Trabalho de Libras
Por: Evandro.2016 • 4/1/2018 • 4.252 Palavras (18 Páginas) • 376 Visualizações
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Na década de 90, contaram com diversas produções acadêmicas em diferentes estados do país, como Felipe (1998), Karnopp (1994, 1999) e Quadros (1997, 1999) exemplos desta fase das pesquisas sobre Libras. Quadros (1997) mostra uma analise de crianças surdas adquirindo a Libras como sua primeira língua, em nível sintático. A autora apresenta descrições do fenômeno de licenciamento de argumentos nulos e faz estudos considerando o padrão de aquisição monolíngüe da Libras. Ela também observa que as crianças produzem sentenças com pronomes nulos tanto com verbos com flexão marcada, como também não marcada. No entanto, os contextos dessas marcações determinam a recuperação dos referentes por via sintática ou por via pragmática.
O uso da pontuação, o estabelecimento de nominais no espaço, o uso do espaço fazem parte do sistema sintático da libras, apresentando uma evolução durante os diferentes estágios de aquisição. Inicialmente, as crianças surdas não estabelecem os nominais no espaço de forma apropriada. Esse uso apropriado do espaço e utilizado de forma complexa na língua vai ser estabelecido por volta dos cinco anos de idade. Quadros (1999) apresenta a estrutura da frase na Libras, incluindo uma analise dos verbos simples (sem marcação de flexão) e verbos com concordância (com flexão marcada).
A autora também identifica uma assimetria entre esses dois grupos de verbos que se reflete nas estruturas geradas nessa língua. Como por exemplo, o licenciamento de pronomes nulos apresenta um comportamento diferenciado quando seleciona verbos com ou sem concordância. Outra conseqüência observada no comportamento sintático da Libras diante do tipo de verbo selecionado está relacionado com a ordenação dos sinais. As sentenças com verbos com concordância parecem apresentar maior flexibilidade na ordenação do que aquelas com verbos simples. Ela também descreve estruturas com verbos “pesados” (heavy verbs), ou seja, formas produzidas por meio de classificadores que incorporam a ação verbal, verbos manuais (aqueles que incorporam instrumentos ou partes de objetos) e verbos com flexão aspectual (incorporada ao verbo por meio de mudança no padrão do movimento).
Essas estruturas sempre apresentam esses verbos na posição final, tendo os argumentos estabelecidos em posição que antecedem esses verbos pesados, independente da classe a qual o verbo pertence. A autora também apresenta as sentenças com tópicos, com interrogativas e com foco. A partir de toda essa descrição, a autora propõe duas estruturas sintáticas que podem ser aplicadas à Libras de acordo com as duas classes verbais existentes (com e sem flexão verbal).
A partir do novo milênio, os estudos sobre a Libras começam a ganhar força. Não podemos ignorar o acontecimento da Lei de Libras (Lei 10.436/2002) e a sua regulamentação em 2005 (Decreto 5626/2005) como fundamentais para o estabelecimento das pesquisas com Libras no Brasil. Com essa legislação, temos a criação do Curso de Letras Libras, na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2005. Logo depois, temos esse curso criado na Universidade Federal da Paraíba.
No Brasil, conseguiram reunir pesquisadores de 33 países, apresentando pesquisas sobre diferentes línguas de sinais e impactos teóricos para a Lingüística em geral. As produções acadêmicas são pontuais ainda. Porém, há uma produção intensa em pesquisas envolvendo a aquisição da linguagem, no campo da psicolingüística.
As línguas de sinais estão em contato com as línguas faladas em cada país que utilizam essas línguas. Há uma relação que decorre dos contatos entre essas línguas que são comum ás línguas orais em contato. Porém, há também algumas implicações que decorrem da diferença de modalidade dessas línguas. As línguas de sinais são visuais-espaciais, enquanto as línguas faladas são orais auditivas. Como por exemplo, quando a língua de sinais toma emprestado um item lexical da língua falada, apesar de representar esse item lexical da língua falada, ele toma uma forma visual-espacial na língua de sinais, ou seja, entre línguas orais, o item emprestado pode manter ou não características fonológicas de uma ou outra língua.
Em 1990 Ronice Quadros, inicia o projeto de estudos com os professores da Escola Municipal Helen Keller sobre pesquisas que abordavam a aquisição da língua de sinais em crianças surdas, filhas de pais surdos. Os estudos sempre concluíam que o desenvolvimento da linguagem dessas crianças era normal. Como, a maioria das crianças surdas na escola não eram filhas de pais surdos, a conclusão era óbvia, as crianças não estão tendo acesso a uma língua visual-espacial de forma efetiva.
Elas chegam na escola tardiamente já apresentando atrasos no desenvolvimento da linguagem. Com estes estudos como base, as pesquisas sobre a aquisição da língua de sinais, em 1992. Ao mesmo tempo, sempre havia uma necessidade emergente de discutir a questão do acesso a língua portuguesa pelos alunos surdos.
Assim, sempre estudei a questão do bilingüismo. A aquisição de libras por crianças e jovens surdos é tema do meu primeiro livro publicado em 1997, Educação de Surdos: A Aquisição da Linguagem, pela Editora ArtMed. O projeto de pesquisa está voltado para a aquisição bilíngüe intermodal, ou seja, a análise do desenvolvimento da língua de sinais e da língua portuguesa de forma simultânea. O termo intermodal aqui indica que você é bilíngue com uma língua visual-espacial e outra oral-auditiva.
Principais momentos históricos da Educação de Surdos
Quando
Informações importantes
Observação e outras informações
No século XV
Até o século XV, os surdos e todos os outros deficientes que apresentavam alguma doença representavam uma punição.
Eles eram alvo da medicina e da religião católica.
Século XVI
A grande revolução se deu pela concepção de que a compreensão da idéia não dependia audição de palavras.
Após isso surgiram outros professores que se dedicaram a educação dos surdos.
Século XVII
Era percebido o grande interesse que os estudiosos tinham pela educação dos Surdos.
Os surdos conseguiram
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