Resenha: Amor Líquido

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Quando da libertação do sexo por uma “sociedade patriarcal, puritana, desmancha-prazeres, hipócrita e ainda por cima desafortunadamente vitoriana” os relacionamentos passaram a ser encarados com o propósito de prazer e alegria. Uma felicidade do tipo “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”. Se retirada a máscara, descobre-se anseios não-realizados, nervos em frangalhos, amores frustrados, sofrimentos, medos, solidão, hipocrisia, egoísmo e compulsão à repetição.

Em “Amor Líquido”, o autor observa o homem produtor, ou construtor, onde tinha confiança em seu poder de planejamento e se preocupava com os sentimentos dos futuros moradores (mulher e filhos), e o homem consumidor está atrelado ao espírito do consumismo, cuja característica não é acumular bens, mas usá-los e descartá-los, para que haja espaço para novos bens e usos. Bauman discorre sobre o “sexo puro”, construído em uma espécie de garantia de reembolso. Trás através do casamento, o propósito de afastar o fantasma da insegurança com algumas adaptações, criando clube de associados.

Segundo Derrida, comenta-se que para o homem moderno, as fronteiras que separam as manifestações “saudáveis” e “perversas” em matérias de instinto sexual estão embaçadas. Todas as formas de atividade sexual não são apenas toleradas, mas frequentemente indicadas como terapias úteis, e cada vez mais aceitas como vias legitimas na busca individual da felicidade.

Em uma sociedade que não para de receber e enviar mensagens no celular, a crítica de Bauman volta-se ao fato de que tal apego a essa dinâmica tecnológica de relação diminuiu a proximidade e beneficiou o afastamento. Segurança diante da fragilidade irreparável de cada conexão singular e transitória. Conexões são rochas em meio a areias movediças.

Conclui Bauman que o baixo comprometimento do namoro virtual, entretanto, não é a causa, mas a consequência da sociedade “líquida”.

- Sobre a dificuldade de amar o próximo

- Convívio destruído

Namoro pela internet

Algumas “vantagens” listadas:

- Pode apertar a tecla deletar;

- Não responder email é a coisa bem fácil;

- Pode-se namorar sem medo de ‘repercursões’ no mundo real;

- “Compra não-obrigatória” – “devolução do produto caso não fique satisfeito”

- Terminar quando se desejar, sem confusão, sem avaliação de perdas e sem remorsos;

- Como a modernidade líquida é instável, o namoro pela internet perfime reduzir riscos e, simultaneamente, evitar perda de opções;

- Não há necessidade “de estar à disposição quando o outro precisa”.

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Na última parte do capítulo, Bauman ainda falou da economia de mercado e do Estado, contudo sua abordagem já passou a carregar uma carga ideológica, que foge um pouco do tema dos relacionamentos “líquidos”.