Levantamento das produções científicas sobre plantas medicinais no estado de Goiás

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Todavia a informação sobre a utilização de plantas medicinais pode sofrer consequências indesejáveis para a sua conservação e também preservação, caso o valor cultural seja desvinculado do interesse dos mais jovens (SILVA et al., 2015). Isso pode ameaçar o valor tradicional das plantas medicinais que foram conquistados por vários anos.

O aumento da mudança do seu habitat, ou seja, degradação do meio ambiente aliado com o aumento da exploração ilegal de plantas medicinais são fatores que prejudicam a sua preservação e as ameaça de extinção (AZEVEDO, et al. 2006). Por isso, investigações que resgatem o conhecimento sobre plantas medicinais regionais e também seu poder teraupêtico podem contribuir para sua valoração, e a de suas áreas de ocorrência.

2.2. Valoração das plantas medicinais – Estudo Etnobotânico

Silva et al. (2015) relataram através de um levantamento bibliográfico que a etnobotânica é uma ciência que aborda as interações de comunidades humanas com as plantas e então gera um elo entre os saberes acadêmicos e populares. Essa ciência tem como objetivo resgatar os valores tradicionais, vinculado a cultura das populações humanas, os quais estão desaparecendo conforme o tempo passa.

O saber popular quanto à utilização e o conhecimento de plantas com finalidades medicinais são tidos como essencial para a aprendizagem do poder curativo das plantas, as quais estão no convívio das comunidades, sendo estas informações muito importantes na preservação das mesmas e conservação de habitats (SILVA, et al. 2015). Assim, como Silva et al. (2015) ainda relatam em sua observação, a perda do conhecimento tradicional leva à desconsideração da conservação dos recursos vegetais, quiçá até uma perda de diversidade biológica.

Então, a disciplina de etnobotânica vem com o objetivo de estimular o resgate do conhecimento tradicional, além de preservar a flora visando o desenvolvimento sustentável, e fortalecer o elo entre o saber popular e científico (SILVA, et al. 2015).

Viganó et al. (2007) realizaram um levantamento das plantas medicinais utilizadas pela população urbana da cidade de Três Barras do Paraná, os quais indicaram como resultados, os aspectos sociais e econômicos da população usuária. Já no estudo de Oliveira e Menini Neto (2012), eles visitaram a população do povoado de Lima Duarte – MG no intuito de que respondessem o questionário abordado com assuntos relacionados ao cultivo e preparo de plantas medicinais e doenças que podem ser tratadas. Sobretudo, partindo para uma vertente diferente das populações estudadas pelos pesquisadores anteriores, Liporacci e Simão (2013) estudaram os quintais de um bairro próximo a áreas rurais da cidade de Ituiutaba – MG, para conhecer as espécies locais a partir de entrevistas e então valorizá-las culturalmente.

3. METODOLOGIA

Amaral (2007) conceitua a pesquisa bibliográfica como uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Adicionalmente, a metodologia seguida aqui, se baseia também no trabalho de Boaventura et al. (2012), quanto aos aspectos de planejamento de pesquisa bibliográfica como por exemplo, amostragem – ferramentas de busca, filtros de seleção e critérios de busca e de exclusão.

Baseado na expectativa de conhecer o campo e estudar a área sobre plantas medicinais no período de 2011 a 2016, o início deste trabalho é a partir da definição dos termos para a busca do referencial teórico sobre o tema: plantas medicinais, as quais são consideradas o tema central do trabalho; Cerrado, para ter uma ideia do que já foi trabalhado para este bioma durante estes últimos seis anos; e valoração, como componente do método de estudo.

Foram escolhidas três bases de dados, Google acadêmico, Scielo e Capes; para a busca de dados literários sobre os termos escolhidos. A escolha por estes sites é devida a presença de conteúdos multidisciplinares, a facilidade de acesso e exportação de dados bibliográficos, e a disponibilidade de trabalhos registrados em artigos, revistas, periódicos e etc., (AMARAL, 2007).

Neste trabalho apenas considerou-se trabalhos provenientes de 2011 a 2016, que abordaram o conteúdo de plantas medicinais do Cerrado quanto a sua utilização popular, etnobotanica, valoração; assuntos estes que se interligam e faz parte quanto o contexto apresentado na introdução. Além disso, por ser um assunto muito amplo, foram desconsiderados trabalhos de outras áreas afins das plantas medicinais, devido o dispêndio de tempo para uma elaboração de bibliometria mais avançada. Ademais, a seleção restringiu-se apenas a artigos em português.

Para a seleção, em ambas as bases de dados utilizaram-se o seguinte padrão de busca: (plantas medicinais) AND (Cerrado) AND (Goiás). Porém, algumas bases de dados necessitavam-se especificar quanto ao idioma do trabalho científico, país de pesquisa e tipo de recurso – artigo, periódico, tese, dissertações, etc.

Quadro - 1. Quantidade de artigos extraídos mediante a definição dos termos: plantas medicinais – Brasil – Cerrado – Goiás.

Bases de dados

Produção Científica de 2011 a 2016

Plantas medicinais no Brasil

Plantas medicinais do bioma Cerrado

Plantas medicinais do Cerrado goiano

Google Acadêmico

15700

9800

3070

Periódicos Capes

471

19

03

SciElo

619

39

04

Fonte: dados da pesquisa (2016)

De acordo com o quadro (1) acima necessitou haver limites quanto ao conteúdo que pretende estudar, para não haver viés. Por esta razão, como notado na base de dados Google acadêmico filtrou-se o termo valoração

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