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Trabalho sobre pontes

Por:   •  5/4/2018  •  7.344 Palavras (30 Páginas)  •  484 Visualizações

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Para distinguir a madeira pela sua disponibilidade e características, ela foi um dos primeiros materiais a ser utilizado pela humanidade, mantendo, apesar do aparecimento dos materiais sintéticos, uma imensidade de usos diretos e servindo de matéria-prima para múltiplos outros produtos. A madeira é um dos materiais mais utilizados em arquitetura e engenharia civil. Alguns estudos apontam que a madeira é considerada um excelente material estrutural, conhecida pela sua baixa densidade quando comparado com outros materiais para construção. (KOLLMAM E CÔTÉ 1968).

Segundo Calil (2006) e Ritter (1992), o uso da madeira na construção civil vem buscando seu espaço no Brasil durante os anos, se comparada com os materiais utilizados atualmente, a madeira apresenta grandes vantagens econômicas e ambientais. A madeira possui propriedades essenciais, como alta resistência, baixo peso e baixo consumo energético para a sua produção e processamento, além da capacidade de suportar sobrecargas de curta duração sem efeitos nocivos (PFEIL, 1983).

De acordo com Furiati (1981), as principais vantagens que a utilização da madeira apresenta são a capacidade de resistir tanto a esforços de compressão, como de tração; é um material leve em peso e que possui elevada resistência mecânica; permite fácil trabalhabilidade; não estilhaça quando golpeada; apresenta boas condições naturais de isolamento térmico e absorção acústica; apresenta no seu aspecto natural grande diversidade de padrões. Nesse sentido, apresenta também as principais desvantagens da utilização da madeira, que é um material fundamentalmente heterogêneo, bastante vulnerável aos agentes externos e sua durabilidade é limitada quando desprotegida, é sensível aos agentes biológicos, podendo sofrer alterações nas suas dimensões quando ocorre variação de umidade.

Além de ser um material abundante no Brasil, a madeira é versátil, facilmente obtida, e é uma fonte de recursos renovável, se forem mantidos programas de controle de extração, reflorestamento, proteção e combate de desastres naturais, o ciclo de regeneração pode superar o volume retirado e com isso teremos florestas para sempre (PIGOZZO, 2004).

Para Calil (1997) desde os primórdios do mundo, o homem sempre procurou exceder os obstáculos. Com isso, utilizou passarelas primitivas de madeira, formadas por troncos de árvores funcionando como vigas, até chegar aos seus objetivos. Visando garantir a continuidade da espécie, fez-se necessário buscar outros horizontes aprimorando a técnica de superar obstáculos naturais acentuados. Para este fim, surgiu a ponte de madeira, evoluindo gradualmente com auxílio de tecnologias inovadoras mapeando até mesmo a vida útil de cada espécie e sua melhor aplicação.

A construção de pontes utiliza vários tipos de materiais na sua concepção. A escolha do material adequado é de responsabilidade do engenheiro civil, que deve basear-se no maior número possível de informações (BILLINGTON, 2003).

Segundo Hellmeister (1978), a evolução da utilização do concreto armado e do aço na construção das pontes tem acompanhado a história do homem na idade moderna. A tecnologia da madeira também tem alcançado alto nível, mas sua utilização é muito menos frequente. As pontes de madeira seguem de uma forma geral, os mesmos princípios estruturais de outros materiais. Por outro lado, como material, a madeira é extremamente versátil e, quando associada ao quesito leveza, tem soluções únicas para algumas situações. Podendo-se trabalhar na questão de concepção de projeto basicamente com elementos lineares e elementos bidimensionais.

Segundo Calil (2004) a superestrutura das pontes de madeira pode ser projetada nos mais variados sistemas estruturais, e os principais são os seguintes: pontes em viga, pontes em placa, pontes em pórtico, pontes em arco, pontes pênseis e pontes estaiadas. No Brasil, os sistemas de pontes que apresentam maior empregabilidade são as pontes em viga e as pontes em placa.

As pontes em viga são basicamente formadas por pranchas de madeira serrada posicionadas transversalmente e apoiadas sobre vigas, também chamadas de longarinas. Os elementos estruturais principais (longarinas) podem ser formados por: vigas roliças de madeira, vigas de Madeira Laminada Colada (MLC), vigas compostas de madeira serrada, vigas treliçadas de madeira, vigas armadas de madeira, entre outros. Já nas pontes em placa, os sistemas utilizados podem ser: tabuleiro misto madeira-concreto, tabuleiro protendido simples, tabuleiro protendido de seção T e tabuleiro multicelular protendido, em conformidade com Calil e Góes (2004).

No Brasil a maioria das pontes construídas com uso da madeira como seu principal elemento não são projetadas ou sequer recebem acompanhamento técnico ou de construtores especializados, ocasionando em estruturas inseguras, muitas vezes caras e com baixa durabilidade. O estado atual de degradação destas pontes reflete um quadro negativo do uso da madeira como material estrutural. Com a grande reserva florestal e capacidade de reflorestamento que o país dispõe é possível construir milhares de pontes para interligação de estradas. Com sistemas construtivos simples, baixo custo, segurança adequada e durabilidade amplamente satisfatória as pontes de madeira atendem satisfatoriamente a necessidade nacional de pontes (CALIL E GÓES, 2004).

Na atualidade tem se observado a inconstância, ou ainda constatação de ausências de políticas de gestão em manutenções preventivas e de controle de pontes, principalmente as de estruturas de madeira, em diversos estados do Brasil. Recuperar estruturas existentes para assegurar seu uso adequadamente, tem sido uma grande tendência mundial na questão da sustentabilidade. Com esta atitude é possível reduzir a geração de resíduos e o consumo de materiais, que certamente geraria durante o processo construtivo de uma nova estrutura no local da existente (CÓIAS, 2011).

Uma habitual fonte de problemas para a madeira reside no contato com a água ou umidade ambiente elevada. No entanto reter que a umidade, por si só, não degrada a madeira mas potencializa o risco de degradação deste material por determinados agentes biológicos, no sentido em que estes só atacam a madeira quando o seu teor em água atinge determinados valores. Especificamente, quando a madeira permanece em condições de umidade elevada por períodos longos, pode ser atacada por fungos ou por cupins que dela se alimentam (CRUZ, 2001).

Para Cruz (2001) os agentes atmosféricos (sobretudo a conjugação da luz solar e da chuva) provocam alterações de cor e textura, que podem ser notadas na tonalidade

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