Concepções históricas e filosóficas da infância
Por: Rodrigo.Claudino • 24/5/2018 • 971 Palavras (4 Páginas) • 282 Visualizações
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nesta concepção compensatória da educação era de que o atendimento pré-escolar poderia amenizar as carências das crianças mais pobres.
A finalidade básica da educação compensatória era o de proporcionar oportunidades educacionais no caráter social e cultural compensando-se o déficit linguístico das crianças. As crianças menos favorecidas eram vistas como carentes.
Em contrapartida nos jardins-de-infância das crianças derivadas de famílias de classe média, a educação não tinha o mesmo caráter compensatório. O trabalho abarcava também o desenvolvimento dos aspectos afetivos e cognitivos das crianças.
Com o aumento da demanda por pré-escolas, a educação infantil passou por um processo de municipalização. O caráter da educação agora não era mais assistencialista ou compensatório, mas a pré-escola tinha uma função educativa. Muitos educadores da época discutiram o papel das creches e pré-escolas e elaboraram novas programações pedagógicas visando o desenvolvimento cognitivo e linguístico.
Com a promulgação da Constituição Federal, em 1988 a educação foi reconhecida como um direito de todas as crianças e um dever do Estado. Houve um alargamento do número de escolas e um avanço na formação dos profissionais.
Além disso, em 1990, com a promulgação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os direitos das crianças foram concretizados.
E, por fim, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB de 1986, a educação infantil é reconhecida como etapa inicial da educação básica. A educação infantil passa a ser vista por um novo prisma, valorizando-se a criança e a sua cultura, considerando-a ativa e capaz de construir o seu próprio conhecimento. Agora o professor é um mediador entre a criança e o mundo. A família é co-participante do processo de ensino-aprendizagem. Os conteúdos são desenvolvidos de maneira lúdica, respeitando-se a bagagem cultural de cada um. Foi criado, inclusive, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, de maneira a levar a todas as escolas novas propostas pedagógicas diretamente voltadas para a criança tal como ela é.
Apesar disso, ainda se faz necessário prosseguir, pois ainda existem muitas crianças carentes de atendimentos nas creches, assim como também melhorar a qualidade do atendimento e na ação educativa do cuidar e educar da creche e pré-escola. A infância é algo que está se constituindo permanentemente. Ela deixou de ser objeto apenas de cuidados maternos para ser objeto dos deveres públicos do governo.
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