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SEXUALIDADE E GÊNERO NA EDUCAÇÃO

Por:   •  19/10/2018  •  2.060 Palavras (9 Páginas)  •  280 Visualizações

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descoberta do pênis, a adolescência tem se dado cada vez mais cedo, o que está relacionada às melhorias nutricionais, culturais e sociais. A espécie humana aperfeiçoa os sentimentos e as sensações de prazer. Em uma sociedade, em que a menstruação e a masturbação, são entendidas como sujos, são necessárias que se tenha um discurso aberto e sem preconceitos, com essas pessoas, que estão se descobrindo. Apesar de ter ocorrido um grande desenvolvimento intelectual e tecnológico, os tabus e códigos morais permaneceram. E mesmo hoje, o sexo não é visto como algo normal, saudável, prazeroso e agradável.

Para Gauderer (1996), dentro dessa mesma sociedade, que se divide em opiniões, está inserido o adolescente, que percebe as diversas sensações em seu corpo, e se vê caminhando sexualmente, tendo maturidade ou não. Se sente perdido e confuso, e ao mesmo tempo, sente-se muito grato, com o novo jeito de seu corpo. O adolescente vê o sexo e a sexualidade, como algo livre, simples e natural, enquanto o adulto já moldado pela sociedade vê tudo com uma espécie de maldade.

Ainda com Gauderer (1996), as crianças e acima de tudo os adolescentes, sente falta de serem ouvidos pelos pais e por seus professores. Quando são feitas perguntas, nesse sentido, o adulto foge do assunto, tendendo sempre a ignorar o conflito, pelo qual passa o adolescente naquele momento, para o autor somente um adulto, sexualmente bem resolvido, poderá compreender e até mesmo responder as dúvidas de um adolescente. O meio social, em que está mergulhado o jovem, a influência, a exploração e a descoberta, os amigos são transmissores e confidentes, uns dos outros, e é onde o adolescente encontra o seu lugar, onde tenta aprender um pouco mais, sobre esse novo mundo.

Gauderer (1996), diz ainda que, nesse mesmo tempo, ocorre uma diminuição na proximidade com os pais, as meninas já não sentam no colo do pai, e os meninos negam o beijo da mãe. Surge uma sensação de desconfiança, vergonha e culpa. O jovem sente vergonha do seu corpo e das mudanças que ocorrem nele, enquanto o adulto sente culpa por não saber lidar, com a situação, e ao mesmo tempo a desconfiança aflora uns sob os outros.

3. Preconceito e Questões Sociais

Segundo Soares (2015), existem diferentes modos como o preconceito se manifesta com os que não se encaixam nos padrões pré-estabelecidos pela sociedade, um dos muitos exemplos é o caso de Romeo Clarke, de cinco anos, que gosta de usar seus diversos vestidos. Clarke ficou conhecido, quando o projeto que frequentava em Rúgbi, no Reino Unido, considerou suas roupas impróprias, e decidiu manter o menino afastado até que, se vestisse de acordo com seu gênero.

A revista ainda nós trás para uma reflexão sobre nossas concepções do que é masculino, feminino, hétero, homo ou bi, e sobre nosso entendimento das coisas de meninas, e coisas de meninos. A pesquisa feita pela revista aponta para dois polos, os que respeitam, aceitam e algumas vezes entendem aqueles ditos “marginalizados” pela sociedade. E os que são contrários a esses “marginalizados”, quando a questão é orientação sexual, mostra também, que é na escola que começa e acontece a homofobia, o machismo e os rótulos prescritos pela sociedade.

Segundo Louro (1997), dentro da questão social, devem ser debatidas as questões, que constituem relações de sexualidade, muitas vezes tratadas com desigualdade. Tem como intenção, entender as diferentes perspectivas existentes, entre conceito e identidade. A autora defende a diferenciação entre identidades sexuais e identidades de gênero. Dizendo que identidade sexual se constitui das formas como o indivíduo se relaciona sexualmente com seus parceiros, do mesmo sexo, do sexo oposto, de ambos os sexos ou sem parceiros. Enquanto identidade de gênero é nas palavras da autora, a identificação histórica e social, do masculino e feminino.

Ainda de acordo com Louro (1997), deve-se colocar em debate e análise, no campo social, pois é nesse campo que surgem as relações de desigualdade, afirma que não se deve buscar as diferenças, ou as justificativas da mesma, nas relações biológicas, mas que se tiver que buscar diferenças, que seja nos meios sociais, na história, e nas condições de acesso aos recursos da sociedade.

Para Louro (1997), quando se trata de características fundamentais socialmente falando, não se deve levar em conta a construção, do padrão masculino e feminino, que uma sociedade estabelece para seus membros e como definem o comportamento de cada um. O que a autora busca então, é nos fazer entender que, o gênero é um constituinte da identidade do sujeito. Compreendem-se então, que o sujeito tem identidades plurais, múltiplas, identidades que se transformam que não são fixas ou permanentes. Deve-se entender que as identidades tanto de gênero, quanto a de sexualidade, são sempre construídas, que as mesmas não são dadas ou acabas num determinado momento. Entende-se que não é possível afirmar um momento, seja do nascimento, adolescência ou maturidade, que possa ser tomado como aquele que as identidades são estabelecidas.

De acordo com Vianna e Ridenti (1998), a sociedade faz muita distinção entre homens e mulheres, atribuídas ao sexo relacionado à biologia. Nessa concepção entende-se que na maioria das sociedades, há uma divisão do trabalho baseada nos padrões masculinos e femininos. Tal divisão é organizada em torno da separação na vida social, na esfera pública homem é associado ao mercado de trabalho, enquanto a mulher é relacionada à doméstica familiar, que permanece em casa e cuida das crianças.

Ainda para Vianna e Ridenti (1998), quando se trata de escola, instituições de ensino, o estereótipo aparece com força, que reproduz a imagem e o comportamento, que separa os indivíduos em categorias. Nas palavras das autoras, os professores reforçam a desigualdade de gênero quando não se posicionam criticamente, diante de atitudes preconceituosas de seus alunos. Numa situação de disputa, os professores, às vezes sem perceber, agem com preconceito, justificando, que as meninas percam, pois tendem a ocupar um lugar inferior, ou então, a diferença é utilizada como vitimização para favorecer interesses individuais.

Continuando, Vianna e Ridenti (1998), ressaltam que a escola não só recria um interior preconceituoso quando se trata de gênero, como também prepara as meninas para submissão e os meninos para um mercado de trabalho competitivo. Nas palavras das autoras, não basta que mude o tratamento das diferenças de gênero no espaço escolar. Mas as práticas educativas deveriam ser questionadas num novo modo, talvez só assim, fossemos capazes de descobrir relações até então não percebidas ou

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