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Revolta da Vacina

Por:   •  28/2/2018  •  3.978 Palavras (16 Páginas)  •  288 Visualizações

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Federal, consistia na cidade de maior crescimento do país, única cidade do Brasil com mais de 500.000 habitantes. Vivia em um momento de intensa transformação.

O Rio de Janeiro, além de ser capital, possuía um dos principais portos do país, no lugar de “cidade maravilhosa” era denominado de forma não honrosa de “cidade da morte” devido a grande quantidade de mortes de imigrantes recém-chegados.

O que prejudicava muito as relações comerciais do estado era a falta de saneamento básico e as péssimas situações de higiene; Sendo assim foco de muitas epidemias como varíola, malaria, febre amarela, tuberculose e peste. Endemias essas que paralisavam a cidade e causavam a morte de muita gente.

Só teve a contribuir com a situação trágica da cidade a ampliação da população com a abolição da escravidão e a entrada constante de estrangeiros. Nessa ocasião o Rio de Janeiro ainda transportava a mesma base urbanística e de saneamento do período colonial.

A república com seus ideais positivistas não podiam tolerar a capital da republica tão “imundas e cheia de vermes”. Habitava a zona central da cidade a população pobre, o que justifica pela opressão imposta pelo governo em falta de emprego, impostos, e em condições de vida precária. A nova elite urbana, inspirada em um modo de vida europeu, não consentia seus tão desagradáveis vizinhos.

PRESIDENCIA DE RODRIGUES ALVES

Em 1902, o paulista Francisco de Paula Rodrigues Alves tornou-se presidente da República, em total harmonia e tranquilidade já que seu antecessor se retirou em meio a intensas vaias populares. O governo de Campo Salles havia sido marcado

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por aumento de impostos através da tarifa ouro sobre os produtos de importação, e combate à inflação.

Apresentando como programa de governo a modernização da economia, da sociedade e das principais cidades do pais, o fazendeiro e político de prestigio em seu Estado Rodrigues Alves venceu as eleições num momento de euforia devido ao aumento de exportações de café e ao crescimento industrial.

Contudo, o quinto presidente do Brasil, paulista de Guaratinguetá, assumiu a Presidência com a proposta de acabar com o caos que se instalara na cidade, e decidido a transformar a capital federal, Rio de Janeiro. Garantindo o fluxo de investimentos e de capital estrangeiro.

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“Rio de Janeiro! Na avançada

Hora crepuscular repousas, já vencida, Aconchegada à sequencia de montanhas, Desfalecendo, depois da fadiga quente do

[dia. (...)

O mal da natureza praia, poderoso, Sobre a florida superfície tropical.

O poder supremo

Deste império não é de nenhum Herodes, No entanto é a terra da morte diária, Tumulo insaciável do estrangeiro.

(Citado em: Carl Von Koseritz. Imagens do Brasil. São paulo, Martins/Edusp, 1972 p.217-8.)

*Pseudônimo de Ferdinand Schmidt, poeta suíço que visitou o Rio de Janeiro no final do Império.

A REFORMA URBANA (1903-1906)

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CAPITULO II

Quando Rodrigues Alves assumiu o governo em 1902, deu especial atenção à reforma urbana e as obras de saneamento. Resultado da iniciativa do então presidente da Republica Campos Sales, consolidada por Rodrigues Alves. Enveredou por um programa intensivo de obras publicas do Rio de Janeiro, sob o pretexto de melhorar a imagem, a sanidade e a economia da capital federal. Facilitando a imigração de estrangeiros e aumentando o volume de investimento no país.

Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para Prefeito do Rio de Janeiro, fortemente entusiasmado pela reforma urbana de Paris, a partir da

influencia de George Haussmann. A erradicação dos cortiços, casa de cômodos e a valorização dos espaços centrais foram a temática principal da reforma.

Foi projetada uma obra sem antecedentes com referencia da ideia de avanço dentro da finalidade urbanística, antes uma cidade depravada, agora com modernas ruas e praças civilizadamente mais largas, arborizadas e de arquitetura refinada nos moldes europeus.

A ideia era simples: retirar os mais pobres, derrubar os velhos casarões que serviam de cortiço, e abrir largas avenidas, dando fim às ruelas e pequenas vias do período colonial. Tinha como objetivo possibilitar a circulação de pessoas e dificultar a formação de entrincheiramentos por parte da população mais pobre. Foi conhecido popularmente como “bota abaixo” a política de derrubar as velhas construções da capital federal.

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Capitulo III

O SANITARISTA OSWALDO CRUZ

Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em 5 de agosto de 1872 em São Luís de Paraitinga, São Paulo, filho do médico brasileiro Bento Gonçalves Cruz e de Amália Bulhões Cruz. Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1892, formou-se doutor em Medicina. Quatro anos depois, realizou seu grande sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, que reunia os grandes nomes da ciência na época.

Ao voltar da Europa, Oswaldo cruz encontrou o porto de Santos tomado pela violenta epidemia de peste bubônica e logo entrou no combate à doença. Em frente à ameaça da peste chegar ao Rio de Janeiro, foi criado, a 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, com objetivo de fabricar o soro antipestoso. Como diretor geral, o Barão de Pedro Afonso, e diretor técnico o jovem bacteriologista. Em 1902, assumiu a direção geral do novo Instituto, que ampliou suas atividades, não mais se restringindo à fabricação de soros, mas dedicando-se também à pesquisa básica e aplicada e à formação de recursos humanos.

Em março de 1903, após ser nomeado para a Diretoria Geral da Saúde Publica por Rodrigues Alves, o sanitarista assumiu os serviços de higiene e procurou restaura-lo tendo como principio base a sua centralização, já que ate então se encontrava fraco e fragmentado.

AS MEDIDAS CONTRA A VARIOLA

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