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VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRODESCENDENTE NO BRASIL

Por:   •  11/5/2018  •  4.397 Palavras (18 Páginas)  •  281 Visualizações

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As escolas precisam desenvolver uma prática pedagógica voltada para o atendimento à diversidade e enfrentamento dos diferentes tipos de preconceito, discriminação e, de modo particular, do racismo. Assim, faz-se necessário pensar em uma prática no processo de ensino e aprendizagem de História, capaz de proporcionar reflexões críticas e transformadoras ao abordar a problemática da discriminação e preconceito racial no contexto escolar.

Com a intenção de valorizar a história e cultura afro-brasileira é preciso debater a problemática do preconceito e discriminação racial, a partir de recursos didático-pedagógicos viáveis à exploração do tema. Os alunos precisam ser levados a pensar de maneira crítica e construtiva e isso exige preparação e conhecimentos aprofundados do docente. Portanto, pensando na relevância da efetivação de uma prática pedagógica no ensino e aprendizagem de História para tratar da cultura afrodescendente brasileira e sua relação com a história da África, esse projeto justifica-se à medida que visa aprofundar estudos sobre as relações étnico-raciais no Ensino Médio.

O planejamento e desenvolvimento desse projeto visa atender alguns quesitos básicos: o aprendizado da cidadania e da vivência de valores essenciais da pessoa humana, por meio da apropriação cultura de um povo, como ferramenta estimuladora para vivência em uma sociedade plural, que não pode usar o preconceito como ferramenta para tratar da diversidade. Além disso, busca-se contribuir para o resgate da herança africana que, não raro, tem a sua história esquecida e/ou ignorada pela sociedade.

O objetivo do projeto é abordar conteúdos relativos à valorização da história da cultura afrodescendente no Brasil reconhecendo as diferentes participações históricas, visando uma melhor compreensão sobre as diferenças entre os conceitos, preconceitos e discriminação racial no ambiente escolar.

Deste modo, pretende-se favorecer o desenvolvimento de atividades diferenciadas, envolvendo a oralidade, a expressão artística e cultural dos alunos, considerando momentos estimuladores de trabalho, envolvendo pesquisas, leituras e interpretação de textos, interpretação, discussões em grupos, entre outras atividades propostas na sequência didática, para contribuir com a ampliação dos conhecimentos, concepção de hábitos e atitudes básicas para a formação de valores éticos necessários para uma vida justa e igualitária. Por meio de atividades provocativas pretende-se desenvolver ações transformadoras, projetando o respeito à dignidade da pessoa humana como prática fundamental para a vivência em sociedade.

Nesse sentido, propõe-se, também, dar a reconhecer, por meio de expressões culturais e atividades de dramatização e interpretação, alguns aspectos relevantes decorrentes do período da escravidão negra, com destaque nos ideais e valores que incentivaram e nortearam a vida e a formação da identidade do povo afrodescendente.

Com tais reflexões, buscar-se-á vivenciar e valorizar a cultura negra, por meio de músicas, poemas, pinturas, no sentido de dialogar sobre personalidades negras do passado e do presente, e heróis negros que se destacaram na luta e resistência contra os maus tratos e desprestígios dos povos africanos trazidos para o Brasil como escravos e que se destacaram na luta pelo reconhecimento do negro como parte “real” da formação do povo brasileiro. A avaliação será contínua, acontecendo em todos os momentos de participação dos alunos, em conformidade com a proposta curricular da escola.

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REFERENCIAL TEÓRICO[pic 17]

Na sociedade capitalista as relações raciais foram agrupadas, alentados, transformados e institucionalizados para a sustentação das diferenças raciais e sociais. Fernandes (1978, p.10) justifica o advento do movimento negro no Brasil com base no “sentimento de exclusão sofrido pelo negro depois da abolição”.

No decorrer da história da sociedade brasileira, a população negra sofreu com os preconceitos e discriminações advindas das condições sociais desfavoráveis em comparaçõa ao branco buscando a concretização de uma ordem social competitiva.

[...] a situação de miséria, o tratamento diferencial e o isolamento vão provocar um doloroso processo de autoafirmação e de protesto, que projetará o “homem de cor” no cenário histórico, como agentes de reivindicações econômicas, sociais e políticas próprias. [...] graças aos mecanismos imperantes de acomodação entre “negros” e brancos (FERNANDES, 1978, p. 10).

Orientados pelo sentimento de integrar e infringir os obstáculos estabelecidos pelo preconceito surgiu, no início do século XX, as primeiras organizações negras. Contudo, essas organizações eram formadas por uma minoria de pessoas com ascensão social. Os movimentos sociais da primeira metade so século XX, em particular da Frente Negra Brasileira – FNB[1] contribuiu para evidenciar a potencialidade mobilizadora do segmento negro no território brasileiro.

[...] Nas primeiras décadas do século, surgiram na cidade de São Paulo inúmeras associações negras que desenvolveram diversas atividades educacionais, desde a encenação de peças teatrais, sessões de declamações de poesias - os chamados festivais litero-dançantes -, promoção de palestras educativas, formação de bibliotecas, até atividades educativas mais formais, como cursos de atualização, de alfabetização e mesmo de um curso primário regular, como o mantido pela Frente Negra Brasileira (PINTO, 1993, p. 28).

As principais reivindicações do negro tiveram como foco as lutas pela integraçãopolítica, econômica, social e religiosa, ebm como as disposições nacionalistas e anticomunistsa.

Sobre o preconceito contra o negro, Munanga (1996) constata que este dificilmente deixaria de existir, mesmo com a inclusão do mesmo na sociedade. Mas havia teses que defendiam que o preconceito poderia deixar de existir por meio da educação de negros e brancos.

No decorrer da história observou-se um grande esforço dos negros para comprrender a sua condição nos diferentes âmbitos, sobretudo, no tocante à questão educacional. Para Mauês (1997), nos anos 70, o movimento negro organizou-se para fazer valer a sua reivindicação pela educação, denunciando os prejuízos causados pela falta de uma educação escolar, considerando que é na escola que o negro tem a possibilidade de fazer valer a sua identidade. Por isso, o movimento contribuiu para que os negros se

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