Bhopal, uma reza por chuva

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Estudos mais aprofundados com os sobreviventes também apontam sintomas neurológicos, que incluem cefaleia, distúrbios de equilíbrio, depressão, fatiga e irritabilidade, além de anormalidade e efeitos negativos sobre o sistema gastrointestinal, muscular, reprodutivo e imunológico.

De forma irresponsável e absurda, a Union Carbide abandonou Bhopal, deixando ali uma quantidade imensa de susbtâncias químicas que contaminaram as águas e até hoje causam transtornos, doenças e mortes aos moradores da região. Estima-se que, até os dias atuais, cerca de 16 mil pessoas morreram e mais de meio milhão ficaram feridas devido ao contato com os gases tóxicos.

A Union Carbide tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre pagando compensações inadequadas ao Governo da Índia. Hoje, mais de 20 mil pessoas moram na região e uma segunda geração de crianças continua a sofrer os efeitos da herança tóxica deixada pela empresa. Os moradores de Bhopal ficaram com fornecimento de água contaminada e um legado tóxico que ainda hoje causa prejuízos.

É de extrema importância trazer à tona toda a problemática envolvida com os agrotóxicos, na qual diversos aspectos devem ser abordados, como: os graves danos causados no meio ambiente, afetando diretamente diversos ecossistemas; o alto grau de toxicidade para o homem, principalmente à nível ocupacional; além do papel do Estado em termos de fiscalização, prevenção e combate aos malefícios provenientes dos pesticidas; e a falta de penalização às empresas produtoras de agrotóxicos devido à uma legislação falha e a compactuação do Estado na impunidade dessas empresas em casos de desastres como este, que ocorre devido a altíssima lucratividade dos fabricantes de agrotóxicos o que os leva a ter grande influência econômica sob o Estado principalmente sob as políticas que regem esse mercado.

Durante o filme é possível refletir sobre a importância e as consequências de todos esses aspectos envolvidos nos danos causados por pesticidas. E diante de todos esses malefícios, nós somos também, levados a nos questionar quais medidas seriam eficientes para combater esses problemas a longo prazo e para ao menos amenizar os riscos mais iminentes.

A gravidade de todos os fatos apresentados torna inegável o absurdo que é a Union Carbide (atualmente Dow) não ter sido responsabilizada criminalmente e financeiramente por esse desastre industrial além da poluição contínua. A empresa deveria no mínimo: Realizar a descontaminação da área; garantir tratamento médico e benefícios necessários para tratamentos de todos os afetados a longo prazo pelo desastre; indenizar economicamente as pessoas afetadas pela exposição ao gás e suas famílias; Fornecer água potável para as comunidades que consumem água de poços contaminados; e os administradores da fábrica da Union Carbide em Bhopal deveriam responder judicialmente pelo desastre.

Além de ser de extrema importância que seja estabelecida uma rígida legislação internacional com punição severa para responsabilizar criminal e financeiramente as empresas em casos de desastres industriais e de poluição tóxica contínua.

Dessa forma as empresas passariam a seguir a risca todas as medidas de segurança necessárias para evitar acidentes como estes e também avalariaram profundamente o risco-benefício antes de utilizar substâncias com extremo grau de toxicidade como o MIC.

Referências Bibliográficas:

1. Acidentes químicos ampliados: um desafio para a saúde pública. Rev. Saúde Pública. 1995, vol.29, n.6, pp. 503-514. ISSN 0034-8910.

2. Disponível em:

The Bhopal disaster and its aftermath: a review. Disponível em: . Acesso em 25 de nov. 2017.

3. Disponível em: . Acesso em 25 de nov. 2017.

4. Disponível em: . Acesso em 25 de nov. 2017.

5. Disponível em: . Acesso em 25 de nov. 2017.