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Trabalho de Estética- Filosofia

Por:   •  19/1/2018  •  1.477 Palavras (6 Páginas)  •  315 Visualizações

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No desenvolver do texto, o autor vai acrescentando dados comparativos entre afirmações da psicologia clássica e da nova psicologia. Na página 108 encontramos o absurdo na sentença clássica, em que só poderíamos perceber fatos psíquicos como a cólera ou o medo, partindo do interior do sujeito que os sentia, sendo impossível a percepção através da observação do comportamento do outro, como se o sentimento não fosse expressado pelos gestos, voz, olhar, mudanças da expressão facial. Isso é tão perceptível que a emoção, se não controlada, chega a desorganizar o comportamento habitual do sujeito. A nova psicologia reconhece o sujeito como um ser inserido no mundo e por isso mesmo o percebe como um todo.

Um filme, segundo Merleau-Ponty, não é uma soma de imagens, e sim uma forma temporal e os sentidos das imagens dependem das que as precedem e a sucessão de imagens são necessárias para produzir o efeito esperado. Isso depende da perspicácia do diretor para perceber a duração das ‘tomadas’, para que o outro perceba o que ele gostaria que fosse percebido. O som, a música incidental, fazem parte da configuração interna do filme. A trilha musical deve contribuir para a modulação plástica da imagem, e ser capaz de realizar “ rupturas do equilíbrio sensorial” (Jaubert-Esprit, 1936). “ O sentido de um filme está incorporado a seu ritmo, assim como o sentido de um gesto vem, nele, imediatamente legível” (p.116). O filme não significa nada além dele mesmo, e nos convida a percebê-lo, não nos convida a pensá-lo. “ Para o cinema, como para a psicologia moderna, a vertigem, o prazer, a dor, o amor, o ódio traduzem comportamento” (p.116), e como toda arte, o cinema não é feito para expor idéias.

Neste exemplo, o que é mostrado por Merleau-Ponty é a expressão que Deleuze e Guattari utilizam para elucidar o que é necessário (afectos e perceptos) para que a obra de arte possa se manter em pé sozinha e, com isso, ela possa abrir a sua sala de visitas para que a percebamos através da sua linguagem; através do seu "bloco de sensações".

Ouvido do cotidiano Acadêmico

A obra de arte exige um processo para que obtenha êxito, para ser exitosa, ela exige do artista que acompanhe a sua própria trajetória, ou seja, muitas vezes o artista tem uma idéia do que quer expressar, mas quando começa a obra, esta o dirige muitas vezes por caminhos nunca imaginados. Exemplo: numa escultura, o escultor pretende esculpir um braço com angulação de 45 graus, porém a peça em que está trabalhando não permite essa angulação pois poderia partir-se, ele então é forçado a angular como é possível. Num romance, à medida em que as personagens vão ‘tomando vida’, elas passam a exigir do escritor um novo rumo para o desenvolvimento. Num filme, o diretor tem que perceber a melhor tomada, melhor ângulo de filmagem, para conseguir o efeito desejado, exitoso.

O artista quando é afetado por uma idéia, percebe a afeição e a transforma em conceito, o conceito seria o final da obra de arte, o seu próprio êxito.

A leitura de uma obra de arte, depende da cultura do espectador, porque não se pode perceber o que é dito pela obra, se se desconhece o que está sendo dito. Por isso é difícil perceber uma obra de arte no seu todo, se não possuímos a cultura necessária para entendê-la, quando isso acontece, só podemos dizer que ela é feia ou bonita, mas essa falta de cultura revelada pela obra de arte frente ao espectador, pode desafiá-lo a procurar o conhecimento necessário para o seu entendimento, para tentar entendê-la desde o seu processo de preparação, o surgimento da idéia de realizá-la até o seu acabamento final. É importante que contemplemos toda e qualquer obra de arte e procuremos compreendê-la, pois a obra de arte é viva e tem sempre alguma coisa a nos dizer. Não podemos ficar apenas no juízo de gosto, temos que alcançar o juízo reflexivo.

O artista capta o Kairós (tempo oportuno) para construir sua obra de arte.

BIBLIOGRAFIA:

DELEUZE, G. & GUATTARI, F. O que é filosofia ? . Trad. Bento Prado Jr. e Alberto

Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Ed.34,1992. p.211-255

MERLEAU-PONTY, M. O cinema e a nova Psicologia. In: XAVIER,I. (org.) A

Experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal & Embrafilme,1983.

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