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A relação da Engenharia de Produção com a Condição Pós Moderna

Por:   •  3/4/2018  •  1.840 Palavras (8 Páginas)  •  287 Visualizações

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2 COMPETÊNCIAS DA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

A área de atuação do engenheiro de produção é muito ampla e apesar de possuir relação difere da administração em várias aspectos, como o conhecimento técnico."Compete a Engenharia de Produção, o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens, materiais, tecnologias, informação e energia." (Associação Brasileira de Engenharia de Produção - ABEPRO, 1998). O curso de engenharia de produção foi baseado na grade de administração de empresas e também deriva da engenharia mecânica, dessa forma foi possível unir dois pontos de interesse: o conhecimento técnico e as habilidades de gestão.

2.1 A Engenharia de Produção no Brasil e no mundo

A Revolução Industrial transformou a vida da sociedade no século XIX ao inserir poderosas máquinas industriais que permitiram a produção em escala e a queda nos preços dos produtos. Já no século XX a Administração Científica , criada por Frederick Winslow Taylor utilizava o método científico e o estudo dos tempos e movimentos para garantir o melhor custo/benefício possível aos sistemas produtivos. Tais acontecimentos estão ligados ao surgimento da Engenharia de Produção, além disso com a massificação do consumo , a valorização do ter em detrimento do ser, a busca incessante pela evolução e desenvolvimento da indústria colocaram essa área em destaque na atualidade.

No Brasil, o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) estabeleceu o Plano de Metas, cuja intenção era evoluir "Cinquenta anos em cinco" por meio de metas distribuídas em energia, alimentação, transporte, indústria de base e educação. Nesse período houve êxito no desenvolvimento industrial, pois Juscelino abriu a economia brasileira para o capital internacional o que atraiu investimentos de grandes empresas como as montadoras de automóvel Volkswagen, Ford, Willys e GM (General Motors) ocasionando êxodo rural e migração para o sudeste onde estava disponível a maior oferta de empregos. Diante desse contexto foi criado o primeiro curso de Engenharia de Produção na Escola Politécnica da USP em 1958 coordenado pelo professor Ruy Aguiar da Silva Leme.

3 A PÓS-MODERNIDADE E SUAS CONDIÇÕES SOCIOCULTURAIS

É difícil atribuir uma data que defina o início da Pós-Modernidade, no entanto algumas características históricas em diversos campos permitem assimilar essa nova realidade, por exemplo as duas grandes guerras do século XX, a partir daí o mundo polariza-se em capitalista e socialista, há uma corrida armamentista ao mesmo tempo que existe um avanço das tecnologias; outro elemento de destaque é a criação de um novo padrão estético, movimentos artísticos como o Dadaísmo, Surrealismo, Pop-art e Abstracionismo não apenas quebram e desconstroem paradigmas da arte como criticam e denunciam o consumismo, o caos gerado pela guerra e ainda colocam em cheque a racionalidade tão valorizada pela sociedade moderna.

Para David Harvey (2008) a Pós-Modernidade representa a aceitação do efêmero, da fragmentação do tempo e do espaço, do caótico e remete ao pensamento de Nietsche o qual criticava a sociedade moderna e enfatizava a impossibilidade de lidar com o caos gerado pela mesma por meio da razão. Além disso, há uma valorização exacerbada da estética em detrimento da ética, o período Pós-Moderno consolida a imagem, o marketing e a reprodução técnica do real (a qual diminui a linha entre real e imaginário) como o foco principal das preocupações intelectuais e sociais. Com a ética em segundo plano , o liberalismo é impulsionado e os comportamentos morais são postos a prova, da mesma forma o individualismo ganha força junto ao hedonismo e ao consumismo de uma forma nunca antes vista na história.

3.1 Condição Pós-Moderna e Engenharia de Produção

A maioria da profissões evoluem de acordo com o tempo, espaço e contexto em que estão inseridas, na Engenharia de Produção não é diferente. A condição Pós-Moderna trouxe mudanças de pensamento e estruturação da engenharia como um todo inclusive na área de produção. Por exemplo no início do século XX a Administração Científica inseriu diversos modelos de produção e organização do trabalho como o Fordismo (linha de produção em massa), nesse contexto o papel do engenheiro de produção ou industrial era usar métodos padronizados, supervisionar, reduzir custos e aumentar a produtividade ao máximo. Entretanto houve um desgaste do trabalhador, pelas atividade repetitivas , alienação e baixa qualificação profissional, o homem era apenas um extensão da máquina e o foco era apenas o lucro deixando os direitos e as condições dos trabalhadores em segundo plano. Dessa forma os sindicatos ganharam força e o sistema fordista entrou em declínio.

As características da Pós-Modernidade e o que David Harvey (2008) elenca como uma transição do Fordismo à acumulação flexível ocasionaram mudanças na visão do engenheiro de produção. Enquanto na Administração Científica não havia preocupação com a saúde do trabalhador e suas ocupações, no período Pós-moderno o incremento das novas tecnologias, a globalização, a facilidade de acesso à informação e os estudos sobre o trabalho principalmente na Experiência de Hawthorne (1927), concluiu-se que os aspectos emocionais, sociais, o conteúdo do cargo influenciam diretamente na produtividade e consequentemente no lucro das organizações. Desta forma a área de gestão e criação de sistemas produtivos foi incrementada com novos conhecimentos sobre ergonomia, comportamento humano no trabalho, inteligência emocional, motivação e liderança além dos típicos conhecimentos técnicos e matemáticos tradicionais da engenharia.

No que tange a acumulação flexível, a "modernidade fordista" foi abandonada pois foi considerada rígida dentro da nova realidade flexível, ou seja, os produtos padronizados, mercados estáveis e a crença absoluta na razão técnico-científica já não se encaixavam dentro das condições trazidas pela Pós-Modernidade. A maior prova disso foi o surgimento do modelo de produção Toyotista a partir da década de 1960 fruto do trabalho do engenheiro japonês Taiichi Ohno, o sistema foi aplicado na fábrica da Toyota , e se enquadrava perfeitamente na economia Pós-Moderna, caracterizando-se pela produção enxuta, com um sistema flexível de mecanização evitando ao máximo o excedente e de acordo com as demandas de mercado e às exigências dos

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