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A história de Roman Conrad

Por:   •  16/1/2018  •  5.656 Palavras (23 Páginas)  •  308 Visualizações

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Wanderwell viveu uma vida que a maioria das pessoas gostariam de ter. Ele era literalmente um viajante do mundo. Seu currículo incluía viagens para a Sibéria, através dos trajetos mais sombrios da Amazônia, as areias do deserto do Saara e no Eito, onde assistiu à abertura do túmulo do rei Tutankhamon, juntamente com o arqueólogo Howard Carter, em 16 de fevereiro de 1923, e numerosas viagens marítimas.

Era um homem misterioso, que alcançou na morte a notoriedade que desejou na vida. Durante a Primeira Guerra Mundial, Wanderwell foi considerado suspeito de ser um espião da Alemanha nos Estados Unidos, ( Roman Konrad também foi acusado de ser um espião alemão em 1939, em Porto Alegre- ambos pertenciam à WAWEC), sendo detido na prisão federal de Atlanta. Foi também acusado de vestir um uniforme militar para o qual não tinha autorização, em função de criar a Work Around the World Educational Club for International Police (WAWEC), uma organização paramilitar que tinha como finalidade ser uma policia supra-nacional, que deveria ser ligada ã Liga das Nações, evitando os conflitos e guerras entre as nações.

Após a sua libertação da prisão de Atlanta (seus laços com a Alemanha nunca foram esclarecidos) conheceu uma moça chamada Nell Muller, nascida perto de Seatle, que participava do coro da Broadway, em Nova York, com quem se casou no Alabama. O casamento falhou, após sete anos.

Em Paris, em 1927, encontrou-se com Idris Hall, uma garota canadense que fugiu de um convento-escola francês em busca de aventuras e tornaram-se marido e mulher, levando-a como secretária e motorista na expedição de automóvel pelo continente europeu e asiático. Apelidou-a , aos 23 anos, de "Aloha" e foi por esse nome que ela aparecia na imprensa. "Muitas mulheres fizeram nosso casamento ir por água abaixo, em 1926," assim se expressou a ex-Sra. Nell Wanderwell à imprensa dos Estados Unidos quando seu ex-marido foi morto.

Wanderwell não tinha recursos próprios para as expedições, mas buscava patrocínios com outros para subsidiar suas aventuras, normalmente levando os filhos de famílias ricas em excursões a locais exóticos, conseguindo os carros para os tours com os fabricantes, tendo inicialmente feito um acordo com a Jordan e a Ford modelo T. A expedição mais famosa de Wanderwell foi de 1919 a 1925. Ele também filmava e fotografava as expedições e vendia fotos e os filmes, angariando recursos para suas viagens, prática semelhante adotada por Konrad no Brasil.

Walter incomodava as autoridades locais com o seu hábito de personificar oficiais militares e de perturbar missionários em suas viagens, alegando que eram comunistas e faziam atividades subversivas. Houve também acusações de fraude e perjúrio, para não falar do constante envolvimento de Wanderwell em aventuras com outras mulheres.

Em 1922 Nell e Wanderwell organizaram duas competições com quatro pessoas cada equipe em expedições com viaturas blindadas da Ford, modelo T, ostensivamente para saber qual time iria registrar maior número de milhas. As expedições foram financiadas pela venda de panfletos e cartões de souvenir, a exibição de filmes que fizeram durante a rota. Eles também tiveram um substancial apoio financeiro e logístico de Henry Ford, a Vacuum Oil Company (mais tarde Mobil Oil, que faz parte do grupo da Standard Oil), e de outras agências que poderiam tirar proveito das expedições através de publicidade potencial.

Pouco depois de ter se divorciado de Nell, Wanderwell casou-se com Aloha.

O CARMA

Carma era o nome de uma escuna que tinha 20 anos quando foi apreendida por agentes federais com uma carga de 300 caixas de uísque, na época da Lei Seca nos Estados Unidos. Wanderwell comprou o barco por US $ 2.500 em um leilão e começou a recrutar uma tripulação para um cruzeiro de "aventuras e riquezas" pelo Mar do Sul. A situação da escuna era precária, tendo sido descrita na imprensa como "navegar sobre uma jangada de papelão," mas Wanderwell conseguiu a liberação da Guarda Costeira para navegar, conseguindo doze aventureiros como tripulantes, pagando cada um cerca de US $ 200 para a viagem.

A maior parte da tripulação, sete homens e cinco mulheres, nunca tinha colocado os pés em uma embarcação de alto mar e apenas dois dos homens eram qualificados como marinheiros fisicamente capazes. Poucas décadas depois, a tripulação do Carma teria sido considerada Beatniks ou hippies.

O grupo deveria ser auto-suficiente durante a viagem, buscando recursos para a manutenção e despesas com a venda de pinturas e poesias criadas ao longo do caminho. Wanderwell negociou também os direitos sobre um filme da viagem, pretendendo usar a viagem para divulgar a sua idéia de uma Força Internacional de Polícia.

Juntamente com Aloha, visitaram as Pirâmides, foram feitos prisioneiros pelos chineses em Sphinx, visitaram a Grande Muralha da China, a Torre Eiffel, ruínas maias e astecas no México e América Central, e Angkor Wat na Indochina. Na última viagem antes de Wanderwell chegar ao sul da Califórnia, eles viajaram mais de 35.000 milhas.

Esta expedição de Wanderwell iniciou em 1920, percorreu 43 países, 4 continentes durante 7 anos, chegando a Paris em 5 de agosto de 1929.

A WAWEC

Wanderwell criou a Expedition Internationale Policia – A volta ao mundo de automóvel - que tinha o seu nome, International W. Wanderwell , com sede na 614 N. W. N. River Drive – Miami Flórida, USA, da qual intitulava-se “Capitão comandante da expedição”- Captain Commanding. Ele tinha vindo tentar vender esta idéia para a Liga das Nações ( mais tarde Nações Unidas) sem obter sucesso. A viagem, pensou, poderia ajudar a criar a idéia de interesse internacional. Vendo a Liga Internacional das Nações como um governo, Walter queria ser o chefe da força policial da Liga. Para fazer isso, ele organizou um clube internacional em torno do mundo, ou WAWEC. Passou a divulgar esta idéia, recrutando jovens e designando-os como líderes de unidade em todo o mundo sob seu comando direto. Roman Konrad foi o líder da unidade da WAWEC no Brasil, pilotando um Ford modelo T de número 29.

Para aderir à WAWEC, os membros tinham que jurar abster-se de álcool e de fumo e aderir a um código militar como principio. A taxa de inscrição inicial era de US 5,00 que rapidamente passou para US 200,00 quando a WAWEC popularizou-se. Com a morte de Wanderwell em 1932, sua esposa Aloha continuou com as expedições, porém a Wawec perdeu sua maior liderança.

Wanderwell

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