MÃES DA PRAÇA DE MAIO

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Como naquela época a repressão popular era muito grande as mães começaram a se reunir todas as quinta-feiras para andar ao redor da praça, tendo como sua marca a fralda de seus filhos desaparecidos amarrados na cabeça, para se identificarem como as mulheres que procuravam desesperadamente por noticias.

"Individualmente não vamos conseguir nada. Por que não vamos todas à Praça de Maio? Quando formos muitas, (o então ditador Jorge) Videla terá que nos receber", propôs Azucena às mães que, como ela, perambulavam por igrejas, quartéis e tribunais sem encontrar nenhum dado sobre o paradeiro de seus filhos. Essas mulheres, taxadas pelos militares como “as loucas da Praça de Maio” , foi um grupo que enfrentou pacificamente um dos regimes militar mais sangrentos, sendo perseguidas e consequentemente torturadas como acontecia frequentemente com os opositores do regime.

As voltas ao redor da praça começou como forma de evitar a aglomeração de pessoas que era proibida na época, para colocar em prática o “circulem” que ouviam diariamente dos militares, elas literalmente andavam pela praça. "Na praça éramos todas iguais. Todas tínhamos tido nossos filhos levados, o mesmo acontecia com todas. Por isso é que nos sentíamos bem. Por isso é que a Praça reuniu, consolidou", lembrou há duas décadas Hebe de Bonafini. Todas tinham o mesmo objetivo de encontram alguma resposta sobre o desaparecimento de seus filhos, esse foi um modo que as mulheres encontraram para amenizar a sua dor, e assim unirem força, para que de algum modo, conseguissem atenção necessária para mostrar aos militares que as mulheres também tinham força e espaço naquela sociedade, e apesar da dor, elas tinham motivos para toda quinta, estarem presente naquele local, para continuarem com seu protesto.

As Mães da Praça de Maio