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Sobre tipos de cores

Por:   •  1/2/2018  •  2.055 Palavras (9 Páginas)  •  362 Visualizações

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Mas antes de irem parar nas prateleiras das livrarias, essas autoras percorrem um longo caminho na internet, dentro de um espaço bastante competitivo. Elas chegam a ter mais de uma história postada antes de atingirem o “sucesso” nas redes – mas após o sucesso, se tornam nomes de peso entre os leitores e escritores da área.

É o caso de outra jovem escritora, Camila Sodré. Como Cah Sodré, Camila já escreveu e publicou várias histórias. Nenhuma virou livro – ainda. Mas não é por falta de incentivos de leitores.

Com 25 anos, Camila escreve fanfictions desde os 16. Com uma base de leitores fiéis e várias histórias de sucesso, Camila, assim como outras jovens escritoras, também sonha em chegar até as prateleiras das livrarias.

“Eu sempre tive vontade de escrever um livro, sendo adaptado de uma fanfic, ou não” comenta, “Já comecei algumas obras inéditas, mas nunca levei adiante. Quem sabe com uma fanfic, não é?”.

Focada no segmento das fanfictions interativas – onde, o leitor pode inserir o nome de qualquer personagem ou ídolo na história sem que isso altere o enredo criado pela autora – Camila ficou tão famosa, que sua história mais recente, “Behind The Scenes”, foi eleita a Fanfic do Ano no site onde é publicada após votação popular. Mas esse não foi seu primeiro sucesso.

“Já tive outra história eleita Fic Do Ano: Summertime, em 2011, mas nada comparado com o sucesso de Behind The Scenes agora. Com pouco mais de um ano da história no ar, hoje o grupo no Facebook que reúne minhas leitoras já está beirando 8 mil membros, e todo dia tem gente nova. Fico extremamente lisonjeada” conta.

Formato de folhetim.

A postagem das fanfictions e dos originais seguem uma regra incomum para os romances: são atualizados em periodicidade, mais ou menos como os antigos romances de folhetins publicados nos jornais. O período entre uma atualização e outra pode variar de acordo com a rotina do autor ou o desenvolvimento da história.

Sobre o formato de postagem, Camila mesura os prós e contras: “Em termos de construção de público, postar por capítulos é muito prazeroso. Você acaba ‘captando’ muitas leitoras novas, e todo mundo fica empolgado, esperando por mais. Mas muitas garotas não sabem lidar com isso e acabam criando uma pressão muito maior para que você atualize a história”.

Para evitar cobranças desnecessárias dos leitores e para organizar sua própria rotina de autora, Camila criou um ‘esquema de atualizações’. “Assim os leitores sabem quando as atualizações sairão e sabem que não adianta cobrar antes das datas estipuladas” explica.

Andréa já chegou a ficar dois meses sem atualizar “Psicose” e agora, com “Lobotomia”, o espaço entre as postagens chega a quase três meses. “A rotina de trabalho e estudo acaba atrapalhando um pouco. O bloqueio criativo e a autocrítica também ficam no caminho. É doloroso” confessa.

Feedback.

A participação ativa dos leitores ajuda nos rumos da história. Graças ao sistema de comentários que os sites de postagem oferecem, os leitores podem deixar sua opinião sobre o andamento da história e o autor pode respondê-los na mesma seção. Essa interação que a postagem na internet propicia ajuda a melhorar o enredo e tornar a história mais atrativa aos leitores.

“Mas não dá para agradar a todos” confessa Andréa “Existem pontos da história que simplesmente não podem ser mudados, a própria história exige que as coisas aconteçam daquela maneira”.

De olho nas prateleiras.

Os e-books já nos são familiares, apesar de ser algo bastante recente no mercado. A digitalização de livros para que sejam vendidos – a preços muito mais convidativos que os livros de papel – é prático e compensa pela acessibilidade. Basta ter um smartphone na mão para abrir o arquivo e ler seu romance.

Mas apesar dos livros digitais serem uma tendência natural, o livro de papel continua sendo a menina dos olhos dos leitores aficionados e dos escritores.

Vera Carvalho Assumpção, escritora e autora de dezenas de livros publicados e com mais de vinte anos de carreira, comenta sobre os jovens escritores. “Eles são o reflexo da nova juventude. Mostram que esse papo de que o jovem hoje em dia não quer saber de ler ou escrever é bobagem”.

Quando questionada se o livro de papel é preferível aos em formato digital, Vera é defensora das edições físicas “O e-book é muito prático, mas com o livro físico existe uma conexão maior com quem o lê. O ato de abrir o livro, e sentir o cheiro das folhas, de poder segurar nas mãos, ali se cria um elo entre leitor e os personagens, com o enredo. Cria-se um sentimento muito forte”.

Sobre as escritoras de originais e fanfictions, Vera se mostra otimista “Elas precisam de incentivo. Não é porque são jovens ou que escrevem só na internet que a qualidade de escrita seja melhor ou pior que a de um autor mais velho. É uma questão de talento e prática”.

Tanto Andréa quanto Camila também são fãs apaixonadas por livros. Andréa comenta sobre a sensação de ter seu original transformado em livro “Poder pegar a minha história com as mãos, é sensacional. Claro, na internet ela ainda tem muito mais abrangência, mas nas prateleiras eu posso atrair outros públicos” conta. “Acredito que é um novo patamar, é como um atestado de que eu fiz alguma coisa certa, de que a história pode conquistar algumas pessoas, de que ela tem potencial”.

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Mercado potencial.

Sobre o potencial das ficwriters, Noga Sklar, fundadora da editora KBR Digital, declara: “Essas autoras já tem uma base de leitores fidelizados e uma certeza de demanda maior do que um escritor que trabalha em um manuscrito e o entrega diretamente à editora” aponta “Mas por ser um segmento muito extenso, fica difícil de localizar essas autoras com potencial de publicação”.

Noga reconhece a importância das histórias e das fanfictions “É possível que isso seja uma tendência para o futuro”.

Amante do livro de papel Noga comenta sobre “Ele pode até entrar em extinção, como vivem dizendo por aí. Mas o livro físico não será totalmente substituído. É como o disco de vinil, que todo mundo achou que tinha sido extinto, mas ele continua resistindo ao tempo” ela compara.

Vera Carvalho também reconhece o

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