Questões Autoavaliativas Sobre Pentateuco e Históricos
Por: Evandro.2016 • 4/4/2018 • 1.639 Palavras (7 Páginas) • 336 Visualizações
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- Quais são os principais imperativos de Gn 1,26–28 para que o ser humano viva bem consigo mesmo, com os outros, com a sociedade e com todos os seres vivos do planeta?
É muito importante que se entenda não apenas o sentido etimológico das palavras utilizadas à época, mas em especial seu caráter social e humano. Deste modo, O verbo hebraico do verso 26, traduzido normalmente por reinar, está no âmbito de governar, reger e dominar. Mas a tradução, na qual se coloca uma palavra de uso atual (gerenciar), é preciso pensar em uma harmonia entre os seres vivos.
Os verbos hebraicos do verso 28, traduzidos geralmente por submeter e dominar, estão no âmbito de conquistar, governar e reger. Considerando o contexto sociocultural e ambiental antigo, havia necessidade de se dominar os animais selvagens. No contexto atual, no qual se coloca a necessidade do cuidado com a vida no planeta, optou-se pelas palavras conquistar e gerenciar: conquistar no sentido de alcançar ou adquirir o equilíbrio necessário para lidar com a grandeza do planeta e gerenciar bem cada dimensão da vida presente nele.
Na atualidade, é necessário reformular esse pensamento para romper com a perspectiva autoritária e abusiva que faz do planeta uma terra devastada, injusta e castigada.
5) Qual a principal mensagem teológica da narrativa do dilúvio? Ela responde a quais ansiedades dos prováveis autores do texto, os exilados?
O dilúvio, de acordo com a cosmovisão antiga, mar é lugar caótico, pois está envolto em mistério e perigo, e levando para o contexto vivido pelos possíveis autores desse bloco literário, eles na Babilônia viviam sob ameaças de aguas e enchentes. Contudo, há a narrativa de uma “nova criação”. Portanto, o futuro está assegurado.
Entenderemos a teologia através da passagem, olhando criticamente o contexto sócio-histórico da época, que segundo pesquisa bíblica, era uma situação de sofrimento, de exílio, estavam longe da pátria, não tinham templo para prestar culto a Deus, perderam as terras e viveram um choque cultural, pois a vida na Babilônia era muito diferente da vida em Judá. Percebemos que é confortante pensar em uma “nova criação”, pós-dilúvio, para servir de exemplo e alimentar a esperança do fim do cativeiro, vislumbrando saídas e horizontes novos.
6) Quais são as principais características das trajetórias de matriarcas e patriarcas?
As histórias de família são relatos singulares com protagonistas masculinos e femininos, adultos e crianças, cujo eixo principal constitui-se de materiais relacionados a situações de conflito. Mostra-nos as constantes mudanças de lugar, de uma região para a outra, como seminômades em busca de uma terra fixa, fértil e com paz. Mostra-nos uma cultura patriarcal, que usa as mulheres, repetindo, em alguns momentos, o sistema de dominação e exploração. Nesse ciclo de histórias, prevalece a luta por melhores condições de vida em meio à vivência de muitos conflitos dentro da família patriarcal e na sociedade em geral. Percebe-se também que as tramas familiares estão relacionadas com questões sociais, econômicas e políticas dessas pequenas comunidades do antigo Israel, contudo, em meio a esses conflitos, Deus é percebido como Alguém presente e que se manifesta a favor do mais fraco!
7) Quais são os sinais de relações familiares e sociais conflitivas e desiguais que transparecem em Gn 20? Qual é a categoria social mais excluída: a família seminômade, o líder masculino ou a mulher?
Como conflito principal dessa perícope vemos o sequestro de Sara, pelo rei Abimeleque, escapando da morte Abrãao, pois julgava-se que se o Rei descobrisse que Sara era mulher de Abrãao, ao contrário do que fora dito:irmã, o mesmo poderia ser morto. Percebemos a disputa de poder do mais forte contra o mais fraco, tendo como objeto de posse a mulher.
A categoria social mais excluída, analisando-se o contexto geral apresentado, é a família seminômade, que precisa, de alguma forma, mentir e se aliançar, para poder escapar e sobreviver, vemos a vitória de uma situação perigosa através do companheirismo e solidariedade.
8) Quais são os conflitos do ciclo de Jacó/ Esaú e Lia/ Raquel (Gn 27,1–33,20) que afetam mais a vivência da justiça, honestidade, igualdade e fraternidade? Como esses valores foram recuperados?
Jacó x Esaú: O conflito está construído no meio do discurso da bênção. A razão principal dessa intriga é a usurpação da bênção do primogênito por parte de Jacó e Rebeca (mãe de Esaú e Jacó), gerando em Esaú revolta e desejo de vingança (morte do irmão).
Lia x Raquel: o conflito entre Jacó e Labão desencadeia mais um conflito. Trata-se da rivalidade entre as irmãs (Lia x Raquel), que passam a disputar o amor de Jacó e o reconhecimento de sua maternidade, através dos filhos que a princípio Lia, a fértil, podia dar a Jacó, ao contrário de Raquel, a estéril.
Apesar de tantos conflitos e dilemas, esse ciclo de histórias concede um final feliz para Jacó. Ele chega a um acordo com Labão (Gn 31,43–32,3) e se reencontra com Esaú, se perdoam.
9) Qual é a função social de mulheres e homens que transparece nos textos de Gn 1,26–28, Gn 20 e Gn 30,1–22? Há indícios de um pensamento mais conservador (patriarcal), mais progressista, ou de ambos?
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