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A Ciência e Métodos e Indefinições

Por:   •  8/12/2018  •  1.485 Palavras (6 Páginas)  •  296 Visualizações

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Após a exposição dos projetos, Chalmers volta a “confrontar” Lakatos e Kuhn quando opõe Racionalismo x Relativismo Definidas as características das duas correntes, Lakatos é apresentado como racionalista, enquanto Kuhn é apresentado como relativista, embora se defenda desta “acusação”. Lakatos é aquele que propõe critério universal para julgar os programas de pesquisa, enquanto Kuhn propõe critérios de julgamento das teorias dependentes dos valores ou dos interesses do indivíduo ou da comunidade científica.

Na segunda parte da obra o objetivismo é definido como “um ponto de vista que enfatiza que itens do conhecimento, desde proposições simples até teorias complexas, possuem propriedades e características que transcendem as crenças e estados de consciência dos indivíduos que os projetam e contemplam.” (p. 151). Neste ponto funda uma nova distinção com as características do individualismo e do objetivismo. Este último se opondo ao relativismo. Em seguida, apresenta-se uma explicação da mudança teórica. Ressalta que “o ponto de vista individualista o conhecimento é compreendido como um conjunto especial de crenças de indivíduos que reside em seus cérebros ou mentes” (p. 151). O problema de tal afirmação reside em que para que haja validação das informações há necessidade de apelação à comprovantes prévios que possam alicerçar a justificativa ulterior. É o que ele chama de “regresso infinito dos motivos”, já que “se alguma afirmação deve ser justificada, isto então será feito recorrendo-se a outras afirmações que constituem as provas para ela” (p. 152).

Para Chalmers as hipóteses objetivistas sustentam a tentativa de definir o desenvolvimento científico como prática social, atendendo que, pragmaticamente, “envolverá um conjunto de técnicas para articular, aplicar e testar as teorias das quais é formada”, já que “desenvolvimento de uma ciência ocorre de forma análoga à construção de uma catedral enquanto resultado do trabalho combinado de um certo número de indivíduos, cada qual aplicando suas habilidades especializadas. (p. 158). O autor ainda destaca a “Teoria Anarquista” de Paul Feyerabend. Este se opõe ao indutivismo e ao falsificacionismo. Para ele, houve fracasso em mais da metade das metodologias científicas que buscavam fornecer regras adequadas à orientação das atividades dos cientistas. Feyerabend propunha a posição de liberdade metodológica, instaurando-se assim um “vale-tudo” – do que Chalmers é discordante.

Por fim, a autoria traz reflexão sobre os limites teóricos na de descrições verdadeiras do mundo; procura chamar atenção para o “realismo”, percepção em que “a ciência visa descrições verdadeiras de como o mundo realmente é” (p. 189); rejeita o instrumentalismo, que é “uma noção de verdade, mas de forma mais restrita” considerando que “as descrições do mundo observável serão verdadeiras ou falsas se descritas corretamente ou não”; aponta problemas em trabalhar com a noção de verdade já que isso pode levar a contradições; positivamente, Alan F. Chalmers ressalta a assertiva de Feyerabend defendendo que a ciência não detém superioridade sobre outras áreas de conhecimento e afirmando a “atitude humanitária” que “aumenta a liberdade dos indivíduos encorajando a remoção de todas as restrições metodológicas, ao passo que, num contexto mais amplo, ele encoraja a liberdade dos indivíduos de escolher entre a ciência e outras formas do conhecimento”. (p. 185).

A obra é motivada a fim de romper com a “ideologia da ciência, tal como funciona em nossa sociedade”. Ideologia que “envolve o uso do conceito dúbio de ciência e o conceito igualmente dúbio de verdade” (p. 214), daí ter como um dos objetivos “acabar com o uso ilegítimo de concepções de ciência e método científico” (p. 215)

É esperança do autor que o livro contribua para sociedade e para a comunidade científica, ressaltando que os avanços são conquistados pela coletividade em mútua contribuição e encerra rejeitando, outra vez o que chama de política do “vale-tudo” dizendo que vale-tudo há desenvolvimento verdadeiro já que também vale tudo para que o estado das coisas se mantenham e que as verdades conquistadas continuem a se impor, daí encerra dizendo que vale-tudo “significa que na prática, tudo permanece” (p. 216).

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