A Brasilidade de Tarsila do Amaral
Por: Lidieisa • 15/2/2018 • 1.285 Palavras (6 Páginas) • 532 Visualizações
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permitiu fazer uma leitura estrutural da visualidade brasileira. Reduzindo tudo a poucos e simples elementos básicos, estabelecendo novas e imprevistas relações de vizinhança na sintagmática do quadro. Tarsila codificava em chave cubista a nossa paisagem ambiental e humana, ao mesmo tempo em que redescobria o Brasil nessa releitura que fazia, em modo seletivo e crítico (sem por isso deixar de ser amoroso e lírico), das estruturas essenciais de uma visualidade que rodeava desde a infância fazendeira” (CAMPOS, 1997. In Tarsila, anos 20. p. 111).
Ainda em 1924, Tarsila dá início à fase “Pau Brasil”, inspirada nas paisagens brasileiras que viu em viagens pelo Brasil. Nessa fase ela usa as cores que tinha de sua infância, as quais seus mestres diziam ser caipiras e que ela não deveria utilizá-las em suas telas. Como resposta, Tarsila veio a dizer: “Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante...”.
Anos mais tarde, em 1928, Tarsila dá início à segunda fase em sua vida artística, a fase “Antropofágica”. O quadro “A Lua”, utilizado para esta releitura, faz parte desta fase de Tarsila, onde é possível observar elementos da natureza como a lua e o cacto pintados de maneira estilizada, assim como o resto da composição, onde o céu e a planície parecem sonhos e devaneios da artista.
Uma das obras mais famosas deste movimento é a “O Abaporu”, que significa “homem que come carne humana” em Tupi. Ela foi dada de presente ao seu marido, Oswald. Inspirado pela tela, ele escreveu o “Manifesto Antropófago” e fundaram o “Movimento Antropofágico”. Nesta fase, Tarsila ainda usava cores fortes, mas os temas eram do seu imaginário, dos seus sonhos, de lembranças de infância, de visões de objetos reais transformados em bichos imaginários, ou em outras formas diversas.
Em 1929, Tarsila faz sua primeira exposição individual no Brasil e ainda nesse ano, sua realidade muda drasticamente com a crise da bolsa de Nova York e a crise do café no Brasil, seu pai perdeu muito dinheiro e Tarsila começa a trabalhar. Mais tarde, separou-se de Oswald, devido a uma traição por parte dele.
Já no ano de 1933, Tarsila começa sua nova fase, a “Social”, comovida com a causa operária na época e nas décadas seguintes, a pintora retoma sua fase “NeoPau-Brasil”, por meio de temas brasileiros rurais.
Em 1951, Tarsila participa da I Bienal de São Paulo e da Bienal de Veneza em 1964 e em janeiro de 1973, vem a falecer sete anos após a morte de sua filha Dulce, deixando para o mundo uma coleção única de sua obra que retrata o seu país com uma sensibilidade ímpar, nunca antes registrada por outro artista.
4 CONCLUSÃO
O propósito principal desta pesquisa foi utilizar o conteúdo adquirido em sala de aula para fazer uma releitura sobre o quadro “A Lua” e também entender qual a importância de Tarsila do Amaral para a arte brasileira.
Através desse conteúdo conseguimos atingir o objetivo deste trabalho, mostrando que Tarsila, com a sua arte, conseguiu quebrar barreiras impostas pela pintura acadêmica, e com isso conseguiu inovar um segmento artístico, fazendo com que se tornasse um dos maiores nomes do Modernismo brasileiro.
Tarsila pintou o Brasil como o via. Usou sua liberdade de expressão para usar as cores e as formas que desejasse para conseguir retratar em seus quadros toda a sua brasilidade.
Desrespeitando as normas clássicas da pintura tradicional, Tarsila encheu suas telas de cores e seres fantasiosos, que representam lendas e folclores brasileiros, conseguindo colocar em todos os seus trabalhos a sua visão apurada e singular dos lugares por onde passou, deixando sua marca na história da arte brasileira.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Aracy Abreu. Tarsila: Sua obra e seu tempo. São Paulo: Perspectiva/Edusp, 2 v., 1975.
AMARAL, Tarsila do. Tarsila por Tarsila. São Paulo: Celebris, 2007.
CARUSO, Carla. A infância de Tarsila do Amaral. São Paulo: Instituto Callis, 2004.
______________. Tarsila anos 20. São Paulo: Galeria de Arte do Sesi, 1997.
www.tarsiladoamaral.com.br acessado dia 21/05/2015 às 21h55min
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