OS IMPACTOS DO DIVÓRCIO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Por: kamys17 • 17/9/2018 • 2.577 Palavras (11 Páginas) • 389 Visualizações
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que, traumatizados com a experiência de seus pais, vivem sozinhos. Isso não significa, evidentemente, que eles não valorizem o amor, a fidelidade e o companheirismo. Apenas têm dificuldade em lidar com seus sentimentos e traduzi-los na construção de uma vida a dois. O dado paradoxal é que, apesar de tudo, o desejo de um casamento duradouro permanece irremovível. Nenhum dos adultos ouvidos por mim aceita a idéia de que o matrimônio é uma instituição falida.”
Por isso, quanto mais os pais tiverem a consciência de que a afetividade nas relações é a responsável pelo bem estar físico e emocional dos seus filhos, maiores serão as chances de um futuro satisfatório para todos.
SITUAÇÃO PROBLEMA
Salomão e Romana vão à sua procura para tentar resolver um problema prático com seu filho Salim que tem atualmente 8 anos. O casal resolveu se separar e busca uma orientação sobre o filho, pois têm dúvidas se ele conseguirá aceitar esse momento.
Para poder orientá-los, você necessita saber algumas informações sobre como foi o desenvolvimento da criança até aquele momento, para conhece-lo melhor.
Os pais contam que aos três anos Salim, sempre que possível buscava dormir na cama com eles. Para isso ele insistia muito, com suplícios e soluços. Após 3 ou 4 noites, os pais cediam, pois acabavam com pena da criança. Quando não cediam, ele dormia no próprio quarto, mas ao longo da madrugada, Salim mudava-se para a cama dos pais, entre os dois e os mesmos, muito sonolentos, nada faziam.
Aos 5 anos ele começou a frequentar a escola. Todos os dias selecionava quem ia buscá-lo: ora a mãe, ora o pai. E se caso os pais trocavam na hora de pega-lo, ele armava um gritaria na porta da escola e não queria ir embora para casa enquanto a pessoa desejada não chegasse. As professoras e a direção da escola achavam tudo muito estranho, pois no dia-a-dia das atividades ele se saia muito bem.
O casal sempre deu todos os presentes que o filho solicitava. Agora com a separação sabem que o padrão econômico de vida de ambos irá ser reduzido pela metade e com isso estão preocupados em não poder atender todas as necessidades do filho. E há uma grande probabilidade de Salomão ser transferido de cidade, sendo essa uma das principais razões da separação, pois Romana não quer abandonar os pais a quem dedica boa parte do seu tempo, mesmo estes não tendo nenhum problema.
Atualmente, Salim está no 3º ano do ensino fundamental, mas a coordenação da escola já comunicou que se ele não se dedicar mais, provavelmente será retido, já que no ano anterior foi aprovado pelo conselho de classe que considerou as dificuldades dos pais na sua educação. Vem apresentando problemas em matemática (não consegue compreender multiplicação e divisão) e em português troca letras e na escrita troca “p com q” e “b com d”. Quando vai ler algo em sala, gagueja e troca também algumas letras.
Possui alguns amigos, mas nas brincadeiras é ele quem sempre determina as regras. Quando alguma criança propõe algo diferente, ele afirma que essa não é a forma correta, que deve ser outro jogo e ele não quer.
Na fase dos 8 anos a criança está mais concentrada na escola e na sua aprendizagem, ao nível emocional deixam de ser tão egocêntricas e começam a ser mais sensíveis e suas emoções também têm uma maior capacidade para entender o que é o Divórcio embora não saibam expressá-lo. Ainda assim acreditam sempre que os Pais vão se reconciliar e quando eles vêem as suas expectativas saírem frustradas ficam tristes podendo ter pesadelo e sentimento de abandono.
Diante todo contexto apresentado, nota-se claramente as características cognitivas, físicas e de linguagem que Salim apresenta, ele é uma criança de 8 anos, que aparenta ser uma criança saudável, feliz.Possui certas dificuldades na escola, problemas no entendimento com cálculos e na diferenciação de letras e dificuldades na linguagem. Salim apresenta ter uma personalidade forte, os aspectos onde ele vive influencia muito. A personalidade se desenvolve durante toda a vida da pessoa, mas é na fase infantil que ela se molda e mantém os pontos mais fortes, e como os pais sempre cedem, Salim, sabe que possui um controle sobre os pais, fazendo birras ou gritando. No ambiente familiar, os pais nunca deixaram faltar nada, nota-se que tenha faltado mais atenção, mais presença no acompanhamento do filho com a escola, visto isso, em suas dificuldades na escola.
REFLEXÃO
Diante do divórcio ou separação dos pais, as crianças podem reagir de diversas formas físicas e emocionais. Apesar dessa reação ser motivada por diversos aspectos, existem dois que são os mais importantes: a idade da criança e o grau de conflito que existe entre os pais. Em todos os casos, mesmo que os conflitos em casa sejam constantes, a separação é sempre um impacto muito doloroso e profundo, que deixa marcas em todos. Por se sentirem surpreendidos e por consequência confusos com o que está acontecendo, as crianças costumam se sentir preocupadas e inseguras com a situação.
A separação traz com ela novos problemas. O orçamento financeiro decai, o filho sente falta da presença parental ausente, os pais tem uma tendência de se tornarem mais frios, por vezes não impondo limites em seu comportamento.
Com toda essa transformação, de um modo geral, essas crianças poderão se sentir culpadas, deprimidas, tristes, ficar irritadas com os pais ou com um deles, serem rebeldes e agressivos. Os mais velhos podem se tornar mais reservados, preferindo não falar sobre tal situação; os mais novos, ao contrário, se tornam mais carentes com as pessoas que foram morar com eles por medo de perdê – lo também. Há caso de retrocessos em seus comportamentos, uso de linguagem infantil e não controle da bexiga.
No nosso caso concreto, a criança em questão, está com 8 anos, além das situações descritas acima, existem algumas que podem acontecer com mais frequência devido à sua faixa etária, são elas:
• Desejo de restaurar a relação dos pais;
• Conflito da lealdade com seus pais;
• Querem passar a maior parte de tempo com ambos;
• Baixo rendimento escolar;
• Dificuldade para expressar suas preocupações, sendo difícil de entender algumas de suas atitudes.
Cada criança reagirá de um jeito a toda essa mudança. Porém as crianças
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