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PROJETO DE INTEGRAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A COMUNIDADE

Por:   •  25/7/2018  •  2.050 Palavras (9 Páginas)  •  348 Visualizações

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FONTE: http://www.alamy.com/stock-photo/hip-hop-graffiti.html

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FONTE: http://www.allmusic.com/artist/cypress-hill-mn0000147315 - Grupo de rap Cypress Hill

A cultura caipira tem sua gênese na junção do que formou o próprio caipira, o português e o indígena, mas também da própria dinâmica da relação deste com o que o cerca, Antônio Cândido explicitava isso muito bem, “A combinação dos traços culturais indígenas e portugueses obedeceu ao ritmo nômade do bandeirante e povoador, conservando as características de uma economia largamente permeada pelas práticas de coleta cuja estrutura instável dependia da mobilidade dos indivíduos e dos grupos, por isso na habitação, na dieta, no caráter do caipira, gravou-se para sempre o provisório da aventura” (p. 17) Caetano (2005), dirá também que “as relações sociais do caipira se dariam circunscritas em determinados limites físicos (dentro dos bairros rurais) e, em certas esferas (a familiar, a religiosa, a vicinal e a lúdica)”. Outro elemento muito importante é a música sertaneja, que “surge no momento em que se faz uma oposição do gênero em relação à cidade. Ou seja, sem a cidade não existiria a “música caipira” ou a “música rural”. Para quem é do campo, sua música só receberá esse nome a partir do momento em que ela estiver inserida no contexto urbano. Até então, o cururu, a catira, a moda de viola, etc., eram ritmos musicais (muitos de origem luso-indígena) que faziam parte de uma festividade religiosa em específico (Festa do Divino, de São Gonçalo, Folia de Reis e outras).” (p.1). O que excerto quer dizer é que esse elemento que se tornará conhecido por todo o país só surge, quando a figura do homem rural sai do seu local de origem e parte em direção o desconhecido da zona urbana devido a grande industrialização começada por Getúlio Vargas e continuada por Juscelino Kubtischek entre as décadas de 1930 e 1950, onde o caipira se vê arrancado de suas raízes. Como citado acima as festividades religiosas também são muito presentes nesse estilo de vida rural, a Folia de Reis, que celebra a vinda dos três reis magos quando do nascimento de Jesus, é muito tradicional. (LINHARES, 2005 ; GIANELLI, 2012)

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FONTE:http://agendaculturalpiracicabana.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html – “O Violeiro” de J.F. Almeida Junior, 1899

A escola que o projeto será realizado se chama Escola Municipal Paulo Sinésio Belato, localizada em Monsenhor Paulo, Minas Gerais. A comunidade em seu entorno compreende os bairros Santa Cruz, COHAB, Nossa Senhora Aparecida, Bela Vista e uma parte do Centro. Ele deverá ser realizado por alunos do 8º e 9º ano, pois é necessário certo amadurecimento e desenvolvimento cognitivo para lidar com o tema de forma satisfatória.

No dia do projeto, a instituição deverá manter todos os portões de acesso ao seu interior aberto, com cartazes colados nestes avisando sobre a realização das exposições convidando os membros da comunidade a adentrarem o espaço, e também expondo qual será a programação do dia. No corredor do primeiro andar os cartazes serão divididos entre aqueles que falarão sobre a cultura caipira do lado direito, e aqueles falando sobre o hip hop do lado esquerdo com um membro de cada grupo do trabalho explicando o conteúdo dos cartazes para as pessoas que vão entrando na escola. Após as pessoas passearem pelos corredores, terem lido e escutado sobre a trajetória histórica do tema escolhido pelo grupo de alunos e verem as salas decoradas com fotografias ou demais representações visuais ou audiovisuais que exemplifiquem o assunto, terão as apresentações na quadra que podem ser performances musicais, performances de dança e grafitagem, representação das festividades religiosas – a Folia de Reis é muito tradicional entre a comunidade.

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RESULTADOS ESPERADOS

O resultado esperado é que os alunos entendam as culturas estudadas, principalmente a caipira, que forma boa parte dos costumes do interior de Minas Gerais, entendam as críticas tecidas à sociedade pelas suas manifestações artísticas que pesquisaram, os seus processos históricos, que tornam o racismo algo que dure até atualmente gerando frutos como a grande desigualdade social que atinge a população negra, a violência e a criminalidade, mas acima de tudo a valorização e a identificação da cultura negra e caipira, e que isso seja a abertura de um diálogo entre escola e comunidade, já que os membros desta última não veem este espaço como algo que também lhes pertence e que dê abertura a práticas que estão presentes em seu cotidiano, como a Folia de Reis que foi citada previamente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto e a maneira como as atividades foram propostas buscam a maior interação entre escola e a comunidade, partindo de pontos comuns entre as duas como forma de estabelecer um começo de diálogo, já que a Escola Municipal Paulo Sinésio Belato e o seu entorno não possuem nenhuma relação de troca, sendo esse um ponto de partida.

As culturas tratadas aqui estão presentes em várias esferas da sociedade paulense, o grafitti na pista de skate do parque de eventos, o rap e a música sertaneja que tocam nos fones de ouvido e carros dos jovens, os acessórios que remetem tanto ao caipira – chapéu e botina – quanto aos adeptos do hip hop – roupas largas, bonés de aba reta, tênis e óculos grandes -, são só alguns exemplos. A comunidade que circunda a escola é periférica e de grande parte negra, onde letras como Negro Drama do grupo Racionais MC’s que falam do “Cabelo crespo e a pele escura”, da dificuldade de se ascender socialmente numa sociedade que a maioria negra se encontra na pobreza, se não na miséria das favelas das capitais, tão pouco em uma posição privilegiada, já que 70% da sua população vive com meio até dois salários mínimos segundo o censo de 2010 do IBGE. Por outro lado, a comunidade que majoritariamente trabalha na zona rural ou na empresa de produtos siderúrgicos, MGM, também é grande consumidora da música sertaneja e tem uma longa tradição de realizar a Folia de Reis. O ponto aqui, é que eles podem também se ver nas letras das músicas de raiz das décadas de 50, 40 e 30 que lamentam as consequências da industrialização e o necessário êxodo rural que a população caipira teve de se

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