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Da manufatura á fabrica automática.

Por:   •  7/11/2018  •  1.298 Palavras (6 Páginas)  •  228 Visualizações

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com as máquinas suprime a necessidade de formar especialmente classes de operários para esse trabalho. Quanto aos serviços executados pelos trabalhadores manuais, podem ser feitos, parcialmente, por máquinas ou então, visto sua extrema simplicidade, pode-se mudar continuamente e a qualquer momento o pessoal encarregado dessa tarefa enfadonha.

Na manufatura e nos ofícios, o trabalhador serve-se do instrumento , na fabrica , ele serve a máquina. No primeiro caso ele e quem move o meio de ,trabalho no segundo ele só tem que acompanhar o movimento. Na manufatura, os trabalhadores são membros de um mecanismo vivo; na fabrica , são apenas os complementos vivos de um mecanismo morto que existe independentes deles.

Toda produção capitalista, como geradora não só do valor, mas também da mais valia, tem esta característica: em vez de dominar as condições de trabalho, trabalhador é dominado por elas mas essa inversão de papéis só se torna real e efetiva, do ponto de vista técnico, com emprego das máquinas . O meio de trabalho tornado autômato ergue-se durante o processo de trabalho , diante do operário sob a forma de capital, de trabalho morto, que domina e explora a forca de trabalho viva. A separação entre forças intelectuais do processo de trabalho e trabalho manual, e a transformação delas em meio pelos quais o capital sujeita o trabalho, tornam-se efetivas, como já vimos acima, na grande indústria baseada no maquinismo.

A subordinação técnica do operário a marcha uniforme do meio de trabalho e a composição particular do corpo de trabalho, formando por indivíduos de idade e sexo diferentes, criam uma disciplina bem militar, que se torna o regime absoluto das fábricas e desenvolve, amplamente, o já mencionado trabalho dos supervisores e a distinção dos operários em trabalhos e supervisores, em soldados e suboficiais da indústria. “A principal dificuldade, na fábrica automática, consistia nisto: era preciso, pelo estabelecimento de um disciplina indispensável do perfeito autômato”. O código de punições do fiscal substituiu o chicote do antigo feitor de escravos. Todas as punições revertem-se em multas ou descontos no salário, e a sagacidade legislativa dos Licurgos da fábrica torna-lhes a violação de sua leis mais rentável do que a observação dessas mesmas leis.

Estamos apenas indicando as condições materiais em que se realiza o trabalho na fábrica. Todos os órgãos dos sentidos são perturbados ao mesmo tempo pela elevação artificial da temperatura, pelo ar saturado com detritos de matéria-prima, pelo barulho ensurdecedor, etc., sem falar do risco de morte decorrente das máquinas demasiado juntas umas das outras que, com a regularidade das estações, publicam os boletins de perdas nas batalhas industriais. A economia dos meios sociais de produção, amadurecida como numa estufa quente no sistema de fábrica, torna-se entre as mãos do capital um roubo sistemático praticado contra as condições vitais do operário durante o trabalho – roubo de espaço, de ar, de luz e de meios de proteção pessoal contra as condições perigosas ou insalubres nas quais trabalha – para mencionar apenas os aspectos referentes à comodidade do operário. Estaria Fourier errado portanto, ao chamar as fábricas de presídios mitigados.

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