperança é uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vida pessoal, acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário. O sentido de crença deste sentimento o aproxima muito dos significados atribuídos à fé. A religião fala sobre o sentido da vida e o que todas elas propõem, que é nada mais que uma serie de receitas para a felicidade.

A esperança é do homem e não está no homem.

No estudo das histórias das religiões, você deverá se deparar com um termo no mínimo curioso: homo religiosus. Esse termo tem sido frequentemente usado como parte de um discurso para tentar demonstrar que o homem é, por natureza, religioso. O homo religiosus é o que vive entre aquilo que é e o que ainda não é; ele orienta a própria vida para o que está por vir, espera e procura antecipar o que ainda não existe, planejando e fazendo projetos para tornar realidade concreta os seus desejos.

“O que importa é aprender a esperar”, afirmou Ernst Bloch, criador da filosofia da esperança; o homem na realidade vive mais do futuro do que do presente, o mundo é constantemente ameaçado pelas guerras, doenças, violência humana e até mesmo a injustiça, então a solução é vista no amanhã, no futuro onde a felicidade pode ser encontrada. O homem é o ser, por essência, que se lança ao possível do que lhe está presente. Genericamente, o que se encontra na base de toda religião seria uma promessa para o futuro, mesmo que falsa, pois a esperança não é a certeza que algo vá acontecer, e sim a certeza do incerto.

O mundo não tem sentido superior mas, se alguma coisa tem sentido nele, é o homem, porque ele é o único a exigi-lo.

CONCLUSÃO

Embora não sejam idênticas, utopia e esperança são indissociáveis.

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