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Sistema de educação

Por:   •  22/10/2018  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  296 Visualizações

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O samba de roda surge, inicialmente, no Recôncavo Baiano, mas foi trazido ao Rio de Janeiro, na segunda metade do século XIX, por escravos que acompanharam a mudança da capital imperial. Este ritmo marca o cenário carioca, ao andarmos pelas ruas da cidade podemos escutar o samba, um estilo musical que está presente em nosso cenário e que atrai multidões ao Rio de Janeiro para desfrutar de toda sua sensualidade.

“Apesar de existir em várias partes do país – especialmente nos Estados da Bahia, de Pernambuco, do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo – sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.”

No Rio de Janeiro a dança praticada por escravos libertos teve contato com outros ritmos da região, levando ao surgimento desse marco gênero cultural que se transformaria parte da identidade brasileira. Ao redor do mundo quando mencionamos de onde somos a primeira indagação que percebemos é – Brasil? Samba? – O samba se torna patrimônio desde a década de 30 e já anteriormente a essa época, vem se modificando, embora não perca jamais sua raiz.

“No final da década de 20, com inovações produzidas por compositores dos bairros do Estácio de Sá, Osvaldo Cruz e dos morros da cidade, o samba começou a ganhar mais originalidade adquirindo um formato “genuíno” ou “de raiz” passando a se consolidar no Rio de Janeiro como uma expressão musical urbana e moderna, sendo tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se desde os morros cariocas até os bairros da zona sul da cidade.”.

Como podemos perceber o samba é de origem escravista, possui raízes fortes com a cultura afro-brasileira. Sua história remonta a um período de libertação, de exaltação de uma crença, de uma religião, o candomblé, e servia como uma rota de fuga para todos os percalços enfrentados por negros libertos.

O samba sofreu por ser de origem negra, foi imensamente criminalizado, escravista, foi norteado por preconceitos raciais e podemos perceber isso em diversas letras. Entretanto uma se mostra como umas críticas, extremamente atuais, como podem perceber na música “Identidade”, escrita pelo sambista Jorge Aragão;

Identidade

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você

É o exemplo da dignidade

Não nos ajuda, só nos faz sofrer

Nem resgata nossa identidade

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...

Jorge Aragão

Adiante, percebemos então que o samba é uma forte ferramenta cultural frente às injustiças sociais, como mostrado acima, contra o preconceito, por exemplo. Em outro período história, a Ditadura Militar, década de 60. Embora vivêssemos em um período de censura, três escolas de samba se mostravam resistentes a esse cenário de injustiça imposto pelos militares – Salgueiro, Unidos de Vila Isabel e Império Serrano.

Estas cantavam seus protestos, de forma implícita. Era sabido que a censura poderia não permitir a “divulgação” de letras que fossem de encontro ao regime. O cenário era caótico, a liberdade de expressão não se via no horizonte e embora não vivêssemos mais em um regime escravista, o cenário de mascaramento ainda se fazia presente e o samba tendo vencido uma vez essa disputa, tentaria novamente impor seu espaço e suas denúncias frente ao regime ditatorial presente no Brasil.

Em 1976, o Salgueiro, escola de samba tradicional no cenário carioca, desfilou pela avenida sob o tema “A História de Liberdade no Brasil”, o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) monitorou todos os passos da escola, entretanto liberaram a sua apresentação.

O tema, sutilmente, fazia um ensaio a cerca das lutas populares que tinha o Brasil como cenário, a fim de exaltar a força popular. Tal referência tinha o intuito de inflar a população e de fazer uma denúncia acerca do momento político encarada por toda a população. O Brasil não se renderia e a sua população não deveria se mostrar inerte frente à História, já vivida por sinal.

Adiante em 1969, o primeiro carnaval após o AI-5, a ditadura impõe mudanças ao samba-enredo “Heróis da Liberdade” de autoria dos sambistas Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira, que compunham a Império Serrano. Este fazia menção a Inconfidência Mineira, a abolição da escravatura e, também de forma sútil, fazia referência à resistência.

“Ao longe soldados e tambores/Alunos e professores/Acompanhados de clarim/Cantavam assim/Já raiou a liberdade/A liberdade já raiou/Essa brisa que a juventude afaga/Essa chama/ Que o ódio não apaga pelo universo/É a revolução em sua legítima razão”. Considerada subversiva, a frase foi reescrita. “É a evolução em sua legítima razão”.

Adiante, a Unidos de Vila Isabel também colocou o “seu bloco na rua”, em 1980, frente às atrocidades cometidas pelo regime militar. O seu samba-enredo se chamava “Sonho

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