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FESTIVAL FOLCLÓRICO DE CARACARAÍ

Por:   •  8/1/2018  •  4.146 Palavras (17 Páginas)  •  250 Visualizações

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Compreender as manifestações culturais de uma região requer, no mínimo, um breve estudo sobre a origem, características, costumes e crenças desse povo, levando em consideração o momento histórico e a identidade dessa população.

A origem do povo, considerando-se aspectos regionais, somada a sua evolução histórica são o que definem seu comportamento, suas manias, seus medos e suas paixões. De maneira geral, o conhecimento inicialmente é passado de pai para filho durante as gerações, porém, com o avanço da globalização, o acesso ao conhecimento proveniente de inúmeras fontes, principalmente a internet, proporciona ao indivíduo a possiblidade de confrontar diversas possibilidades, podendo influenciar a criação de uma sociedade multicultural, a qual pode afastar o indivíduo de suas origens.

O momento histórico atual influencia categoricamente no que se refere ao resgate das manifestações culturais. O receio pela importação de culturas de outras regiões ou até países, faz com que haja uma mobilização não só dos governantes, como também, dos idosos conservadores, dos artistas e dos intelectuais, no intuito de preservar e divulgar a identidade cultural da região para que esta não padeça.

Castells entende por identidade “[...] o processo de construção do significado com base em um atributo cultural, ou ainda um conjunto de atributos culturais inter-relacionados, o(s) qual(ais) prevalece(m) sobre outras fontes de significado [...].” (CASTELLS, 2001, p 22)

Já Stwart Hall define a identidade sobre a concepção sociológica clássica da seguinte forma:

A identidade é formada na "interação" entre o eu e a sociedade. O sujeito ainda tem um núcleo ou essência interior que é o "eu real", mas este é formado e modificado num diálogo contínuo com os mundos culturais "exteriores" e as identidades que esses mundos oferecem.

Portanto, a manifestação cultural de um povo está diretamente relacionada com a identidade cultural do indivíduo e vice-versa.

2.2 CONCEITOS DE FESTIVAL

Festival está relacionado com festividade, festa, que de acordo com Birou compreende o seguinte:

A festa é uma necessidade social em que se opera uma superação das condições normais de vida. (...) É um acontecimento que se espera, criando-se assim uma tensão coletiva agradável, na esperança de momentos excepcionais. (...) A festa é a expressão de uma expansividade coletiva, uma válvula de escape ao constrangimento da vida quotidiana. Da economia passa-se à prodigalidade; da discrição à exuberância. Surgem as manifestações de excesso, nos mais ricos por ostentação, nos mais pobres por compensação.

O festival acontece quando um grupo de pessoas se reúne, muitas vezes, por mais de um dia, para celebrar, homenagear ou comemorar uma determinada data, fato ou pessoa, bem como expor ou divulgar um determinado tema ou produto. Podendo ser religioso, pagão ou aglutinação de ambos. A ideia é destacar e exaltar algo. Costuma ser regado a algum tipo de refeição e bebida, bem como animado com expressões artísticas, música e/ou dança.

2.3 CONCEITOS DE FOLCLORE

A palavra folclore, etimologicamente falando, surgiu da união de duas palavras inglesas que criaram um novo vocábulo, o qual expressa a sabedoria popular, como é detalhado na Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo.

A palavra "folclore" surgiu da união dois vocábulos saxônicos antigos. "Folk", em inglês, significa "povo". E "lore", conhecimento. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer "conhecimento popular". O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que, em 22 de agosto de 1846, publicou um artigo intitulado "Folk-lore". No Brasil, após a reforma ortográfica de 1934, que eliminou a letra k, a palavra perdeu também o hífen e tornou-se "folclore”.

Entretanto, essa expressão possui um sentido muito mais amplo, remete à identidade, à tradição e aos costumes que podem englobar diversas expressões culturais, artísticas, bem como a lendas e crendices.

A Carta do Folclore Brasileiro, aprovada no I Congresso Brasileiro de Folclore, realizado no Rio de Janeiro, de 22 a 31 de agosto de 1951 e revisada pelo VIII Congresso Brasileiro de Folclore, reunido em Salvador, Bahia, de 12 a 16 de dezembro de 1995, classificou o folclore da seguinte forma:

Folclore é o conjunto das criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas individual ou coletivamente, representativo de sua identidade social. Constituem-se fatores de identificação da manifestação folclórica: aceitação coletiva, tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade. Ressaltamos que entendemos folclore e cultura popular como equivalentes, em sintonia com o que preconiza a UNESCO. A expressão cultura popular manter-se-á no singular, embora entendendo-se que existem tantas culturas quantos sejam os grupos que as produzem em contextos naturais e econômicos específicos.

2.4 A CIDADE DE CARACARAÍ

Caracaraí, terceiro maior Município do Estado de Roraima, localizado na amazônia brasileira, cortado pela BR 174, que liga Boa Vista a Manaus e à Venezuela, detém um dos mais elevados percentuais de áreas protegidas do mundo, além de possuir uma reserva indígena de aproximadamente 7.638,06 km², onde vivem as etnias Wai Wai, Wapixana e Yanomami.

A cidade, localizada no centro-sul do Estado de Roraima, limita-se ao norte com os municípios de Cantá, Bonfim e Iracema; ao sul, com os municípios de Rorainópolis, São João da Baliza e Iracema; a leste, com o Município de Caroebe e a República Cooperativista da Guiana e a oeste, com o Estado do Amazonas. Dista de Boa Vista 134 km. Sua área territorial é de 47.411,24 km², possui uma população aproximada de 17.746 habitantes, o clima é tropical úmido e a temperatura média anual é de 32ºC. (dados de 2009).

Cabe salientar que a estimativa populacional para 2015, segundo o IBGE, é de 20.261 habitantes.

A ocupação do Município de Caracaraí teve início por volta dos séculos XVII e XVIII. A partir deste período, começam a surgir alguns sítios, roças, pesqueiros e missões religiosas, devida a exploração dos portugueses na região do Baixo Rio Branco.

Originou-se no século XIX a partir de um pequeno

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