Familia Real no Brasil
Por: Carolina234 • 6/3/2018 • 2.070 Palavras (9 Páginas) • 300 Visualizações
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grande de sacerdotes, que lhe rendeu
até o renome de "revolução dos padres". A revolução passa ainda do Recife para o sertão e
se expande para Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, motivada por esse sentimento de
desigualdade regional dos nordestinos somado a um forte "antilusitanismo".
Ainda assim, não podemos pensar que esses diferentes grupos tinham entre si os mesmos
objetivos com a revolta, pois não tinham, compreendemos então que as diferentes camadas
descontentes com o poderio da Coroa portuguesa, eram movidos por diferentes âmbitos,
com os pobres pleiteando uma igualdade maior, a classe dos trabalhadores, como os
cirurgiões, boticários, sangradores e barbeiros se dando um auto papel de destaque na luta
pela pátria e os proprietários rurais, como uma classe poderosa, com o interesse de
descentralizar o poder das mãos da Coroa. Essa mesma diferenciação de interesses dos
revolucionários pode ser associado como um fator de sua derrota, após combate com as
forças portuguesas, que se desenrolaram no interior e que mostraram o despreparo e as
desavenças entre os revoltosos. O movimento durou cerca de mais de dois meses,
deixando profunda marca no nordeste e findando-se em maio de 1817 com a ocupação de
Recife pelas tropas portuguesas.
Essa situação perduraria ainda por mais alguns anos, quando acontece, na Europa, a
Revolução Constitucionalista de 1820. Resultando em uma pressão pelas cortes
portuguesas, para que D. João VI, que então já havia sido proclamado rei, após a morte da
rainha-mãe, Dona Maria 1ª, retornasse à Europa, o que veio a ocorrer em 1821. Em seu
lugar, deixou o príncipe herdeiro, na condição de príncipe regente. Contudo, a rápida
evolução da crise política na Colônia levaria, já no ano seguinte, à proclamação da
Independência da maior colônia portuguesa. O príncipe regente tornava-se, assim, Dom
Pedro I, imperador do Brasil.
Mas ainda estaria a frente um longo caminho a ser percorrido para que essa independência
brasileira, fosse de fato reconhecido pelas demais nações, inclusive por Portugal, que se
recusava a reconhecer a perda de sua à essa altura única Colônia lucrativa e se movia
inclusive para que os demais países, inclusive a Santa Aliança não aceitassem essa
independência brasileira. Havia então a necessidade eminente de que serem tomadas
diversas ações que assegurassem a autonomia política do Brasil.
Um fator obstante para essa afirmação do Brasil como nação independente, era o
enfrentamento de vários levantes militares, em algumas províncias que se mantinham fiéis a
Coroa Portuguesa, forçando até mesmo a contratação de
mercenários ingleses para assegurarem o controle dos conflitos internos que aconteciam
em solo brasileiro, fruto ainda do sentimento regional que continuava a mostrar-se mais
forte que um possível sentimento patriota.
Para que o Brasil tivesse condições de estabelecer-se como um Estado autônomo, era de
extrema importância que outras importantes nações reconhecessem sua soberania. Em
1824, no intento de continuar sua aproximação com as outras nações americanas, os
Estados Unidos reconheceram o desenvolvimento da independência brasileira. Apesar da
importância de tal fato, Portugal continuaria a atravancar esse desenvolvimento e o Brasil
teria que fazer com que sua antiga metrópole aceitasse o surgimento dessa nova nação.
Assim, a Inglaterra aparece como intermediária diplomática, viabilizando após diversos
impasses a assinatura de um acordo. No dia 29 de Agosto de 1825, o Tratado de Paz e
Aliança finalmente oficializou o reconhecimento de Portugal da independência do Brasil.
Conforme esse acordo, o governo brasileiro deveria então pagar uma indenização de dois
milhões de libras esterlinas para então Portugal aceitar a independência brasileira. Além
disso, D. João VI, rei de Portugal, ainda continuaria com o título de imperador do Brasil.
Exigência essa que se apresenta sob a ótica do desejo dele de ainda reunificar os dois
países em uma só coroa.
Como uma nação recém-formada o Brasil não tinha a mínima condição de pagar a
indenização estabelecida pelo tratado. Nesse momento que entram os ingleses que
emprestam os recursos necessários para pagamento do acordo, gerando um primeiro
contrato de dívida externa para o Brasil.
Após o reconhecimento português,
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