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LEROY, Maurice. As grandes correntes da linguística moderna. São Paulo: Cultrix, 1974.

Por:   •  10/11/2018  •  1.450 Palavras (6 Páginas)  •  323 Visualizações

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Leroy cita a posição-chave de Saussure: “o signo linguístico é arbitrário” e ressalta que essa afirmação foi sem dúvida a que gerou maiores controvérsias. “A palavra arbitrário significa imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum vínculo natural na realidade”. O autor cita diversas teorias que eram contrárias a essa afirmação e procura desfazer e explicar algumas delas.

Ele também destaca outra teoria estabelecida por Saussure que se tornou clássica: língua e fala. Essa dicotomia encontrou adversários que se incomodaram com a separação que Saussure fez ao estabelecer esses dois aspectos da linguagem. De diferentes lados propôs-se fazer intervir um terceiro elemento, que seria o uso ou a norma. É ressaltado na obra que Coseriu fala da norma como que desempenhando um papel intermediário entre a língua e a fala. Mas Leroy explicita que “a língua não é um dado ao qual possamos aceder de maneira sensível; somente considerando fatos de fala como atualizações da língua é que chegamos a representar-nos essa abstração; por outro lado, a fala só é compreensível na medida em que possamos referir-nos à língua, fato que Saussure punha bem evidência ao dizer que a língua é, a uma só vez, o instrumento e o produto da fala”. Além da língua/fala, a sincronia e a diacronia também desempenharam papéis importantes na doutrina do Cours.

Outra questão apontada no texto é a linguística psicológica, as relações entre o pensamento e a língua foram objetos de muitos estudos. Leroy destaca os estudiosos que mais contribuíram a essa teoria e conclui que o ponto de vista psicológico está presente em toda parte na pesquisa linguística.

No penúltimo capítulo do livro, Leroy fala sobre a contribuição da escola sociológica para os estudos linguísticos. Ele cita o postulado “a linguagem é eminentemente um fato social”, destacando que os linguistas franceses “tiveram o mérito de ordenar os princípios que lhes pareciam dar conta dos fatos de linguagem” e observaram que a língua é determinada pelos reflexos das transformações da sociedade humana. Ele destaca que o método seguido pelos defensores da escola sociológica consiste em explicar os dados linguísticos por fatores extralinguísticos e ver que a solução do problema depende da escolha elevada a cabo pelo linguista entre os fatores capazes de exercer uma ação; o resultado será função da insistência com que ele considerará qual deles como decisivo. Mais a frente o autor mostra como a distinção saussuriana entre a língua e a fala reforça as teses sociológicas e ressalta que a língua “social em sua essência e independente do indivíduo” é um sistema de signos que serve como meio de comunicação aos membros de uma mesma comunidade e a fala é um ato individual, ou seja, é o uso que cada um faz do sistema (a língua) da comunidade linguística a qual pertence.

E por fim, no último capítulo Leroy faz um exame das teses individualistas e destaca os principais estudiosos dessa corrente. Benedetto Croce formulou teses com as bases de uma doutrina que mudou o estudo dos fatos da linguagem para o domínio da estética. Ele concluiu que a Estética e Linguística não são duas ciências distintas, mas uma única e mesma ciência e acrescenta que as línguas não tem existência fora das proposições realmente pronunciadas ou escritas em certos povos, em períodos determinados, ou seja, fora das obras nas quais elas existem de maneira concreta. Mas as suas concepções permaneceram por muito tempo sem eco. Karl Vossler, inspirador da escola idealista, tentou aplicar e defender os fatos da língua. Ele afirma que “toda evolução linguística é questão de gosto, isto é, do sentimento estético do falante e que toda expressão linguística é uma criação individual”. De outra parte, Vossler e a escola idealista se manifestaram contra a afirmação presente no Cours de que “a linguística tem por único e verdadeiro objeto a língua considerada si mesma e por si mesma”. Para ele “o estudo da língua é inseparável do da civilização e que a historia da língua abarca, em realidade, a totalidade da vida do espírito”.

Outra corrente que se desenvolveu foi a dos neolinguistas, promovida por Matteo Bartoli, que proclamava que a linguística deveria ser uma ciência humana que abarca a linguagem no seu todo, liga-a as outras criações do espírito e a encara como uma das faces da historia do homem.

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