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A retrospectiva da didática

Por:   •  31/8/2018  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  304 Visualizações

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4. ENSINAR EXIGE CRITICIDADE

Entre o saber feito de pura experiência e o resultante dos procedimentos metodicamente rigorosos, não há uma ruptura, mas uma superação que se dá na medida em que a curiosidade ingênua, associada ao saber do senso comum, vai sendo substituída pela curiosidade crítica ou epistemológica que se prioriza metodicamente.

5. ENSINAR EXIGE ESTÉTICA E ÉTICA.

Nós somos seres históricos sociais, capazes de comparar, valorizar, intervir, escolher, decidir, romper e portanto, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Transformar a experiência educativa treinamento técnico é depreciar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se respeitarmos a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma altamente negativa e perigosa de pensar errado.

Pensar corretamente demanda profundidade na compreensão e interpretação dos fatos. È impossível mudar e fazer de conta que não mudou. Temos que ter coerência entre o pensar certo e o agir certo. Não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda, assumir a mudança operada

6. ENSINAR EXIGE A CORPOREIFICAÇÃO DA PALAVRA PELO EXEMPLO.

O professor que ensina certo não aceita o “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Ele sabe que as palavras às quais falta corporeidade do exemplo quase nada valem. É preciso uma prática que comprove, que confirme o que se diz em lugar de contradize-lo.

7. ENSINAR EXIGE RISCO, ACEITAÇÃO DO NOVO E REJEIÇÃO A QUALQUER FORMA DE DISCRIMINAÇÃO.

O novo aprendizado não pode ser negado ou aceito só porque é novo, nem o velho recusado, apenas por ser velho. O velho que preserva sua validade continua novo.

A prática preconceituosa de raça, classe, gênero ofende a essência, o substancial do ser humano e nega radicalmente a democracia.

Ensinar a pensar certo é algo que se faz e que se vive enquanto dele se fala com a força do testemunho; exige entendimento co-participado. O educador tem como tarefa desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzindo nele compreensão do que vem sendo comunicado. O pensar certo é intercomunicação dialógica e não polêmica.

8 ENSINAR EXIGE REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA

Ensinar envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. É fundamental que o aprendiz da prática docente saiba que deve subpujar o pensar ingênuo, assumindo o pensar certo produzido por ele próprio, juntamente com o professor formador. Por outro lado, ele deve reconhecer o valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição.

O docente tem que através da reflexão crítica sobre a prática de hoje ou de ontem tentar melhorar a próxima prática. Buscando assumir como está sendo e percebendo a razão de ser naquele momento, assim se tornando capaz de mudar, de promover o estado da curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. Decidindo, rompendo, optando e me assumindo.

9. ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO E A ASSUNÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL.

A tarefa mais importante da prática educativo-crítica é propiciar condições para que os educandos em suas relações sejam levados à experiências de assumir-se. Como ser social e histórico, ser pensante, transformador, criador, capaz de ter raiva porque capaz de amar.

A questão da identidade cultural não pode ser desprezada. Ela está relacionada com a aceitação do indivíduo por ele mesmo e se dá, através do conflito entre forças que os obstáculos causam nessa busca de si e as que favorecem essa assunção.

Consequentemente tornasse incompatível com o treinamento pragmático, com os que se julgam donos da verdade e que se preocupam quase exclusivamente com os conteúdos.

Resumidamente um simples gesto do professor pode motivar o educando em sua formação e auto-formação. A experiência informal de formação ou deformação que se vive na escola, não pode ser negligenciada e exige reflexão. Experiências vividas nas ruas, praças, trabalho, salas de aula, pátios e recreios são cheias de significação.

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