Memorial acadêmico
Por: Hugo.bassi • 21/3/2018 • 2.746 Palavras (11 Páginas) • 301 Visualizações
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Dirceu Castilho Pacheco
O Nacional não era muito longe da minha casa, dava para ir a pé, lembro-me que brincávamos intensamente no pátio de cantigas de rodas, de bonecos, pique, elásticos, bola de gude, escravos de Jó, subíamos no pé de abiu que era um sucesso entre a criançada. Assim desenvolvíamos a noção de espaço, equilíbrio, direção e convivíamos com pares iguais e diferentes (alunos de mesma faixa etária e professoras), apesar da escola ter a maior parte do seu método voltada para o método tradicionalista a,s professoras incentivavam também os alunos a desenvolver a criatividade, pois ao longo do ano era desenvolvidas inúmeras tarefas extra curriculares, como as festas de épocas ,peças de teatro, campeonatos esportivos e acadêmicos que faziam toda diferença no ato de ensinar.
Na 4ª série tive três professoras, diferentemente de outras escolas que o professor nesta série era polivalente, eu tive uma para Comunicação e Expressão, outra para, Estudos Sociais e Ciências e outra para Matemática. No meu primeiro período de pedagogia pelo CEDERJ estudei a disciplina Psicologia da Educação, onde me foram apresentados alguns teóricos e suas concepções teóricas e agora percebo que uma das professoras que tive 4ª séria utilizava a prática da zona de desenvolvimento proximal de Vigotsky, pois passava exercícios para serem feitos em dupla ou grupos maiores e isto me ajudou muito. A matéria de matemática tinha muitos cálculos que eu ainda não havia aprendido nas séries anteriores, em Comunicação e Expressão ou língua portuguesa também havia vários conteúdos, porém matérias como estudos sociais, ciências e geografia eram feito as leituras dos chamados pontos pelas professoras que após isto davam uma breve explicação e passavam questionários cujas respostas estavam explícitas no texto e não era preciso haver o entendimento do texto, pois era só copiar ou completar as frases. No período anterior as provas, eram feitos os questionários de revisão, onde a professora passava um grande número de perguntas que deveriam ser todas decoradas e ela escolheria mais ou menos a metade para aplicar na prova.
O meu ginásio foi concluído em escolas públicas lembro- me que cheguei a fazer prova oral e isso era o terror de todos os alunos. Todavia, ensino continuava mecanicista, porém alguns professores foram mais dinâmicos e se diferenciavam um pouco deste método fazendo uso da linguagem teatral por peças elaboradas e encenadas pelos próprios alunos para expressar o entendimento dos conteúdos aplicados, todavia no ginásio foi um grande divisor de águas para mim, pois os dois primeiros anos eu consegui cumprir bem, porém o sétimo e o oitavo foram muito difíceis, porque comecei a trabalhar como “Globinho” entregador do jornal O GLOBO que foi meu primeiro emprego de carteira assinada, como disse a situação nessa época era muito difícil e desde então comecei a trabalhar formalmente, com registro em carteira, pois antes era só de maneira informal, desde muito cedo tive que trabalhar para ajudar na renda da minha casa. Fazia fretes na feira, carregava material de construção no morro onde eu morava ,trabalhei numa pensão e numa fabrica de picolés, tudo isso antes de ser “Globinho” depois, aos quinze anos, fui trabalhar como auxiliar de escritório (Office Boy) no centro da cidade, no escritório do Country Club de Caça e Pesca por esse motivo, o ginásio foi um divisor de águas para mim, tive que dar continuidade aos estudos através de supletivo à noite onde estudei no C.E. Ceará para terminar o ginásio e depois na Escola Técnica Estadual Francisco Jobim para concluir o ensino médio técnico em contabilidade e nesse período eu trabalhava de dia e estudava à noite, tive que amadurecer precocemente e, além disso, também acumulei outros conhecimentos e vivências que na verdade não tinha necessidade de experimentá-los.
No ano de 1994 tive que me apresentar para o serviço militar obrigatório, portanto alistei-me na Aeronáutica, porém servi na Marinha do Brasil, pois havia sido aprovado no concurso para o Corpo de Fuzileiros Navais. O período em que estive servindo no CFN, os aprendizados e as experiências adquiridas ao longo de quase seis anos é de suma importância para minha vida até os dias de hoje e com certeza até meu ultimo dia nessa terra, haverei de aplicar os ensinamentos da caserna militar, que é e será sempre um orgulho para mim. Entretanto, contra a minha vontade, fui desligado do serviço ativo da Marinha no ano de 2000. Nesse ínterim, em que fui militar, confesso que me acomodei e não dei continuidade aos estudos, mas a partir do desligamento da Marinha até aproximadamente 2007 fiquei estagnado, desestimulado por conta decepção e injustiça de ter dado baixa da marinha por erro da União e do sistema covarde que mudou o plano de carreira, onde a minha turma de formação e as outras anteriores à minha não possuía um dos requisitos do atual plano, alguns conseguiram o reenquadramento após ação judicial, contudo como eu não tive orientação e ser muito leigo na época e perdi a oportunidade de voltar, dai foi dar continuidade em minha vida, porém muito abatido e sem esperança, só trabalhava para prover o sustento da família, sem nenhuma perspectiva ou ambição.
Mas partir de 2007 eu resolvi que tinha que dar um jeito em minha vida, pois não podia continuar como estava. Decidi recomeçar a estudar por conta própria e tentar alguns concursos públicos, mas não tive muito êxito, pois estudar sozinho requer muito esforço, dedicação e disciplina e eu ainda não possuía esses requisitos, decidi então fazer alguns cursos profissionalizantes, pois trabalhava como vigilante e para mim já estava mais do que na hora de tentar outras possibilidades. Foi através do CVT FETEC que fiz alguns cursos como: mestre de obras, eletricista predial e industrial e comecei a reagir, no CVT tive muitas orientações a respeito de ética profissional, que, aliás, era uma disciplina proposta em todos os cursos vocacionais do CVT, tive também orientação para melhor enquadramento no mercado de trabalho, administração de financias do próprio negócio e uma gama de aconselhamentos que me deram uma injeção de animo. Em 2010 prestei o concurso de Agente Educador II para SME-RJ no qual fui aprovado e, porém só tomei posse da matrícula em 2011, por conta da classificação. Ao adentrar na área da educação aprendi a gostar e descobri que tenho talento para docência e por intermédio de uma colega de trabalho conheci o PVS (Pré Vestibular Social) que me inscrevi e cursei durante o ano de 2013 o modo extensivo do PVS, momento muito maravilhoso e significativo da minha vida, pois tive a riquíssima oportunidade de estar
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